4

2.4K 143 107
                                    

m̶a̶i̶o̶ 2̶0̶1̶7̶

- A maioria de vocês está falido. E eu prefiro que trabalhem. A partir deste momento, cada estudante vai ganhar uma bolsa igual, graciosamente oferecida pela inaugural Fundação Setembro. Assim todos os vossos projetos serão aprovados e financiados. - a plateia entra em êxtase. Não é para menos. Entre vários aplausos e gritos, o meu bater de palmas é insignificante. - Sem compromissos. Sem taxas. Simplesmente, reformem o futuro. A começar agora.

Ainda me estou a perguntar o porquê de eu ter de ouvir toda a palestra a partir da plateia, quando já sei perfeitamente do que se trata e podia simplesmente estar nos bastidores.

Pego no telemóvel para ver as horas, mas esqueço-me totalmente, pois o Tony parece que congela, fica sem palavras. E eu sei que ele tem o discurso todo à frente dos olhos. - Vão partir alguns ovos. - e assim se despende.

Confusa acesso ao placar com o discurso, procurando o erro, que o levou a tal desconcerto. Vou deslizando, até encontrar a fonte do problema. Pepper Potts. Como os idiotas que escreveram o raio do discurso não o mudaram? Certo que ela cancelou à última da hora, mas isso arranjava-se em 5 minutos.

Levanto-me rapidamente do banco, dirigindo-me às escadas laterais do palco. Estou a sentir-me sortuda pelo auditório ainda estar escuro, e cheio de alunos a saírem dos lugares em plena confusão e não notarem a minha presença

Nas escadas, o segurança, reconhecendo-me, dá-me permissão para passar, mas sou cutucada no ombro. Viro-me rapidamente, dando de caras com uma ex-professora minha.

- Sra. Stark, que bom vê-la aqui. Quando nos vai providenciar uma palestra dada por si também? Tenho certeza que já recebeu alguns pedidos, um deles até foi escrito por mim. - já recebi alguns, mas a verdade é que apenas não quero vir dar palestras, principalmente depois do que aconteceu. Pode ser que isso mude um dia.

- Sabe, é complicado. Tenho muito trabalho e pouco tempo livre, aliás, estou com pressa. Se não se importa, foi um prazer vê-la. - ela lança-me um sorriso forçado e afasta-se, sabendo perfeitamente que a estou a despachar.

Subo as curtas escadas apressadamente, e encontro a mulher loira que sei que é uma das encarregadas. - O Tony?

- Ele perguntou por onde eram as casas de banho. Deve ter ido. Não sei quando volta. - muito simples, já não volta.

- Certo.

Sigo pelo corredor dos fundos, dando de caras com ele e uma mulher, de pele negra e estrutura baixa. Não a conheço.

Eles não me ouvem chegar, então permaneço a uma distância segura até que terminem, mas infelizmente consigo ouvi-la e não tenciono parar perante o que me chega aos ouvidos.

- O nome dele era Charles Spencer. Você o matou. Em Sokovia. Não que isso importe para você. Pensa que luta por nós. Você luta por si mesmo.

- Quem vai vingar a morte do meu filho, Stark? Ele está morto, e eu culpo-o a si. - conclui com dor na voz e olhar lacrimoso.

Quando a mesma está prestes a ir embora põe os olhos em mim, e estou segura que me reconhece. Com uma expressão vazia, que não consigo decifrar, afasta-se lentamente.

Ele vira-se, e vejo na cara dele o sentimento de culpa.

- A culpa não é tua. - afirmo, mesmo sabendo que ele não pensa assim. Eu mesma me culpo um pouco.

- Ambos sabemos a realidade das coisas. Não somos capazes de nos enganar o suficiente a esse ponto.

- Eu estive lá. Quando o Fury chegou, eu cheguei com ele. Eu não pude ter o prazer de derreter uns dois ou três deles, até o metal que os compunha estar líquido, pois estava a ajudar as pessoas a serem evacuadas, mas sei bem o que se estava a passar e como não havia mais nenhuma opção a não ser a que foi escolhida.

A Stark, but not a StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora