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Observo o número de desaparecidos causado pelo estalo aumentar cada vez mais de uma cadeira ao longe, querendo estar a par de tudo, mas sem interromper nada.

Ainda sinto as lágrimas da Pepper em mim. Quando cheguei a primeira coisa que fez não foi gritar como eu esperava, foi simplesmente abraçar-me bem apertado e chorar. E eu chorei com ela.

- Isto é um pesadelo -constata o Steve, como se não desse para entender. 

- Já tive pesadelos melhores.

- Aquela coisa simplesmente parou se fazer o que simplesmente estava a fazer . - diz o Rhodes mal entrando na sala, fazendo as minhas pernas seguirem a Natasha e o Steve instintivamente. -Simplesmente parou.

- Manda o sinal outra vez. - Steve pede.

- Nós nem sabemos o que isto é. - o zarolho sabia, penso, mas não me pronuncio, não é preciso.

- O Fury sabia. Simplesmente faz e no segundo que receberes um sinal eu quero saber quem está do outro lado desta coisa. - viro costas ao mesmo tempo que ela dando de caras com uma mulher loira, vestida de vermelho azul e dourado, com uma espécie de Estrela da mesma cor no centro do que suponho que é o uniforme dela.

- Onde esta o Fury? - pergunta ela. 

- Quem és tu? - pergunto fazendo-me ouvir. Ela olha séria para mim, podendo estar a considerar se me responde ou atacar. 

- O meu nome é Carol Danvers, sou amiga do Fury, onde ele está? - responde por fim. Analiso o seu rosto de forma detalhada, procurando nos cantos mais remotos da minha memória, por alguma lembrança dela, mas nada surge.

- Ele foi-se. Ele foi uma das vítimas do estalo do Thanos. - pronuncia-se a Natasha cautelosa, contudo parece que confia na mulher. Provavelmente por ela estar relacionada ao Fury.

Já a outra suspira, e não de alívio. Dou um passo em frente, com a intenção de sair dali, mas a Natasha acha bem eu ficar, pousando a mão no me cotovelo de leve, indicando para não ir.

Provavelmente não tem tantas certezas se ela é segura assim.

- O sinal está a enviar à dias, como demoraste tanto? - Rhodes pergunta do nada, meio impertinente.

- O universo é um lugar grande.

- Então pode ajudar-nos. - conclui Steve, apercebendo-se ao que ela se referia. Contudo não sou eu que percebo as intenções dele.

Olho para ele curiosa, assim como toda a gente na sala. - O que poderia eu fazer para ajudar? - questiona.

- Alguém dos nossos está algures perdido no espaço. Haverá possibilidade de... - é como se todos os pequenos barulhos tivessem desaparecido, e só conseguisse focar na resposta dela.

- Posso tentar. - afirma criando uma esperança em mim que não deveria mais e existir.

Não é correto criar expectativas quando já passou tanto tempo e já me estava a habituar à ideia de perder alguém novamente. - Eu... eu vou dar uma volta. - explicito soltando-me da Natasha e dirigindo-me à saída o mais rápido possível.

- Elizabeth! - chama ela, mas recuso-me a virar-me para trás. Acelero o passo em direção mini-cozinha de onde pego imediatamente geleia de framboesa e manteiga de amendoim com pedaços, unindo tudo em duas fatias de pão.

Enquanto mastigo, observo a leve brisa de vento mover as folhas das árvores brinco com a faca, fazendo movimentos entre os meus dedos, não a deixando cair. - É uma oportunidade. - ouço a voz da Natasha, mas decido ignorá-la.

A Stark, but not a StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora