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- Acho que estou confusa.

- Estás? - Tony pergunta, sentado de frente para mim, no interior de um dos veículos que nos estão a levar de volta à base.

- Quer dizer, não sei realmente como me sentir em relação ao que ele disse. Mentira não é, ninguém engana uma mentirosa, e calha que eu sou uma das boas. - ele arqueia as sobrancelhas, pensando em quantas vezes eu poderia ter mentido em relação a qualquer coisa. Deixo um "ups" escapar por entre os lábios, fazendo-o sorrir.

- Quer dizer, acho perfeitamente normal uma mulher querer abortar, e apoio a cem por cento, mas não tem nem a ver com isso, e sim com o facto de eles me deixarem nascer apenas para me tornarem em uma experiência. - normalmente os meus sentimentos não estão tão confusos como hoje. Estão sempre no nível de confusão alto, mas neste momento está em perigosamente alto.

- Acho que precisas de tempo. Tempo para te mentalizares de tudo que acabou de acontecer. E acredita, pode não parecer, mas eles provavelmente amavam-te muito. - tenta reconfortar.

- Às vezes tempo não é o suficiente.

Inspiro fundo, tentando regular a minha respiração. - Acredito que possa ser frustrante, mas pensa na parte positiva, a indiferença deles, e o modo como te criaram, tornaram-te uma pessoa independente, forte e capaz de inúmeras coisas.

- Mas também precisava de amor. - respondo tão baixo, que acho altamente improvável ele ter ouvido.

- Suponho que sim, mas em 5 anos contigo e com o resto, aprendi o verdadeiro significado de família e carinho, do que em 11 anos com eles. O impressionante é que foi um génio idiota, uma espia assassina, um velho descongelado, uma barbie alienígena, a querida da Pepper, e por aí vai. Não esquecer do Peter, e até a Shuri, que nunca iria conhecer se não fosse por tu te meteres à bulha com o Steve.

Ele ri incrédulo. - Eu não sou idiota.

- Desculpa, mas és sim. Mas este Jonh é mais. Pensou que quê? Ia encostar uma agulha em mim sem mais nem menos, mesmo estando desconfiado dos meus poderes? Pelo menos que o tivesse feito enquanto estava inconsciente.

- Pura idiotice. - sorrio e olho para as minhas mãos, e ainda tremem. Tento fazê-las parar, pensando nos exercícios de relaxamento mental que aprendi com a Natasha, mas nem nisso consigo pensar claramente.

Reparando em mim, e nas minhas mãos o Stark diz. - Se calhar, apenas precisas de uma boa e velha maratona de Harry Potter.

- Conheces-me bem. - olho para uma das paredes do veículo, relembrando a frieza com que o imbecil de nome Jonh, disse que desejava ter sido ele a matá-los. Não desconfio que tenha tido alturas que o seu desejo de matar, fosse para comigo.

Depois para o pulso, relembrando-me da falta da minha bracelete. E como provavelmente a desfizeram em pedaços. Se a tentaram usar, não tiveram grande sucesso, a não ser que o objetivo deles, fosse que ela lhes explodisse nas mãos.

- Vou precisar de fazer uma bracelete nova, aqueles idiotas esmagaram a minha, suponho. - digo distraída, mas voltando a olhá-lo nos olhos. - Eu já tinha pensado em um novo conceito.

- Estou todo ouvidos. - mal diz isso, o movimento do veículo cessa, indicando que chegamos à base.

Saímos, e afastamos-nos logo do resto das pessoas, até do Rhodes que fica a conversar com os agentes, sobre o tema mais importante, sigilo.

Viro-me para ele caminhando de costas. - Então, pensa comigo. Eu praticamente preciso de andar sempre com o uniforme vestido por baixo da minha roupa. - aponto para a roupa que trago vestida, ou seja, o uniforme. - Isto devido aos lapsos que tenho, ou se preciso muito de usar os meus poderes, como hoje. Só não o uso quando estou em alguma conferência de imprensa, e a Pepper me obriga a vestir uma roupa mais formal, na qual não consigo usar o uniforme.

A Stark, but not a StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora