9

828 56 23
                                    


Não era para ele descobrir desta maneira, pois soa como uma grande decepção. Para comigo mesma e para com ele.

Com certeza absoluta que ele vai atualizar a definição de irresponsabilidade para: "Toda santa coisa que a Elizabeth faz."

Não há dúvidas disso.

Passo a passo entro na sala de convívio, tentando não deixar escapar a minha coragem por entre os dedos.

O Tony e a Pepper percebem a minha presença quase imediatamente - Eu menti. Melhor dizendo, tenho mentido sobre algumas coisas ultimamente.

Ambos parecem confusos, levantam-se até do sofá vindo na minha direção, o que não ajuda muito na minha confissão. - Sobre o que exatamente? - pergunta o Stark, como se a cada dez palavras que que eu digo, 8 são mentiras.

- Uns dias atrás, no laboratório, eram umas quatro da manhã, e estava lá desde que tinha chegado?

- Isso é o resumo de todos os teus dias, tens de ser mais específica. - pede com desconfiança na voz.

- O dia antes de tirares o fato ao Peter. O dia em que eu trazia uma camisola dele vestida. - esclareço. Ele franze o cenho, imaginando o que poderá ser a grande mentira e não gostando do rumo da conversa.

- O que é que tu fizeste? - pergunta claramente irritado. Deve pensar que fiz alguma asneira grave. Pensando bem, a única asneira que fiz foi não contar, pois eu não tive culpa de nada.

A Pepper pousa uma mão no ombro dele, com a intenção de o acalmar, o que resulta sempre, hoje foi o meu dia de sorte. A sorte é ela estar por perto.

- Tu perguntaste-me se eu estava bem, e eu respondi sim. Era mentira e...

- Essa é a grande mentira? Pensei que tinhas assaltado algum museu ou invadido algum set de filmagens de uma série qualquer.

-  Que? Não! - sério que foi nisso que ele pensou? E depois eu a que sou a irracional. - Eu trazia a camisola do Peter, porque fui quase espancada, quando me tentaram deixar inconsciente para me sequestrar! - exclamo alto, não controlando as palavras que me saem pela boca e o volume delas.

Pronto está dito, não há volta a dar.

Ambos ficam em choque. O Tony fica sem palavras por uns segundos, o que é raro. Deve estar a pensar se grita comigo ou se se deve preocupar.

Já a Pepper leva as mãos à boca, em um misto de choque, surpresa e preocupação.

- Eu literalmente não podia usar os meus poderes, e eram 4 búfalos contra mim. Apanharam-me desprevenida, e tive de me desenrascar. Trazia a camisola do Peter, porque foi ele que me ajudou a parar os sangramentos que tinha pelas costas.

- Estás bem? - pergunta a Pepper, vindo na minha direção. Dá um rápido olhar no Tony, que continua sem dizer nada. Está prestes a explodir.

- Estou, mas isso não importa. O que...

- Como não importa? - finalmente explodiu. - Acabaste de dizer que foste espancada! Como não importa? Tu precisas de ir ao hospital!

- Que? Não! Definitivamente não! E quase espancada, não espancada. Eu sei me defender muito bem. Eu estou ótima, foi só dor do momento e no dia seguinte, mais nada! Eu... - tento explicar, mas ele manda-me calar com um gesto.

Já levei muitos sermões vindos dele, mas este ainda não começou, e prevejo que vai ser o pior de todos.

- Antes de tudo acabaram-se as saídas sem o Happy! - que? - Eu gostava de saber como com todos esses neurónios, a tua prioridade depois do que aconteceu foi ir ter com o Pirralho, em vez de vires imediatamente para aqui para tratarmos de ti e procurarmos imediatamente quem fez isso.

A Stark, but not a StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora