Capítulo 18

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             Sai daquela maldita casa, dirigi dando voltas e mais voltas talvez para ganhar tempo e pensar no que fazer.
A Piper foi o meu primeiro amor em muito, muito tempo. Eu não podia chegar lá e simplesmente falar " Sai da minha casa e nunca mais me procure." Infelizmente não vejo outra escolha a não ser fazer isso.
Meu celular estava no suporte, faço a discagem por voz e ligo para ela.

-Oi meu amor. Onde você está?
-Piper, nós precisamos conversar. — Mantinha os olhos focados na estrada escura - Sobre a gente.
-Ok. Pode falar.
-Eu pensei muito, acho que você deveria... Acho que... — As palavras não saiam, parecia que eu ia vomitar de nervoso - Acho melhor a gente terminar. 
- O que? Terminar? Como assim Alex?
- Terminar, vamos parar por aqui. Não dá. Você tá correndo perigo.
- Eu? Que perigo?
- Perigos dos quais eu não vou comentar com você.
-Alex você não pode inventar uma besteira dessas, para terminar comigo. Se não gosta de mim é só falar e eu vou entender...  Eu sabia que você era como todos eles, uma foda ou duas e desaparece da minha vida. — ela suspira chorando - Onde que eu estava com a cabeça quando pensei que a gente daria certo? O que me fez acreditar que com você seria diferente? Caralho... Parece que eu só nasci pra me foder né?

            Ficamos em silêncio no telefone, dava para ouvir Piper chorando no viva voz e eu estava me segurando tanto pra não deixar as lágrimas saírem. Sei que isso é uma tremenda burrada, mas não vejo outra alternativa por enquanto.

- Acabou mesmo?
- Me desculpa.

Nesse mesmo momento Piper desliga o telefone e agora eu posso chorar em paz.

Algumas horas se passam depois da briga, Piper já tinha ido embora da casa da morena, ela estava mal. Terminar um relacionamento não é fácil, infelizmente muitas pessoas já passaram por isso, se ainda não, então vão passar um dia.

                  Alex estaciona na rua, nem entra na garagem e entra na casa com esperança que Piper ainda estivesse ali, mas sem sucesso. Apenas uma taça na mesa com um resto de suco. Como o esperado a morena bebe até ficar tonta o suficiente para"dormir".

Segunda-feira
09:35am

     Tudo recomeça, as coisas poderiam ser melhores porém não. Alex perde totalmente a noção do horário chegando quase dez horas da manhã no colégio.

- Bom dia diretora Vause.
- Bom dia. Tem café?
- Ah claro só um momento.

         Ela estava com uma cara péssima, ressaca batendo forte essas horas da manhã. As meninas da cantina do colégio sempre tinham cafézinhos frescos e gostosos.

Na sala de aula:


 

   Piper estava trabalhando com a sua turma, dando sermões e aplicando trabalhos. Tentando não pensar que poderia ver sua ex ficante a qualquer momento.

   - Então como podemos ver estamos no final do primeiro semestre, vocês tem APENAS mais um semestre para recuperar as notas... Eu não consigo entender como alguns de vocês estão reprovando em história... Poxa gente, é conteúdo de 9°ano, Revolução Industrial, Revolução Francesa. 1° e 2° Guerra Mundial?  Enfim, antes de fechar as notas no boletim irei dar uma última chance, quem quiser fazer faz, quem não quiser problema de cada um.  Quero que cada um de vocês façam uma redação sobre o que sabem sobre o holocausto. Foi um período horrível e quero simplesmente um texto sobre isso. Para essa aula e é individual, podem começar. 

   Chapman se senta em sua mesa, quando Cíntia entra na sala. Atraindo a atenção dela.

- Sim?
- Você tá bem?
- Estou, por quê?
- Chegou sozinha hoje.
- Cíntia eu não estou com saco para suas provocações.
- Hum, terminou com a Vause?
- Ela terminou comigo.

Podemos notar a satisfação no olhar dela.

- Que pena.
- Vem cá, qual é sua história com ela?

Isso era o que Cíntia estava esperando que ela perguntasse.

- Ah gente tinha um caso, quente, gostoso e que acabou se tornando... Violento.

Elas saem para fora da sala.

- Violento?
- Alex Vause não bate bem da cabeça Piper, você não percebeu isso? — A loira faz uma expressão surpresa – Alex fica muito violenta quando está nervosa, tipo ela surta de verdade. Ela nunca brigou com você?
- Tivemos algumas discussões, mas nada que mostrasse violência.
- Eu tenho marcas... — Cíntia faz uma cara triste e faz uma cena de teatro muito ruim porém Piper caiu – São marcas que não se podem apagar, professora Chapman.
- Que tipo de marcas?

A mulher mostra uma cicatriz na nuca. – Essa é apenas uma das várias, nós discutimos e ela me empurrou contra a mesa da sala de estar e eu bati aqui. — Piper coloca a mão no rosto preocupada – Essas... — Ergue a camiseta mostrando um monte de hematomas já curados, mas visíveis – Era quando ela realmente ficava com raiva, ela me batia. Alex é completamente descontrolada, ela é um monstro!

      Piper ficou assustada com todas as coisas que Cíntia falou. Pensando em como poderia ter dormido com alguém tão terrível assim? Seus pensamentos a dominaram a manhã toda, não sabia o que pensar sobre tal assunto.

          A manhã se encerra e o período da tarde começa. Novamente o colégio se enche de crianças e adolescentes.  Alex sofria de dor de cabeça a cada vez que o sinal tocava, sentada de olhos fechados até Cíntia entrar na sala comemorativa.

- Gostei do que fez. Parabéns Vause, sua atitude foi rápida.
-

E o que você fez? Já fez sua ceninha digna de um troféu de merda pra ela?
- Yes! E ela ouviu tudo, tadinha ficou tão abalada. — faz uma cara de tristeza, porém logo ri.
- Sai da porra da minha sala e me deixa em paz!
- Agora você tem a mim, eu vou cuidar de você.
- Não, você não vai. — Alex se levanta- Não encosta em mim, não fala comigo, não me olha... Ou você realmente vai ficar machucada de verdade. 
- A gente vai se falando. — a mulher pisca e sai.
- Que ódio! Vadia. — joga a lata de lápis na porta assim que ela se fecha.

The trip (Vauseman) - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora