Maria Clara de Bourbon-Stuart
Eu ainda não acreditava que agora eu era a dama de companhia da rainha Elena. A primeira coisa que fiz naquela manhã foi escrever uma carta para a minha mãe, e entreguei ao meu pai quando o encontrei no palácio, ele quase caiu para trás quando contei a ele que tinha conseguido aquilo, era maravilhoso sentir o orgulho que ele tinha de mim, e eu havia lutado muito por tudo que estava acontecendo em minha vida, era uma pena que eu não poderia conversar pessoalmente com minha mãe, mas quando eu pudesse ia visita-la com toda certeza.
Procurei a rainha em seu quarto e um dos guardas me avisou que ela estava a minha espera no jardim, rapidamente desci as escadas e enquanto andava pela sala acabei por me encontrar com Lorenzo. Ele me olhava fixo, com algo que se parecia com curiosidade.
— Nos encontramos novamente, senhorita.
— Espero que dessa vez meu vestido saia intacto, e sem mancha alguma.
Ele sorriu de leve.
— Se olhar por onde anda acho que não teremos problemas.
Estreito os olhos e respiro fundo.
— Nossa conversa já acabou? Tenho muito o que fazer. - Falo impaciente.
— É eu sei disso, soube que é a nova dama de companhia da rainha, você conseguiu um feito que muitos desejam, este cargo está vago a muitos anos, mas acho que a rainha confiou em você pelo fato de tê-la ajudado alguns dias atrás. O estranho para mim é o quão rápido você consegue a confiança de todos.
Me aproximo dele e o olho diretamente nos olhos, esperava que ele visse nos meus o fato de não me intimidar nem um pouco.
— Pare de falar nas entrelinhas, diga logo o que quer dizer com isso.
— Eu fui guarda do palácio durante anos, e então meu pai que era conselheiro da rainha morreu, ela me chamou para ocupar o lugar dele e eu aceitei de bom grado, mas mesmo que não esteja na guarda ainda fico de olho em cada pessoa que aparece no palácio. Você sabe muito bem tudo que aconteceu no passado, e tudo que ainda pode acontecer, não sou de confiar nas pessoas tão rapidamente como a rainha, e acho muito estranho a forma como você conseguiu a confiança de todos tão rápido.
Eu ri com ironia após ouvir o que ele tinha dito.
— Sabe como consegui a confiança de todos? Fazendo um bom trabalho, dando carinho a princesa Alice e cuidando muito bem dela, ouvindo a rainha e rei, vendo o quão vulneráveis eles são por conta do que aconteceu com a filha deles. Eles são pessoas com cicatrizes assim como eu e você, eu os ouvi quando achei que me era permitido, ajudei a rainha Elena quando ela precisou de mim, foi assim que consegui a confiança deles. Agora se quiser me investigar, vá em frente e faça o que achar necessário, vá até o meu quarto revire as minhas coisas, eu não me importo, não tenho nada para esconder.
Ele não disse nada, parecia meio que sem palavras, e eu lhe de última olhada antes de ir.
— Até logo, senhor Rodriguez.
Eu andei em direção ao jardim sem olhar para trás. Aquele homem me dava nos nervos cada vez que nos encontrávamos, e eu estava extremamente irritada com suas insinuações, como ele podia desconfiar de mim sem nem ao menos me conhecer? Não trocamos nem meia dúzia de palavras e ele já acha que havia encontrado uma pessoa terrível que queria fazer somente mal a todos? Tudo bem ele prestar atenção nas coisas que aconteciam no palácio, mas se eu quisesse algum mal a rainha não teria feito nada por ela no dia em que se engasgou. Ele era somente um imbecil arrogante que fazia suposições tiradas de sua cabeça que havia muita imaginação, disso eu tinha total certeza.
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A Princesa Perdida (Livro 3)
RomanceLivro três da trilogia: A Assassina, A Princesa, e A Rainha) Maria vive uma vida comum com os pais adotivos e não tem ideia de sua verdadeira origem. Mas o que ela não esperava é que seu destino ainda reservava diversas surpresas, e ao começar a tra...