Livro três da trilogia: A Assassina, A Princesa, e A Rainha)
Maria vive uma vida comum com os pais adotivos e não tem ideia de sua verdadeira origem. Mas o que ela não esperava é que seu destino ainda reservava diversas surpresas, e ao começar a tra...
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Lorenzo me mostrou onde ficava a passagem secreta que tinha dito, e assim que a noite chegou e todos jantaram eu entrei por ela e fui em direção ao quarto dele. Havia uma porta no fim do corredor que dava para o quarto dele, e eu a abri com um pouco de dificuldade. Olhei dentro do quarto e o vi, ele estava em sua mesa de escrita, e escrevia uma carta totalmente concentrado. Ele então ouviu quando entrei no quarto e quase o matei do coração por conta do susto.
— Deus do céu, pensei que havia alguém invadindo meu quarto. - Disse se aproximando.
— Bem na verdade eu realmente invadi.
Ele riu.
— Você sempre será bem-vinda aqui.
— Me dei conta somente agora que nunca entrei aqui antes.
Dei uma boa observada no lugar, e havia uma cama de madeira com dossel, a banheira no canto do quarto e na parede alguns quadros que eu suspeitava que ele tinha feito.
— Você disse que não pintava fazia algum tempo, mas vejo que não é bem uma verdade absoluta.
— Eu não me considero realmente bom na arte. Tive que deixar essa paixão de lado por outros deveres e não me arrependo. Trabalhar aqui no palácio é uma das maiores paixões da minha vida.
— É verdade? - Pergunto e círculo os braços em seu pescoço. — E qual é a maior? Posso saber? - Provoco.
Ele sorri para mim e me abraça pela cintura.
— Mesmo com tudo a nossa volta, e toda uma sociedade apontando que o que fazemos é errado, eu me considero o maior sortudo do mundo, pois realmente o maior amor da minha vida é você.
Sorri para ele e toquei seu cabelo macio.
— Quando estamos assim juntos não existe certo e errado, somente o nosso amor. E a verdade é que já não me importa mais o que possa acontecer. Eu sou irrevogavelmente sua, e o amo com todo meu coração.
— Eu também amo você, Maria. Não importa o que aconteça.
Ele então capturou minha boca e a consumiu de forma voraz. E como das outras vezes eu me perdi completamente, em seus beijos, seus toques, e todo o prazer que ele me dava. A única coisa que eu tinha certeza naquele momento é que nada nem ninguém poderia tirar o amor que sentíamos um pelo outro, e eu faria o que fosse para tê-lo junto a mim sempre.
*
Dois meses depois...
Espanha, março de 1551
Lorenzo e eu passamos os últimos dois meses sempre juntos, bem... na medida do possível é claro, e seja na biblioteca estudando as leis da Espanha, ou em seu quarto nos amando, eu sentia que nada poderia tirá-lo de mim. Naquele dia passamos a tarde na ala de treinamento dos guardas para que ele me treinasse mais a usar a espada, eu já vinha treinando muito, e sentia que estava cada vez melhor. Eu segurava firme a espada e o som dela bateu contra a de Lorenzo, eu sorri satisfeita ao conseguir desarma-lo. Apontei a espada para o peito dele e ele levantou os braços, rendido.
