Parecia que eu nunca chegava e que o motorista do táxi só fazia voltas, e algo dentro de mim só aumentava o meu sufoco.
Bato na porta desesperadamente e só de saber que Christopher estava no outro lado, deixei que tudo saísse como se fosse muitos anos preso dentro de mim.
Ele abre a porta e ao me ver sua expressão muda para preocupação. Sua mão me puxa para dentro e ele me abraça forte. O seu cheiro me trás o conforto que preciso e coloco a mão na boca para abafar meus soluços e logo molho sua camisa com meu choro.— Shhh, está tudo bem. Eu estou aqui. - Ele me abraça mais forte e tento controlar minha respiração.
Encosto minha cabeça no seu ombro e ele beija minha testa afastando meus cabelos que gruta no meu rosto molhado.
Quando me sinto um pouco melhor percebo que alguém está no chuveiro por causa do barulho da água. E sei que é o irmão de Christopher por estar usando o banheiro do corredor.— Você tá horrível. - Ele limpa meu rosto com a mão me olhando como se eu fosse um mostro e o seu jeito de falar me faz rir.
Pego o copo que ele me oferece e se senta na minha frente na cama.
Christopher não tira as mãos de mim como se eu fosse um vidro prestes a quebrar e assim que me recupero, conto a ele tudo o que aconteceu desde manhã. Ele me ouve atentamente e quando termino ele me puxa para seus braços.
Deitamos na cama e ele me alinha a ao seu corpo.
Ficamos assim, com ele mexendo em minhas mãos e me acariciando por um longo tempo até o começo do pôr do sol. Christopher não precisava dizer o que sentia em relação a tudo, e eu não precisava ouvir isso dele. Pelo simples fato de eu estar com ele, tudo muda no momento. Eu só precisava dele, do meu refúgio.
Levanto e pego a sacola, ele faz careta quando pega e dá uma espiada desanimado.— Confesso que não queria ir, mas depois dessa bomba é arriscado deixar você com aquela mulher de Deus.
Ele abre a sacola e sei que dará palpite. Deixando as camisas de lado, Christopher levanta e caminha onde estou e suas mãos segura minha cintura.
— Tem certeza que não quer que vá com você?
— Tenho. Fica tranquilo. Além do mais eu tenho que me arrumar. E provavelmente a mãe do Miguel estará lá, ajudando nas coisas. Não vou estar sozinha.
Christopher encosta a cabeça no meu pescoço. Assim como ele, eu também não queria voltar para a casa, mas sei que a essa hora tudo está no preparativo para o jantar, e como próprio confirmado por Scarlett, ela estaria lá.
— Então toma banho comigo? - Christopher insiste.
Aceito e tomamos banho juntos. Como era um pouco cedo, ele recusou a experimentar as camisas sociais na minha frente, dizendo que eu só veria a noite.
Ele me leva de volta e fica preocupado em me deixar sozinha até o horário marcado. Eu o beijo para não se preocupar e tento o tranquilizar mostrando o carro de Scarlett no estacionamento.— Te vejo daqui a pouco. - Ele diz com a testa junta a minha.
— Ok.
Entro e ao passar pela cozinha vejo umas caixas em cima dos balcões e uma mulher mais de idade preparando a comida com a ajuda de uma moça. Dois garçons estavam com a parte de arrumar a sala de jantar e logo vejo Scarlett desfilando o corredor.
— Deborah.
-— Oi.
Ela me abraça e dou desculpas que iria me arrumar para não puxar assunto desnecessário.
Quando passo na frente do quarto da minha mãe vejo a sua roupa em cima da cama e sinto um pouco aliviada por ela não estar ali e sim no andar de baixo.
Tomo meu banho tranquila e coloco o vestido midi de alça, e depois de me maquiar, seco meus cabelos deixando deixando soltos. A hora passa e quando escuto a campainha vindo de baixo me apresso colocando meu tênis branco.
Espero na escada enquanto minha mãe recebe Miguel e o pai dele, que por sinal estão muito bem vestidos.
Quando comprimento o pai de Miguel depois de comprimenta ló, sinto que me olha, ou talvez seja minha mãe por eu estar usando tênis.
Bato o meu celular na mão impaciente esperando Christopher responder minhas mensagens enquanto os convidados se acomodam na sala. Fico vendo minha mãe com a maior naturalidade no seu belo vestido como se nada estivesse acontecendo hoje de manhã, e também a descoberta sobre meu pai. E ao pensar nisso, fico na dúvida se Scarlett teria a ajudado nessa parte.
A campainha toca novamente chamando atenção de todos.— Eu atento.
Não espero e corro até a porta e fico um pouco desapontada por ser os Thompsons.
Francine sorria toda alegre ao passar por mim agradeço o seu presente. O Sr Thompson acena com a cabeça. Thomas me beija e por último entra Richard que susurra no meu ouvido que estou bela.
Nem o presente de Francine desperta a minha curiosidade e o deixo de lado por causa da minha preocupação com Christopher.
Penso em ligar mas não seria adequado eu sair da sala enquanto todos estão a mercê. Fico de pé atrás do acento de Richard e Thomas levanta ficando ao meu lado.— Calma. Ele já aparece.
Não respondo e quando o garçom que minha contratou aproxima, recuso a bebida educadamente, e a dúvida se Christopher viesse me atinge quando percebo que a conversa está no rumo final.
Minha mãe, Katherine levanta animada e anuncia que a noite, então começaria, e os convidados que sorri, levantam se direcionando para a sala de jantar.— Devo confessar que estou ansioso assim como você para conhecer o tal Christopher. - Richard sorri com as mãos no bolso enquanto olho para a porta.
Já conformada que ele não viria, ouço alguém bater e não deixo de sorrir ao abrir a porta e ver ali parado que levanta a cabeça.
— Desculpa, eu...
Não o deixo falar e agarro seu pescoço colando nossos lábios. Ele, meio nervoso me segura e então me beija.
Percebo que Christopher usava o perfume que amava e fico feliz por ver que ele se esforçou para estar aqui, com o cabelo arrumado, e todo alinhado na camisa social que Thomas comprou, era duvidoso se não tinha pedido ajuda do irmão.— Aqui, para você. - Pego a rosa branca.
— Obrigada. Agora vem.
Fico animada e coloco a rosa na pequena mesa do corredor e antes de Richard se aproxima Christopher sussurra no meu ouvido e sinto-me envergonhada;
— Será difícil te olhar o jantar todo nesse vestido colocado sem ter pensamentos impuros. E espero ter a minha sobremesa depois.
Abaixo o olhar para disfarçar e Richard aperta a mão de Christopher.
— Suponho que é Christopher, o namorado da Deborah.
Antes de Christopher falar, apresento um ao outro.
— Christopher, esse é Richard, um grande amigo da família que chegou hoje. Richard, esse é o Christopher, como você já sabe.
— Bom te conhecer. - Christopher balança a cabeça enquanto olha para Richard.
— Igualmente.
Thomas vem nos chamar e espero eles irem na frente. Christopher segura minha mão e fica um pouco tenso quando todos nós olha. Minha mãe não consegue disfarçar a cara de espanto e Richard puxa assunto com o pai de Miguel. Sentamos de frente para Scarlett e Miguel e mexo na mão de Christopher em cima do meu colo enquanto os pratos são servidos.
Os primeiros minutos do jantar, podia se dizer que era só tensão, mas logo passou e até minha mãe voltou a sorrir falsamente.— Fiquei sabendo meio que por cima Deborah, que você irá morar com Charlie.
O assunto que Robert, o pai de Thomas toca faz com que eu olho imediatamente para minha mãe antes de dar atenção as suas palavras.
— É. Provavelmente sim.
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Até a última Lua
RomanceDeborah Philips vinda de uma família muito bem requisitada, é o exemplo de uma adolescente doce que trata o seu próximo com gentileza mesmo com a separação de seus pais em tempos de recaídas pelo passado. Quando Deborah se encontra no seu último ano...