Pela primeira vez em anos não desejei a mim mesma acordar na escuridão, o lugar que merecia pelo resto da minha vida. Pela primeira vez não deixei que o sentimento da saudade me atingissem logo de manhã. Eu queria acordar e agradecer Christopher por fazer me desejar isso. O horário marcava nove e meia, a cama ao meu lado estava vazia e a porta aberta.
Visto meus tênis e encontro Christopher na cozinha.— Ninguém acordou ainda? - Pergunto coçando os olhos. Estranhei o silêncio.
— Pra eles ainda está de madrugada. - Se inclina e beija meus lábios em um estralo. — Bom dia. Dormiu bem?
— Dormi, obrigada. - Puxo as mangas da minha blusa. Christopher pega um prato grande com paes, queijos, canecas e cereais.
Voltamos para seu quarto e comemos em silêncio. De vez podia notar Christopher me observando.
— Você está melhor? - Christopher passa a mão na boca limpando e coloca o prato vazio de lado.
— Estou. Eu preciso voltar.
Dou apenas um tchau a Christopher com um aceno e entro na casa de Lisa.
Eu queria abraçar, beija-lo. Mas não o fiz.***
Não sabia. Não entendia do porque minha mãe se exalta tanto com coisas de tão pouco importância comparado aos nossos problemas, que realmente tinha significado comparado a isso.
Ela está com raiva. Furiosa. Seus gestos ao gritar demonstrava isso.
Não fazia ideia das palavras que saia de sua boca. Meus pensamentos estavam longe.
Sai da casa de Lisa depois do almoço e ao chegar, a minha doce mãe me esperava para tirar satisfações do porque eu estar indo dormir com uma desconhecida.
Ela não é uma desconhecida. Você. Talvez. Para mim. Pensava comigo mesma.
Ela não perguntou se eu estava bem. Se eu precisava de um abraço por causa da noite passada, por causa do meu passado, o passado que ela fazia questão de jogar na minha cara.
A falta do colégio de hoje também não passaria abatido. Cada falta. Uma ligação para os responsáveis.— Entendeu Deborah? - Pergunta aos berros.
— Sim. - Assedi e me levanto. — Agora posso subir? Preciso estudar.
Ela bufa e sai me deixando sozinha olhando para o nada.
Subo e vou dormir.— Hannah?
A visão era clara. Hannah estava a minha frente. Distante. Feliz. Vindo ao meu encontro sem me notar. Aceno e grito o seu nome... Nada.
O vento balança meu vestido. Meus cabelos voavam sobre meu rosto.
Olho para mim e percebo que estou vestida com a mesma roupa. Amarela com pequenos ursinhos morrons. O vento aumenta, e o som do freio me faz gelar ficando no mesmo lugar.
Hannah não para de andar... Por que ela não para de andar? Ela tem que voltar. Meu avô sai do carro indo atrás dela.
Corro. Corro o mais rápido que consigo. A luz atinge meus olhos me cegando e tudo se apaga em total escuridão.
Hannah se foi.— Ei, calma, sou eu, a Luci. Deborah calma, respira.
Abro os olhos e Luci me abraça. Meu corpo treme. Minhas mãos estão geladas. Estou nervosa, suando, com medo.
Não. Não. Não. Isso de novo não.
Se afastamos e Luci segura meu rosto em suas mãos afastando os fios do meu cabelo.— Pesadelos de novo meu bem?
Assedi limpando meu nariz.
Vi a preocupação no rosto de Luci e me senti ocupada. De novo pesadelos. E de novo Luci. Ela não desistiria de mim.
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Até a última Lua
RomansaDeborah Philips vinda de uma família muito bem requisitada, é o exemplo de uma adolescente doce que trata o seu próximo com gentileza mesmo com a separação de seus pais em tempos de recaídas pelo passado. Quando Deborah se encontra no seu último ano...