Capítulo 28 - [Parte I]

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Como minha mãe tinha ordenado, estava eu descendo as escadas enquanto arrumava o cabelo em um rabo para não mostrar que tinha acabado de levantar a poucos segundos.
Me direciono até a sala e gelo ao ver quando Ashley levanta do sofá passando as mãos nas coxas. Minha mãe está de pé de braços cruzados já na entrada, e sabia que algo de ruim viria. 

— Não sente falta de nada Deborah? - Minha mãe não se contenta. — Tipo um colar?.... Tipo uma merda de colar?? - Se exalta.

Continuo calada e tento pedir perdão para Ashley com o olhar e percebo que ela fica sem jeito por causa do momento.

— Nunca pensei que você se daria a essa humilhação Deborah.

Levanto minha cabeça para minha mãe que aumenta sua narina por causa da respiração forte e não entendo do por que tanto jogar na cara até Ashley explicar.

— Deborah, ontem algumas pessoas invadiram o colégio e causaram um grande estrago trazendo prejuízo para a ala de esportes, e achamos o seu colar perto da piscina. - Ela coloca sobre a pequena mesa no centro da sala minha correntinha. — E não foi só isso... Camisinha e garrafa de bebida também foram encontrada.

— Droga. - Resmungo para mim mesma e Ashley parece estar decepcionada.

Ela pega sua bolsa e toca meu ombro e antes de ir fala com sinceridade;

— Eu sinto muito Deborah.

Não tinha o direito de ficar brava com Ashley porque a culpada era eu, e só tinha que me preparar para a bomba relógio.

— Eu posso explicar...

— Explicar o que? Hum? Vai me dizer que está apaixonada? Que ele diz te amar até o momento que você se deu ao limite da pouca vergonha que restava e acabou sedento e abriu as pernas para ele. - Ela praticamente cospe suas palavras. — Você não me engana, e principalmente aquele rapaz que não tem onde cair morto. E saiba você que não irá demorar muito até ele te mostrar a realidade depois de te usar até o último momento. E eu, não estarei aqui, nem para dizer eu avisei.

Impeço minhas lágrimas de caírem e engulo em seco ao tomar coragem fazendo ela parar no mesmo lugar.

— Você nunca esteve comigo, a não ser, fazer o melhor que sabe. - Olho no fundo de seus olhos. — Você sempre teve o prazer de jogar as coisas na minha cara como se tudo fosse culpa minha, você me ajudou a criar a minha própria prisão, e nunca se esforçou, nem o mínimo para fazer o seu papel como mãe.

Pelo seu olhar, ela havia entendido minhas palavras já que diz com naturalidade me atingindo em cheio.

— Você vive na sua própria prisão porque a mereceu. Você se conteteu em se apressionar a escuridão e sabe que lá fundo nunca conseguirá se libertar de fato com o seu passado pobre que carrega nas costas. E não será eu que morrerei com essa culpa.

Katherine some e a minha raiva faz com eu pegue o primeiro objeto e a tire na parede fazendo vários pedaços do vaso de vidro cair por todo os lados.
Sento no sofá e cubro meu rosto sentindo minhas lágrimas molhar minhas mãos.
Tento me acalmar e estranho Luci não aparecer, talvez esteja fazendo alguma compra para o jantar de hoje.
Troco minha roupa e vejo uma ligação perdida de Lisa e logo saio a caminho da casa dela.
Dou o meu anel como forma de pagamento para o táxi já que não peguei nada quando sai às pressas.
Entro na casa de Lisa e não consigo segurar as poucas lágrimas que ainda me restam. Ela desce as escadas sorridente e não deixo de perceber a mala preta perto do armário.

— O que aconteceu meu amor? - Lisa toca meu rosto. — Deborah o que houve?

Tento responder mas quando Luci aparece na cozinha com um copo de vidro na mão sabia que algo estava errado.

Até a última LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora