— A próxima corrida será a gente. - Avisa.Que?
Tento pegar o seu braço e ela some entre as pessoas. Peço licença e consigo passar pela multidão.
— Deborah?
Me viro e Miguel larga rapidamente a moça que estava e para na minha frente.
— Ué, pensei que você não quisesse vim.
— É, eu não queria. Mas... É, uma amiga me trouxe...?!
O seu nossa soou como uma surpresa e para não perder Tiffany de vista peço licença e saio a procura dela.
— Onde você estava? - Toco seu ombro e ela se vira e coloca o pulseira em mim.
— Vem.
Tiffany parecia mais alegre e isso me fez questionar se ela havia bebido.
Outra multidão se formou, mas agora com mais pessoas e muito dinheiro rolando solto entre eles em apostas.
Todos estavam posicionados com motoqueiros a mais, fazendo assim a distância entre eles serem menores. E ao passar atrás deles seguindo Tiffany enquanto eles ainda se organizam, vejo Christopher que cai na gargalhada conversando com um cara ao seu lado junto com uma menina que apoia seu braço no pescoço dele, ele não parece se importar e continua bebendo sua latinha de cerveja.
Tif senta de frente para o seu namorado cruzando suas pernas na cintura dele dando um cole da sua bebida de garrafa, e me pergunto se eles não tem medo de fazer isso alcoolizados.
Outra buzina é tocada e o povo se afasta e os corredores se arrumam em suas posições. Em cada moto com os rapazes, as meninas se ajeitam a frente deles como Tiffany fez ou se posicionando atrás deles sem apoio nenhum, a não ser o pequeno ferro ao lado da moto para se segurarem.
Um corredor que passa as pressas por mim para perguntando se não vou ou vou ficar parada ali. Nego e ele volta me puxando a força pelo pulso perguntando porque estou com a maldita pulseira se não vou. Sinto um grande ódio de Tiffany que fez isso comigo. Ele monta em sua moto sem paciência e o seu olhar me dá certo medo. Ele se afasta para mim se sentar a sua frente e rapidamente nego, fazendo ele revirar os olhos irritado. Tento negar indo para trás mas só foi olhar para frente com o vento batendo em meu rosto vejo Christopher, que ri de mim com a garota passando as pernas em volta dele agarrando em seu corpo.
Impaciente o rapaz bate em meu braço me apressando com as mãos.
Não preciso nem tirar a prova de Christopher com certeza deve achar que não tenho coragem, como o seu sorriso de merda mostrou.
Subo e o rapaz acelera, não me importando se estou vestindo um vestido acima do joelho, e tudo que consigo ver e a escuridão por estar de olhos fechados. O impulso me fez se inclinar e me forçar segurar firme. Meus cabelos batia fortemente em meu rosto com o vento que passa por meu corpo quente pela adrenalina deixando minha pele arrepiada. Meu estômago se remexe me alertando que logo jogaria tudo para fora em poucos instantes.
A cada movimento da moto me fazia prender-me mais em uma posição que me deixaria dolorida.
Não aguento mais o medo que me consome. Abro os olhos e a multidão vai ficando cada vez mais distante, o barulho que estronda fazendo eco me faz olhar para o lado onde passamos e vejo que no chão havia uma menina com as mãos no joelho perto da moto quebrada e o rapaz estava jogado de barriga para baixo, com essa cena que passa como um borrão, grito desesperadamente até a moto freia. Sem pensar saio da moto e ao pular como o pequeno impulso acabo virando o pé seguido por choque rápido.
Não olho para trás como um só objetivo. Corro de volta passando pela menina que grita pedindo ajuda pelo rapaz que não acorda com os seus leves tapas no rosto.
A multidão ainda grita delirando e não faço questão de olhar para trás para ver o motivo de tanta agitação. Fico em um canto e coloco a mão sobre a barriga tentando não vomitar ali, no meio de tanta pessoas.— Deborah, você tá bem?
A voz de Miguel me faz respirar aliviada assim que soa em meus ouvidos.
Ele se aproxima preocupado e toca meu ombro me ajudando a ficar reta.
Assim que dou um sinal que soltaria tudo para fora, Miguel desiste de perguntar como estou e percebe que não estou legal.
Ele me direciona até um canto segurando minha mão e ao me inclinar solto tudo para fora. Miguel segura meus cabelos.
Cuspo tudo limpando a boca nas costas da mão passando no meu vestido branco que agora está sujo e nojento.
Ele olha em meus olhos e me manda esperar até que volte com água. Arrumo meus cabelos para trás me arrependendo de não ficar naquela festa chata do colégio com Thomas, em vez de ficar aqui, toda suja, enjoada e com uma dor insuportável no pé.
Thomas volta com um copo transparente cheio de água, e um guardanapo. Cuspo a água que coloquei na boca na tentativa de limpar-la.
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Até a última Lua
RomanceDeborah Philips vinda de uma família muito bem requisitada, é o exemplo de uma adolescente doce que trata o seu próximo com gentileza mesmo com a separação de seus pais em tempos de recaídas pelo passado. Quando Deborah se encontra no seu último ano...