O vôo de Christopher era a tarde, então teríamos que sair logo após o almoço. No relógio marcava onze e cinquentinha.
Ele aperta minha cintura e percebe que estou nervosa.— A gente vai se ver logo. Eu prometo. - Me dá um beijo rápido.
Perguntei se Christopher estava bem. Percebi que seus olhos além de fundos estavam longe e suas mãos estavam geladas. Estava nervoso por voltar, era o que ele me dizia.
O barulho do relógio na parede me deixava apreensiva e Christopher segurava forte minha mão por baixo da mesa enquanto conversava com a minha avó. Espero na porta enquanto ele pega suas coisas no quarto.
— Ele vai voltar quando você menos esperar. - Lisa coloca as mãos no bolso de trás e se encosta no batente na porta.
Sorrio, minha avó me beija, quando Christopher desce se despede dele dizendo que a casa está a sua mercê quando voltasse, e que tinha gostado da sua companhia. Era um rapaz respeitoso ao seus olhos.
Entramos no carro e sentamos juntos no banco de trás enquanto Lisa nos levavs até o aeroporto.
Encosto minha cabeça no seu ombro.Quando chegamos sua mão aperta a minha e espero ele se despedir primeiro de Lisa.
— De cuida menino. Toma juízo nessa cabeça.
— Pode deixar doutora.
Ela ri e volta para o carro. Christopher me abraça forte na última chamada e sabemos que uma parte de mim também estará indo. Ele ergue meu queixo.
— Daqui duas semanas estarei de volta.
— É muito tempo. - Resmungo e ele ri.
[...]
Voltamos para a casa e no último dia de festa da cidade fiquei animada em ajudar, só não muito por Christopher não estar presente. Mais os poucos dias que estávamos juntos, valeu a pena.
Lisa e eu rimos muito que até Luci ria da nossa cara e logo depois das dez me recolhi para descansar.
Secando os cabelos na toalha sento na cama e uma folha dobrada cai debaixo do travesseiro. A pego.
Ao ver as letras logo sabia que se tratava de uma carta simples e fiquei surpresa por ser escrita a mão pelo Christopher. Era claro que ele deixaria em um lugar que podia ser de fácil acesso já que me mandar mensagem avisando não teria como já que meu celular havia ficado na casa da minha mãe. Provavelmente Christopher a deixou aqui quando subiu para pegar suas coisas. E então, segurando meu colar começo a ler...Devo confessar que não sei como se começa uma carta, ou como faz uma. Mas sei que olhando para você agora enquanto dorme, sei que vai valer cada pedacinho do meu tempo por você! Ou cada bobagem escrita.kkk.
Queria apenas te agradecer por ser forte o suficiente e ter exposto a mim os motivos que causam seus pesadelos, por ter me dito cada palavra, por ter voltado ao passado só para me mostrar como és por dentro. Como é o medo que te aflige.
Todos temos um ponto fraco Débora e agora sabendo de tudo queria que parasse e pensasse em você. Certamente você queria ouvir palavras vindas de mim para que você pudesse enfrentar, ou tentar lhe dar com a morta de Hannah. Sua avó me contou cada detalhe daquele momento, de como você reagia ao ver tantas pessoas afetadas por uma grande perda, mas no fundo, eu sei, e sei que você também sabe, que nada daquilo foi culpa sua!
Já parou para se perguntar se os papéis fossem invertidos? Se fosse a Hannah no seu lugar? Provavelmente ela também ficaria arrasada. Mas você no lugar dela? A perdoaria? Se pudesse voltar depois da morte para consolar-lá, certamente você a perdoaria por um acidente que não foi causado por ela. Então, pare e pense. Não podemos mudar o passado, mas podemos mudar o futuro, se quisermos. As vezes não queremos porque por um simples deslize estamos lá de novo, se culpando, repentinamente vezes sem cessar.
Mas queria que soubesse que certamente Hannah teria lhe perdoado. Não a conheci, mas o pouco que sei sobre vocês já me faz ter a capacidade de que sua irmã queira te ver feliz.
Por favor Deborah, não limita do que o mundo tem a lhe oferecer.
Não sou bom com isso, não gosto de rodeios em uma folha em branco a ser preenchida. Mas fiz algo que gostaria de receber. E certamente, o mesmo com você.
Talvez falar, podemos esquecer, mas em palavras escritas podemos reler.
CHRISTOPHER.
E.....
Feliz aniversário pequena.~•~
Votem!*
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Até a última Lua
RomanceDeborah Philips vinda de uma família muito bem requisitada, é o exemplo de uma adolescente doce que trata o seu próximo com gentileza mesmo com a separação de seus pais em tempos de recaídas pelo passado. Quando Deborah se encontra no seu último ano...