O cheiro de café fresco ao descer fez com que meu estômago desse sinal de vida, depois de muito tempo me via com fome.
— Olha quem está acordada a essa hora em pleno sábado. - Sento na arquibancada. — Dormiu bem meu anjo?
— Dormi sim Luci.
Ela estende meu prato junto com minha xícara de café fazendo a volta e senta ao meu lado onde se serve para comer junto comigo.
— Deborah não queria te deixar hoje mas tenho que ir ver minha neta. Minha filha disse que ela passou mau depois da cirurgia e precisa da minha ajuda em casa.
— Sem problemas Luci, eu entendo. Pode ir eu vou ficar bem.
Luci sorri para mim e acaricio sua mão que está pousada em meu joelho. Luci se recusava a me deixar, ela sabia que eu não era forte o suficiente para ficar sozinha em casa, apesar de anos ela ainda achava que teria uma recaída, ainda mais sem o meu pai que era o único a me olhar quando não estava ocupado.
— Eu já avisei a senhora Katherine e o seu almoço está no congelador e só descongelar e esquentar no microondas.
Terminamos de tomar café e fico um pouco ali com Luci enquanto lavava as louças, até uma batida no patente da porta chamar nossa atenção para o segurança parado na entrada com as mãos juntas na frente do corpo.
— Senhorita Phillips, vista. Um tal de Christopher....
— Pode deixar entrar.
Ele se retira e Luci me olha com um expressão que não me agrada.
— Que foi?
— Melhor você ir se trocar.
Caio em mim quando percebo que ainda estou com minhas roupas de dormir. Levanto-me as pressas e ao sair volto para dar um beijo em Luci a desejando uma boa viagem até a casa de sua filha e melhoras para sua neta.
Subo as escadas e fecho a porta de meu quarto indo até o guarda roupa pegando uma roupa folgada e vou me trocar no banheiro.
Depois de vestir um vestido amarelo de alça fina estampada com pequenas flores bracas volto para meu quarto e Christopher me olho sem expressão alguma no rosto.
Sorrio sem graça como uma forma de comprimenta-lo e tudo que ele consegue fazer e jogar sua mochila no chão e se senta quase deitando na minha cama.
Vou até minha plateleira onde guardo meus livros e as pegos colocando em cima da cama junto com as apostilas. Vou até a mesa e pego meu notebook e me sento na outra ponta na cama. Abro meu notebook e Christopher começa a pesquisa nos livros.
Em poucos minutos começamos o trabalho, enquanto eu digitava ele me falava o que fazer e como fazer. Depois de fazer uma boa parte e ele respondendo todo concentrado em uma folha rascunho, estico meus dedos e para minha surpresa Christopher pega meu notebook colocando em seu colo onde se concentra na tela a sua frente, e então termino de responder e a fazer as pesquisas nos livros. E assim ficamos por duas horas, quando não aguentava mais ele me olhava e voltava ao trabalho dizendo para parar um pouco enquanto ele terminava a primeira parte. Poucas palavras foram ditas entre nós só relacionados às várias folhas a nossa frente.— Vamos descer? - Pergunto e só vejo seu olhar subir para prestar atenção na minha pergunta.
— Pra?
— Almoçar?! - Levanto a tela de meu celular para ele mostrando a hora.
Christopher coloca meu notebook na cama e se remexe resmungando pela dor nas costas, e ao levantar os braços vejo uma de suas tatuagens de um símbolo parecido com algum mapa escondido um pouco pela manga de sua camisa no seu braço superior.
Percebo que ele me pega observando sua tatuagem quando abaixa o braço me olhando com a testa franzida.
Saímos de meu quarto depois de arrumar o trabalho em ordem e guarda tudo no lugar novamente.
Quando chegamos na cozinha vou até a geladeira e percebo que Luci havia feito comida a mais. Era claro que ela sabia que ele viria aqui, só não tinha a certeza de que almoçaria.— O que é isso? - Christopher aponta com dedo enquanto tiro a embalagem do suporte.
— Comida?! - Dou de ombros e ele se aproxima ficando ao meu lado.
— É sério que vocês comem isso? - Balanço a cabeça como uma forma de dizer que era o óbvio, e ele se encosta em mim ao pegar a embalagem colocando no outro lado, em um gesto rápido me afasto chamando sua atenção e ele ri.
— Que foi? - Pergunto ainda vendo seu sorriso de canto sem mostrar os dentes.
— Vem. Vamos comer algo que realmente preste.
Ele se vira perguntando se não iria já que fique ali, parada.
Depois de andar alguns quarteirões chegamos em uma lanchonete vermelha com algumas pedras brancas que se destacava na parede com um imensa janela na frente ao lado da porta de entrada. Christopher empurra a porta e me espera entrar. Sentamos de frente para o vidro que nos dava a visão completa da rua a frente. Um garçom se aproxima e cumprimenta Christopher que o responde com um toque de mão, ele coloca dois pratos de hambúrgueres junto com porções de batatas fritas e pergunta nossas bebidas a Christopher que responde um suco para mim e a ele uma bebida alcoólica.
Não faço questionamentos a ele sobre o pedido mas fico me perguntando se ele tinha o costume de trazer meninas aqui já que conhecia o garçom ao ponto de trazer a sua comida sem o pedido.
Fico o olhando pegar o guardanapo e dar a primeira mordida no seu hamburguer.— Vai ficar aí me olhando em vez de comer ou vai me dizer que nunca comeu em uma lanchonete?
— Claro que já! - Rebato. - Só que é muita coisa.
O escuto resmungar um "fresca" e quando nossas bebidas chega começo a comer deixando o ketchup escorrer pelo meus dedos.
Deixo a metade do meu lanche no prato sem ânimo de comer minha batatas fritas que Christopher as pega e come sem esforço algum.— O que você pretende fazer nas férias de verão? - Arisco perguntar, Christopher por sua vez apoia seus braços na mesa tomando sua bebida.
— Sei lá. - Dá de ombros e foco minha visão para o lado de fora para não ter que ficar o olhando sem opção em um clima constrangedor. — E você? O que tem planejado?
— Provavelmente vou passar com o meu pai, mas até lá tem muito tempo ainda. - Começo mexer no meu pulso brincando com minha pulseira.
Christopher fica me olhando e isso me deixa desconfortável até ele largar seu copo dizendo para irmos. Ele pede para que fique o esperando enquanto vai no banheiro e aproveito para ir até a fila pagar o lanche. Quando chega minha vez pego minha carteira mas em um gesto rápido, as mãos de Christopher me puxa junto com o cartão para fora da lanchonete chamando atenção das meninas que estavam atrás da gente na fila.
— O que você estava fazendo?
— O obvio. Pagando o que a gente comeu. - Ele faz um cara feia para mim como se eu tivesse acabado de quebrar alguma regra sua.
— Não é preciso, eu como aqui de graça. - Explica.
— Mas eu não. - Me viro e ao abrir a porta Christopher me puxa pela cintura me colocando a frente dele na calçada para andar.
— Larga a mão de querer ser princesinha mimada e vamos embora.
Não questiono mesmo contra vontade e voltamos para minha casa onde ele pega sua mochila pedindo uns do meus livros emprestados para fazer as pesquisas da outra parte do trabalho. Empresto e ele vai embora sem dizer nada a não ser que cuidaria dos meus livros.
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Até o próximo capítulo.
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Até a última Lua
Roman d'amourDeborah Philips vinda de uma família muito bem requisitada, é o exemplo de uma adolescente doce que trata o seu próximo com gentileza mesmo com a separação de seus pais em tempos de recaídas pelo passado. Quando Deborah se encontra no seu último ano...