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n a t h a n     c l a y t o n

Algo estava acontecendo comigo. Eu não sei dizer ao certo o quê ou quando isso começou, mas eu estava mudando. Quando me olhava ao espelho ainda continuava a ser eu com o mesmo aspeto de garoto intrigante de sempre, as pessoas adoravam isso, mas por dentro eu nunca estive tão fodido quanto agora. Eu deveria saber o que fazer, eu sempre soube sublinhar meus objetivos e correr para minhas metas. Mas eu estava perdido como em um labirinto enorme que me confundia com seus caminhos iguais e no qual eu me perdi sem ao menos perceber.

O Nathan de antes talvez se salvaria. Ele era egoísta e um filho da puta que sabia o que queria, ele não se importava com merdas alheias, ele brincava com as situações e o único com quem ele se importava era consigo mesmo. Sempre foi assim nos dezoito anos de sua existência. Diz-se que quando você coloca uma espécie em outro habitat, ela nunca mais será a mesma. Algo muda nela e talvez eu tenha sido alvo disso também. De repente, eu me vi convivendo com um monte de gente adornada de dinheiro em seus bolsos e vivendo em mansões repletas de pura insignificância. Tal como ela. Ela que com seu jeito mimado, me fez odiar ainda mais cada ser daquele colégio de merda. As pessoas de lá simplesmente se vêm com demasiado poder em suas mãos e a única coisa que fazem é rebaixar quem vêm à sua volta. Eu não os culpo por isso, seus antecessores os ensinaram assim.

Mas havia algo mais. De um momento, toda a bobeira que saia da boca dela se transformava em um mero escudo que ela usava para se defender e afastar toda a gente. Talvez tenha sido sempre isso e eu apenas tivesse parado para reparar nisso naquele momento. Não importava mais, nosso trato tinha acabado e era hora de seguir. O Nathan de antes poderia finalmente voltar. O velho babaca sem compromisso poderia foder qualquer garota mimada daquele colégio. Mas eu não o senti retomar à minha pele como eu achei que fosse fazer, eu não me exergava mais daquela forma. Eu não poderia sentir o mesmo que antes, meu habitat foi me tirado e eu mudei. Alexis tinha sido a razão disso. A-le-xis.

"Nat?" Sua voz se arrastou pelo frio da noite como uma chama quebrando o gelo, este se devidindo e criando um enorme precipício em que eu poderia facilmente cair por um pequeno passo em falso. Quando meus olhos pousaram sobre a sua figura, eu não tive reação. Permaneci apático apenas observando cada linha do seu corpo e cada detalhe em seu rosto. Ela parecia um anjo que por um mero acaso caiu do precipício do paraíso e veio para uma cidade tão podre quanto Springdale. Mas eu via a luz desse anjo se apagando a cada minuto. Ela não estava como no começo quando eu a vi pela primeira vez, ela não se encontrava tão detestável e irritante como eu vi a mimada garota no dia em que cheguei.

Lexi não estava me esperando. Ela não estava arrumada e maquilhada como ela sempre se fazia mostrar. Mas mesmo assim eu via a merda da sua beleza em seus olhos inocentes e pesados. Seu rosto não estava coberto por camadas de base e eu podia notar algumas sardas pelas suas bochechas, assim como um breve hematoma roxo a baixo do seu olho. Minha testa franziu e eu não me contive em levar minha mão para afagar sua face, meu dedo deslizou pela parte machucada e seus olhos se fecharam quando seu nariz se torceu em uma careta de dor.

"Quem fez isso com você?" Eu queria ouvi-la proferir um nome. Bastava um nome para eu tratar do resto do assunto. Faz algum tempo que eu venho sentido essa estranha obrigação de proteger a sua sombra. Eu odiava a ver destroçada e isso era uma porra do caralho pois me sentia depende de alguém. Sempre fui egoísta em apenas me importar com a minha pele mas, novamente, eu tava mudando.

Lexi não me daria uma resposta. Seus olhos verdes me olharam tristemente e ela quis recuar e me deixar mas eu não a permiti, não ainda pelo menos.

Eu a beijei, foi genuíno por parte de ambos e eu não sabia quanta falta ela me fazia até nossos lábios se tocarem uma vez mais. Cada centímetro do seu corpo me sucumbia a uma necessidade que eu desconhecia completamente. Era como se segundos fossem bem menos que isso e o tempo se esgueira-se por entre os meus dedos contra a minha própria vontade, eu queria mais e mais. Rasguei sua blusa quando a ansiedade tomou conta de mim e eu não quis alongar meu sofrimento de esperar pelo momento certo. Não havia momentos certos, isso era apenas a merda de uma porcaria de formalidade. Ela resmunga algo e eu ataco sua boca antes que arruinasse o momento, talvez eu já tivesse feito isso antes.

A sua pele ardia de uma forma tão bela e lúcida que me excitada. Era como se eu tivesse a descobrindo pela primeira vez quando nossos passados já se tinham cruzado antes. Eu me sentia Deus nessa porra com Lexi no meu comando e eu adorava esse poder que detinha agora. Eu queria levar esse anjo até ao inferno e fazê-lo ver os demónios que existiam em mim. Eu não era tão puro quanto ela, mas continuo o mesmo egoísta filho da puta incapaz de largar mão dela e a deixar ir. Só a ideia dá cabo de mim.

Aperto seus seios e vejo sua cabeça tombar para trás enchendo as paredes do seu quarto de gritos altos e excitantes. Eu me sentia cada vez mais apertado no tecido em que estava vestido como se nada fosse o suficiente. Lambo a extensão do seu pescoço e a ouço gemer em satisfação, céus, aplico um chupão forte em sua pele como que uma recordação para a garota mais tarde. Meus dedos apertam sua anca e sinto sua mão se esgueirar para cima da mim... porra. É tudo demasiado bom para eu saber sequer como o descrever. Seus cabelos escuros ondulam por suas costas livres e emolduram ainda mais aquilo que eu tenho para mim agora. Eu a desejava, caralho.

O som de nossos corpos nus a embaterem era o som perfeito para meus ouvidos estalarem de alegria. Meu nome saiu repetidas vezes por sua boca de tantas maneiras diferentes que deveriam ser considerados idiomas a quando meus movimentos de entra e sai. Eu via cada pedaço de pele tomar efeito, gritos que saiam sem contenção e as reviradas de suas esmeraldas verdes em pleno prazer, céus, eu estava quase chegando lá.

"N-nat... e-eu te amo." Sua frase soava bem a mim e eu podia sentir o valor genuíno com que fora dita. Eu já tinha ouvido vários eu te amos em toda a minha vida, vários a quem eu nunca correspondi, mas esse em particular eu gostei de ouvir.

Meu corpo continuou investindo, ela gritou, berrou e, caralho, como aquela imagem era perfeita a meus olhos. Pela primeira vez eu tava sentindo alguma coisa durante estes momentos, eu sentia alguma emoção revirar dentro de mim. Eu não sabia ao certo o que era mas eu poderia dizer que se comparava a um fogo interior que tava, já não quebrando, mas queimando o gelo em volta. Era algo novo e eu gostava.

"Lex..." Segurei forte na sua anca, me posicionando para a última estocada. Forte e profunda. Um perfeito final para esse capítulo que desceu em mim como forma líquida e foi transmitido para a garota que me tinha proporcionado tal prazer.

Eu poderia repetir isso vezes sem conta, sem me cansar. Eu poderia ficar a vendo delirar para o resto dos meus dias se eu fosse a razão disso. Eu a queria possuir, fazer com que mais ninguém a tivesse assim nenhum outro seria capaz de a fazer vir-se da maneira como eu faço. Seu corpo manter-se-ia exclusivo ao meu e meramente eu poderia tocar sobre a sua pele delicada e chupar seu pescoço como ela tanto gostava. Apenas eu.

Meus dedos se viciam em afagar seu cabelo suave e a garota se aninha em meu corpo, pousando sua cabeça no meu peito e fazendo do silêncio o plano perfeito para nós dois. Eu estava completo do seu lado, ao lado de Alexis Hastings, a garota mimada e irritante que eu detestava no começo.

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esse cap foi mais uma narração da parte do nat que eu achei importante fazer <333 espero que tenham gostado

xx Bush

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