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c h a r i t y     j a c k s o n

Então, era isso? O quarterback e a rainha do baile estavam juntos? Quão cliché isso soava aos ouvidos de todos? Quantas vezes você tem que ver um filme até ele virar real? Pior, até ele virar a sua realidade. E aqui estava eu. O terceiro elemento que tinha caído nos charmes de Nathan. Estúpida garota, você sabia que de qualquer maneira ele acabaria nos braços dela e mesmo assim o beijou. Por duas vezes.

Talvez eles estejam certos e eu realmente tenha um dedo horrível para escolher os caras de que gosto. Primeiro o Jacob, depois o Nathan. Quem se seguirá nessa lista?

"Querida, você tem que sair." Uma voz desconhecida me puxa de volta para onde eu tava e sou obrigada a encarar os olhos castanhos de uma velha. "Você está aqui parada à quase vinte minutos. Estava começando a me preocupar, pensei que tivesse congelada." Ela ri de sua própria piada.

Meu corpo estremece e eu olho pela janela, apenas confirmando que a paisagem estava parada e eu era a única ali dentro. Volto a olhar a mulher que tinha se afastando me dando espaço suficiente para eu passar e, assim, acabo bloqueando meu celular finalmente me levantando do banco.

"Obrigada." Acabo murmurando para ela, que apenas recebe minhas palavras com um sorriso simpático.

No entanto, eu não consegui corresponder. Eu não podia forçar um sorriso quando tudo estava escuro dentro de mim. Eu estava vivendo meu próprio inferno a olhos vistos e um passo para fora daquele avião deu inicio à minha estadia no meu pior pesadelo. Não havia como eu sair, era demasiado tarde e todas os rostos que eu queria ver agora estavam a quilómetros de distância. Em lugar deles, eu vi um outro que achei que não o olharia tão cedo. Mas aqui estávamos nós.

"Peguei sua mala." Ela fala, me mostrando o objeto a seu lado me deixando com uma leve ruga na testa me perguntando como ela sabia. "Você a têm entiquetada. CH, você escreve isso em suas coisas desde que a gente era criança."

Ela tinha razão. Era um método estranho mas eficaz para alguém desengonçado como eu.

Depois disso, um pesado ambiente de constrangimento surgiu entre nós. Não havia mais ninguém ali, todos os passageiros haviam ido embora sozinhos ou com suas famílias e apenas Phoebe ficou me esperando. Ah, e a mulher carismática de antes.

"Vem. Eu tenho meu carro ali na frente." Phoebe falou já que eu ainda não lhe havia dito nada. Ela manteve seu sorriso ridículo como se tudo estivesse perfeito e eu me vi obrigada a seguir ela, arrastando minha mala de rodinhas pelo alcatrão.

Um Honda City. Não havia carro que tivesse tanto a cara de minha querida irmã independente quanto esse. Era quase irónico a ver do lado dele e não achar que se completavam. Phoebe se apressa a abrir a mala e me pede para a colocar lá, e é assim que segundos depois estamos as duas fechadas dentro de um mesmo espaço como já à algum tempo não tínhamos esse contacto. Coloco o cinto e fito o vidro da frente, esperando ela dar a partida.

"Sabe, eu não quis acreditar quando a mamãe me disse que você viria." Ela coloca suas mãos no volante deixando o motor trabalhar.

"Isso faz duas de nós." Respondo, secamente.

Phoebe queima seus olhos em mim, suspirando. Seu cabelo castanho se encontrava mais curto agora, quase lhe chegando à altura dos ombros, as mexas lisas se enrolavam em cachos descaídos me mostrando o quanto ela se tinha empenhado para o nosso reencontro. Nesse tempo que ela teve fora, a gente não trocou uma única palavra. Eu a evitei com tudo o que pude e não posso dizer que haja uma razão onde ela tenha culpa por isso, apenas meus pais me rebaixando pelo seu sucesso tremendo na vida.

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