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e l l i o t     t h o m p s o n

O sol se ponha manchando o céu com tons rosa e amarelos por cima das nossas cabeças, nós três seguiamos pelas ruas vastas e vazias do lado pobre de Springdale enquanto éramos seguidos por olhares medonhos do interior das casas por que passavam. Os habitantes daqui nos deixavam claro que nenhum de nós era bem-vindo em suas ruas.

O silêncio se mantinha entre nós, Lexi seguia na frente nos indicando o caminho enquanto sua mão se pendia com a de Nathan que se encontrava logo atrás. Já Brinley vinha do meu lado, seu olhar se prendia ao chão e ela ia chutando alguma das pedras da calçada.

"Essa é a casa." Lexi diz, parando seus passos e agarrando na mão do loiro com mais força agora.

Com o vento gélido passando pelo meu corpo e me fazendo encolher na jaqueta, eu subi a cabeça para encarar a habitação em ruínas na nossa frente. Suas paredes tinham um ar degradado, as janelas estavam repletas de um musgo verde que preenchia as suas bordas e eu tinha a impressão que qualquer coisa faria aquela casa cair por inteiro.

"Vamos." Brin toma a dianteira e se direciona para a porta de madeira velha.

Eu, Nat e Lexi a seguimos ficando apenas dois passos atrás de seu corpo. Eu sabia que Brin tava tentando fazer a corajosa nesse momento, mas minha intuição me dizia que ela tava tão assustada como qualquer outro.

Sua mão se fecha em um punho e ela fricciona os seus nós dos dedos algumas vezes na madeira, esperando em seguida. Ninguém se habilitava a dizer uma única palavra o que piorava toda a situação e me deixava desconfortável por estarmos fazendo isso, mesmo que eu soubesse que precisavamos de informações vindas desse cara para resolver a investigação.

Exatamamete um minuto e meio depois, a porta de madeira velha se abre, deixando aparecer a imagem de um homem vestido com uma camiseta branca que deixava aparecer algumas de suas tatuagens pelos braços. Na mão com que ele segurava a porta, restringindo a nossa passagem ao interior, eu pude ver alguns anéis em prata que ele usava nos dedos do meio. A sua façanha era tão horripilante ou mais como a que eu me lembrava de ter visto na foto que Brin me encaminhou hoje de manhã.

Além de ter um ar mais velho e acabado, o homem tinha deixado seus cabelos maiores em um tom de castanho muito escuro e sua barba mal feita se estendida pelo queixo e maxilar.

"Quem são vocês?" Sua voz soou grave e nada amigável. Seus olhos escuros se estreitavam para nos encarar e eu me encolhia tremendo discretamente.

Brin deu um passo em frente tentando alguma proximidade, fazendo com que o homem intensifica-se o aperto de sua mão na porta me fazendo questionar por quando tempo a madeira duraria até se quebrar. Ela, então, parou e respirou fundo antes de falar.

"Nós gostaríamos de conversar com o senhor." Os músculos de Brin se tornaram rijos e suas palavras saiam sem hesitações.

O homem não pareceu gostar. O maxilar dele se contraiu e o olhar dele não mostrava mais que raiva e incómodo por nos ter ali.

"Eu não tenho nada para conversar com vocês." Ele se prepara para fechar a porta.

"Espere!" Dessa vez foi Lexi que se aproximou. A morena deu um passo em frente, se colocando ao lado de Brinley e, para surpresa de todos, o homem parou seus movimentos a observando de alto a baixo. Percebei que Nat trancou o maxilar observando a cena. "Meu pai conhecia você. Vocês dois costumavam consertar motores de carros na casa do meu avô."

"Eu lembro-me de você..." O homem abriu um sorriso sujo, parecendo interessado com a informação. "Há muito que um Hastings não me visitava. Seu pai sabe que está aqui?"

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