Capítulo 35 - Mi amor

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Acabei cochilando na rede, com o sol adentrando meus poros da pele, era uma sensação de queimação boa, e, acabou me fazendo ter sonhos eróticos, imaginando tocar na nudez da Manu e sentir os suspiros dela fazer parte dos meus. Quero que ela fique sedenta comigo, eu a desejo mais do que a Lia... No momento.

Senti que a mão dela ficou trêmula quando veio de encontro a minha, sinto que Manu se atrai por mim também, mas, sente medo de se entregar, por achar que está magoando a esposa dela. Antes que achava que tínhamos um desafeto, pode hoje ser um afeto.

Sinto algo subir em mim, e abri os olhos lentamente, era a Cíntia se deitando para dormir também, depois fechei novamente os olhos com direito a um sorriso.

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(Manu Narrando):

- Meu filho, você quer dormir também? Deseja comer algo?

Dizia olhando para Cíntia dormindo com a Karlia, estavam tão lindas juntas, parecia mãe e filha, ou, tia e sobrinha... Que é o que são.

- Quero brincar!

- Você tem o jeito todo da Lia... Cheio de energia sempre, né? Vai pode ir.

Dei um beijo nele e o soltei dos meus braços, o olhei por alguns instantes, meu olhar foi depois para Karlia e a minha filha. Joice ficaria tão feliz em ver também isso. Seríamos completamente felizes, com ela aqui. Como sinto falta da presença ruiva daquela mulher, e sinto que Lia está assim também.

Não deveria ter tocado na Joice, foi culpa minha. E não faço ideia como superar essa culpa.

- Senhora Facchini o café da tarde está pronto. - Avisou minha caseira.

- Obrigada meu bem. Vou chamar o pessoal. Devem estar famintos, menos Ícaro que escolheu brincar mais lá fora, poderia olhá-lo pra mim? Tenho medo de que possa abrir o portão e ir parar no mar. Ele é muito malandrinho...

- Claro, olho sim. Pode tomar seu café a vontade.

Quando ouço alguém me chamar de senhora Facchini, só consigo lembrar do meu casamento com a minha amada mulher, por que eu deixei tudo desmoronar? Joice já se foi, deveria me preocupar em viver com a mulher que dormia comigo todos os dias, e que se importa comigo.

- Meninas, despertem! Venham tomar café. - Cíntia acordou na hora. E já veio correndo em direção a mesa.

Karlia ainda não tinha despertado, fui mexer nela. E quando toquei, toma um susto e acaba me pegando no pulso fortemente, acabei caindo em cima dela na rede. Ficamos rosto a rosto e batemos a cabeça uma na outra.

- Aii!! - Exclamei meio sem entender nada.

E ficamos uns segundos nos encarando, o olhar dela era tão vívido, mas, parecia assustada.

- Desculpe, é que eu tive um pesadelo... Mas, agora parece que estou tendo sonhos maravilhosos. - Olhou pros meus seios discretamente.

Sorri brevemente, e, saí de cima dela, meio sem graça, foi aí que percebi que Karlia tem um desejo inquietante por mim, isso mexeu comigo, mas, tenho medo... De estar magoando Lia. Porque com ela não conseguia me deitar ultimamente, e, com essa sentir tanta vontade? Tem algo de errado comigo, posso sentir isso. Talvez porque eu ainda pense muito na Joice e eu ainda vejo Joice na Karlia, mas, sinto que conhecendo-a minha visão poderá mudar definitiva.

- Que pesadelo você teve? Sentei novamente perto dela.

- Eu vou me tornar princesa... Terei que suceder meu finado pai. E meu avô já conseguiu aliança de casamento com um príncipe de Dubai. Mas, minha avó me deu um tempo para eu aproveitar minha liberdade.

Karlia começou a chorar e eu a conforto no meu peito, demonstrando ter me sensibilizado com seu desabafo. Sentir sua respiração quente em meu peito e suas lágrimas descendo entre meus seios, me deu arrepios até a alma.

- Não vou deixar que te casem! Você fugirá comigo e a Lia...

- Você faria isso por mim? - Saiu do meu colo e me olhou.

- Claro, você já faz parte dessa família, nunca pertenceu a outra. Você foi vendida, isso é crime. O que pode fazer é denunciar aí não poderão te casar.

- Não posso fazer isso com minha avó e madrasta. Eu as amo.

Com isso acabou se levantando e indo em direção da pequena mata fechada da minha casa de praia. Havia lágrimas incansáveis naquele rostinho pálido dela. Levantei também e fui na minha filha que estava tomando café.

- Filhinha, mamãe vai atrás da Karlia, você promete ficar quietinha aqui dentro?

- Sim, mamãe. - Beijei a testa dela e fui atrás da Karlia.

Acho que fui meio insensível nas palavras, mas, foi a verdade, e a verdade é nua e crua. Todos sabem disso. Corri seguindo os rastros dela, deixados na areia, não era grande a área, mas, tinha como se esconder, depois do jardim que se localizava.

- Karlia! Me perdoe por ter falado aquilo. Eu não meço minhas palavras...

Ainda era silêncio, nada de resposta dela. Quando ouço o choro dela não muito distante, eu a encontro encostada num coqueiro, parecendo uma criança amedrontada, por ter visto algo que fugisse da sua realidade fantasiosa.

- Ohh meu bem... Ainda bem que te achei.

- Preciso de um tempo sozinha.

- Foi algo algo que disse?

- Não, é eu saber que você tem razão que me fez ter raiva de mim mesma. Vivi anos confinada e você me deu uma solução tão rápida, nunca tive alguém que dissesse isso a mim. E sou uma mulher bem instruída, de educação impecável e não soube pensar por mim mesma.

- Você contou isso a Lia?

- Não. Ela iria ficar arrasada...

- Ela iria acabar com seu avô, simples. Lia é mais direta nas suas ações do que eu, como já deve saber.

- Acha que devo contar a ela?! - Falou estando mais segura.

- Sim. Se você gosta dela de verdade, deve contar as coisas a ela.

- Como aprendeu a não se importar? De saber que eu e sua mulher transamos? - Olhei meio torto ao que Karlia disse. Tinha que ser irmã da Joice, para ser direta no que pergunta.

- Porque vejo nos seus olhos que me deseja também... E quis ficar mais com minha mulher para me mostrar que tem um forte poder feminino de dominação.

Karlia me olha séria, e, percebo a fala fugir no momento, então acredito que esteja quase na hora de pôr a Manu aqui em ação e mostrar meu poder feminino... Mas, será só quando menos esperar. Por enquanto vou apenas provocá-la.

- Você quis competir comigo.... Mas, agora te pergunto, foi gostoso sentar na minha mulher, num é? Ainda mais que deve ter pensado nas vezes que já sentei ali nela. Deve ter imaginado meu cheiro na Lia... Inúmeras vezes.

Karlia fechou os olhos e ficou meio tensa, mas, sabia que era excitação... E a mesma, permaneceu calada, como se estivesse refém das minhas confissões cobertas de provocações. Sentei do lado dela e continuei a perturbá-la nessa forma deliciosa, falando próxima a teu ouvido. Parecendo uma brisa contando seus segredos mais impuros... Com o mar.

- Quando gemia... Era pra Lia, ou, Era por saber que torturei Lia por eu não oferecer meu corpo por meses? E nisso quase enlouquecer sem mim... Mas, saiba que a minha mulher me deixa com as pernas bambas, e dá conta de mim e dava da sua irmã. Éramos um trio perfeito.

As Faces do Amor - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora