Capítulo 7

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Manu estava conduzindo a moto, fiquei abraçada nela, aspirando seu cheiro doce... E apertando seu corpo. Tive que me conter.

Devo ter em mente, que, em cada em falso que eu der, irá estimular outros na mesma harmonização. Karlia poderá ser um atraso na minha vida com a Manuela, ou, uma solução. Sei qual é o jogo da Karlia, mas, não sei qual é o da minha mulher.

Estávamos parando num lugar deserto, abandonado pela humanidade, onde as areias tinham tomado conta de quase tudo. Fiquei me questionando, o motivo de termos parado ali no meio do nada.

- O que é isso, Manuela? - Perguntei, já descendo e tirando o capacete.

- Você e eu. O que houve? - Tirou o capacete, e, jogou no chão.

- Queria saber também, mas, foi você que se afastou.

Ela começou a chorar, e, se virou de costas. Quando virou novamente para mim, começou a tirar sua roupa...

Foi quando vi marcas no corpo dela, como se tivesse preensado correntes, que eram objetos de tortura. Dizem que os padres, monjes da época, se torturavam, para sentir o sofrimento de Cristo, ou, forma de se punir por algo de errado que cometeu...

- Por que torturou seu corpo, assim? - Tentei me aproximar. E a vi recuar.

- Por isso não consigo me entregar a você... Pois, carrego culpa, dor, nesse corpo. Por favor, tire essa dor de mim! Eu matei duas pessoas... Minha alma, corpo estão impuros, ainda lembro da cena Lia!

- Então não é relacionado diretamente a Joice... E sim, ao que você fez! - Isso explicaria muita coisa.

- Sinto raiva de mim, e dor por perder alguém que mal conheci! Não sente isso? Não lamenta a morte de ninguém?

- Sabe do que lamento? Saber que todos os dias estou perdendo você! Joice não iria querer te ver assim... Ela iria querer que cuidasse junto comigo, dos seus filhos!

- VOCÊ NÃO SABE O QUE ELA ME DISSE! JOICE IMPLOROU PELA VIDA, LIA! E QUERIA VOCÊ LÁ! ONDE ESTAVA? FUGINDO DA POLÍCIA. POR CONTA DAS SUAS ESCOLHAS ERRADAS.

Não sei o que deu em mim, mas, acabei batendo no rosto dela de forma impulsiva. E ela retrucou e acabou me atacando mais vezes, até cairmos nas areias próxima de um pequeno deserto.

- Sua desgraçada! Você matou a Joice! Você! - Ela me batia e eu não me defendia mais.

Acabou ficando sentada em cima de mim e continuando a bater na minha cara.

Quando fazia isso, podia sentir agora sua dor, sofrimento, e suas lágrimas saindo como se fosse uma torneira que estava em goteiras infinitas. E, quando percebeu seu descontrole, me abraçou, arrumando consolo em meus lábios. Trocamos beijos nesse momento, eu engolia todas lágrimas derramadas que lavavam seu rosto. Até que Manu sussurrou...

- Entra em mim... Por favor... - Falou trêmula na voz.

Não resisti a isso, e a fiz sentar em mim, em seu desespero Manu sentou-se fortemente, e começou a chorar ainda mais forte. E dizia... Gemendo.

- Vai... Afunda seu amor em mim! Ahhhh! Que delícia sentir você, entrando assim...

- Nossaaaa... Faz tempo que não sentia a energia dessa b..... Sua, engolindo meus dedos!

- Ainn amor... Eu te amo tanto, me perdoe. Por ter ficado ausente com você. Ahhhh, acho que vou liberar.... - Revirou os olhos.

Começou a escorrer seu amor do meio das suas pernas, tanto em mim, quanto nela. E quando fazia isso, lágrimas minhas também saíram, e, aí compreendi o que realmente estava acontecendo com minha mulher. Foi através do nosso ato selvagem de fazer amor, que descobrimos o que realmente nos incomodava.

Ficamos, abraçadas trocando beijos lentos, e carícias suaves, que arrepiam nossa pele.

- Meu amor... Prometo cuidar melhor de você, me perdoe também por não saber lidar com suas dores. - Comentei beijando sua testa e boca.

O corpo dela, estava suado e trêmulo. E depois, acabou me olhando sem dizer uma palavra..

- O que vê nos meus olhos, Manu?

- Vejo Karlia... Está desejando ela também, não é? - Aí entendi todo o desespero dela em querer se entregar dessa forma pra mim.

- Você fez amor comigo... Por medo de que alguém tomasse seu lugar? Fez amor no medo de me perder!?

Manu se levantou de cima de mim, e, pegou suas roupas, com certa urgência, como se tivesse tentado fugir das perguntas que fiz a ela. Também me ajeitei, e me limpei da areia, e, fui perseguindo-a.

- Responde!! Foi só por causa disso? Se for... Você acaba de me decepcionar novamente.

- Já estou decepcionando você há muito tempo, não acha? Por que continua comigo ainda? Já que não sirvo mais para satisfazer você sexualmente!

- Satisfazer-me sexualmente? Acha que vejo você só pra isso? Um recipiente onde só goza??

Fiquei revoltada, então Manu acha que estou com ela, por causa de sexo. Com quem eu me casei? Onde foi que passou a ter certeza disso sobre mim? Para isso terei que voltar nos meus primeiros momentos com ela, pós-casamento... E, há um mês atrás. O que realmente nos constrangeu?

São os fatos mais relevantes que preciso repassar, lembrar, já que um é origem, e o, outro o resultado, resultado depois do nosso casamento...

As Faces do Amor - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora