XX: O peso de uma traição

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Fico ali parada na estrada, em pé, olhando para as luzes neon que brilhavam de longe. Eu estava tão abalada psicologicamente que talvez vocês até não entendam o porquê de uma dor tão grande "só por um beijinho".

Acontece que quando você ama uma pessoa aponto de não ter nem se quer uma desconfiança da reciprocidade de seus sentimentos, "apenas um beijinho" como este, pode abalar tudo aquilo que você acreditava, que te deixava em paz e segura.

Saio dos meus pensamentos doloridos e foco no carro de Ian que acabara de passar por mim, quando penso que ele não havia me visto, volta de ré e para a minha frente o mais rápido.

Devem perguntar-se, "por que ele?", é simples, Ian é a única pessoa que mais se aproxima de um amigo que eu já tive em toda minha vida. Me dá confiança e me conforta, sempre está disposto a me ajudar, aceita meus defeitos e me deixa feliz. E eu sempre quero fazer o mesmo por ele, quero o fazer feliz, mas o problema é que ele mais me ajuda do que eu ajudo ele, ainda sim, Ian não se importa.

Sem perguntar nada, ele apenas me cobre com seus blazer preto e gentilmente me aconchega no banco ao seu lado, passando o cinto por mim. Logo após, ele entra e começa a dirigir, longos cincos minutos em silêncio, onde uma chuva tenra começava a cair pela cidade de Langdon, como minhas lágrimas.

– Você quer saber o que aconteceu? – Pergunto para ele.

– Se você quiser falar... – Diz, me deixando a vontade.

– Eu amo alguém, Ian! Só- só que eu achava que essa pessoa me amava na mesma intensidade, mas...

– Mas aí você se enganou, e ele te traiu, eu sei como você se sente. – Fala.

– Eu também já amei alguém que acabou com tudo aquilo que criamos, e na época eu ainda era só um menino, isso mexeu tanto comigo, porque eu achava que ela era a melhor coisa que já tinha me acontecido... – Conta.

– Olha, independente da dor que você esteja sentindo, quero que supere isso, você vai superar, e não precisa passar por isso sozinha, ok?! Estou aqui, com você! – Fala ele, com as duas mãos no volante e seu olhar terno.

– Ian? Você ainda ama essa garota do passado? – Questiono, mas fico confusa com minha própria pergunta.

– Não, não amo, eu conheci alguém melhor e dessa vez estou disposto a lutar para ter o amor dela... –
Ter Ian ao meu lado, conversando comigo, era reconfortante.

– Posso ir para sua casa? – Pergunto envergonhada, mas sinceramente, não queria voltar para a minha hoje.

– Claro, nós podemos fazer uma festa do pijama e pentear os cabelos. – Diz rindo.

Quando chegamos a mansão, saímos do carro e nos molhamos um pouco para chegar até a grande porta. Quando entramos, a festa de hoje cedo já se encerrara e havia apenas os funcionários da casa fazendo a limpeza. Eles nos encaram subir as escadas para o segundo andar.

Ian me leva até um quarto de hóspedes ao lado do seu.

– Se você quiser pode usar o banheiro ali, vou pegar alguma roupa minha para você e já volto. – Fala.

– Ok, obrigado! – Agradeço, sorrindo.

Ele sai do quarto e vou para o banheiro, tiro minhas roupas molhadas e tomo um banho quente. A dor de um traição vinha em ondas, numa hora ela estava fraca, que era quando eu estava com Ian, mas quando eu ficava sozinha, era hora dela aumentar, e meus pensamentos me atormentarem.

Saio dos meus devaneios quando Ian bate na porta e eu saio do chuveiro, pego uma toalha e me enrolo, ele se vira tapando os olhos, me fazendo rir com sua "fofura". Pego a camisa em cima da cama, que provavelmente era sua, e visto, parecia um longo camisolão.

•Meu professor, minha obsessão•{Chris Evans}Onde histórias criam vida. Descubra agora