XXX:Intermédio

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No dia seguinte eu resolvi arrumar minhas coisas, fiz minhas malas, mas ainda não era hora de ir para Nova York. Eu iria apenas depois do baile, que é daqui uma semana, e isso não significa que eu vá na festa, apenas preciso do meu certificado de conclusão.

Eu estava tomando decisões radicais, estava indo passar essa última uma semana na casa do Ian, viver debaixo do mesmo teto que essa mulher não me fazia mais passar bem. Era como se meu corpo quisesse parar de respirar quando ela se aproximava de mim.

Ian já estava com sua caminhonete parada na porta de casa para que eu colocasse minhas coisas, coloquei minhas malas e algumas caixas, minha mãe estava no trabalho, mas logo ia chegar doida da cabeça já que a Maria havia ligado para ela, avisando que eu estava "com a trouxa e o burrinho".Assim que entramos no carro foi dito e feito, ela chegou encostando atrás da caminhonete.

– Você pode me explicar o que é isso, DAKOTA???? – Gritou ela, saindo de seu carro.

– Oii, Lucy!! Estou indo embora, okay?! Não se preocupe mais, eu não serei mais um problema para você daqui em diante.

– O Que? Desce daí já! Você vai embora pra onde? Com esse palhaço aí? Acho bom vc deixar minha filha descer ou eu chamo a polícia, ouviu?! – Disse tentando não gritar, enquanto Ian ria.

– 1° Eu tenho 18 anos. 2° Estou indo morar com meu pai em Nova York e se tentar algo nós só nos veremos no tribunal quando eu tiver contando sobre todos os anos que vc foi nociva e não permitiu a presença do meu pai na minha vida! Não quero mais gracinhas, chega de ser manipulada por você. Chega disso tudo. – Termino. – Vamos. – Falo com Ian, que dá partida.

Todo o trajeto é feito em silêncio, enquanto olho para o céu, é a primeira vez em muito tempo que olho para o sol e sinto vontade de sentir meus pés na areia e o calor do sol, sinto mesmo é saudade da Flórida e dos meus lugares secretos de paz. Lugares os quais eu usava para fugir da minha mãe, para ficar com os poucos amigos que eu tinha, lembro-me bem de Cristal, uma colega minha que adorava me levar para tudo quanto era evento que acontecia na cidade, ela vivia dizendo que as luzes da cidade sempre combinaram com meus olhos cintilantes. A menina de cabelos crespos e pele escura nunca soube muito sobre a minha vida, mas sempre dizia que me considerava sua melhor amiga, agora vejo que eu devia ter dado mais valor a pessoas como Cristal.

– Dakota! Dakota!! – Exclamou Ian, abrindo a porta do carro, me tirando do mundo da lua. – Você tá viajando, em.

Pegamos as malas e entramos, logo na porta alguns funcionários da casa nos recebiam com um sorriso, ajudando a pegar as caixas. Eu me sentia mais a vontade aqui doque em minha própria residência.

– Leve tudo para o quarto de hóspedes ao lado do meu meu, por favor. Rosa, querida! Fez aquele prato especial para Dakota?

– É claro que fiz, menino! – Confirmou a senhora para Ian, com um sorriso amoroso no rosto.

– Você fez tudo isso para mim? – Questiono, olhando a linda mesa de almoço que a mulher havia preparado a mando do homem.

– Você é a nossa convidada de honra, pode aproveitar o quanto quiser. – Disse ele tocando nos meus ombros e me levando até a cadeira.

Vocês podem até desconfiar dos gestos dele, pensando que são com segundas intenções, mas eu acredito, de verdade, que depois que tudo virou de cabeça para baixo, Ian faz as coisas sempre com a melhor das intenções, como um verdadeiro melhor amigo.

Durante o almoço nós conversamos bastante, rimos, e em muito tempo me senti com uma leveza nos ombros inigualável, creio que estar em um ambiente onde as pessoas te querem por perto faz total diferença. Mais tarde nós fomos juntos ao cinema e quando chegamos demos de cara com seus pais que mal haviam chegado e já estavam de partida para algum tipo de retiro espiritual, quase não notaram a minha presença.

•Meu professor, minha obsessão•{Chris Evans}Onde histórias criam vida. Descubra agora