•Meu professor, minha obsessão•{Chris Evans}

XXXII: Armadilha para ratos

*CHRIS NARRATING*

Corro em direção ao salão de onde a festa estava acontecendo a alguns minutos atrás, vejo grande parte da quadra sendo incendiada e o fogo tomando conta aos poucos, mas felizmente já não havia ninguém no local. Tento caminhar pela fumaça, procurando a sombra de Ian. Tomo um susto do caralho quando uma viga gigante de madeira cai a centímetros do meu pé.

– Ok, acho que ele definitivamente não está aqui. – Digo para mim.

Vou para fora a procura do homem, talvez ele já estivesse lá e Any tenha tido apenas um engano. Caminho pelas pessoas passando o olho rapidamente por cada uma e, ali perto de uma ambulância que já se encontrava no local vejo o tal diante de uma paramédica mostrando sei lá o que na tela do celular, como se discutisse com a mulher. Me aproximo e toco seu ombro direito.

– IAN? – Falo um pouco mais alto em meio ao barulho.

– O que? – Pergunta ele se virando, pela sua expressão eu diria que ele já estava irritado. – Ah, olha quem apareceu! Que surpresa em Evans, mas péssima hora.

– Eu tô aqui só por causa da Dakota, não me venha com graça. Ela tá te procurando...

– Que? EU tô procurando a Dakota. Onde ela tá? – O homem de cabelos negros pergunta preocupado.

– Ela está com a Any na outra saída da escola, foi ela quem disse que você estava perdido. – Fiz uma cara confusa.

– Então quer dizer que ela sabia onde vocês estavam? Porque pra mim ela disse que eu encontraria a Dakota aqui! Ah, esquece... é melhor a gente encontrar elas agora.

Sem mas, fui caminhando na frente enquanto ele me seguia, nós entramos novamente na escola e a fumaça começava a se espalhar por todos os corredores enquanto aceleravamos os passos.

– Então, como foi o seu retiro, Evans? Deu para se livrar dos pecados? – Questionou Ian num tom debochado.

– Passou bastante tempo dando em cima da mulher dos outros enquanto estive fora?

– SUA mulher? – Eu vou matar ele. – Até onde eu sei vocês nem podiam sair de mãos dadas. – Gargalhou.

– CALA A BOCA, IAN!! – Gritei o empurrando contra a parede.

– ERA EU QUEM ESTAVA COM ELA TODO ESSE TEMPO, EVANS. Você nem deveria estar aqui! Foi eu quem cuidei dela, enquanto você se negou a estar presente – Ele vociferou cada palavra.

– E mesmo assim, Christopher, todas as vezes ela escolheu você... – Percebi que agora ele já não olhava nos meus olhos e sua expressão era de pesar.

Solto a gola de sua camisa, ele não mentia, eu não estava aqui com ela. A deixei sofrendo e nem se quer dei sinal de vida, e depois de meses voltei esperando que pudéssemos retornar nossas vidas, eu estava completamente enganado. Não merecia ser escolhido por ela.

Independente da culpa que esteja sentindo agora, se você não ficar com ela, nem que sua carreira vá por água abaixo, eu vou arrebentar a sua cara. Falou se virando e continuou a caminhar, eu não tinha nem reação para aquelas palavras.

Quando finalmente encontramos a porta de saida a empurro e dou de cara com a floresta densa, os postes iluminavam pouco contra aquela descrição. Olho em todas as direções tentando ver as duas, eu tenho certeza   que não era tão escuro ao ponto de não ver duas mulheres nitidas ali.

– Tá... Cadê elas?? – Pergunta Ian. – Elas erraram a saida ou o que?

– Não é dificil chegar aqui, perdida elas não estão. – Uma interrogação pairava sobre minha cabeça.           
– DAKOTA! ANY? – Grito algumas vezes e nem uma resposta vem.

– Será que a gente ta correndo que nem idiota? Vai ver elas deram a volta pela escola e já estão lá com todos.

– Não... acho que não, eu disse para Dakota esperar aqui. – Vejo ele arquear a sobrancelha com irônia em seu olhar, mas para mim a Dakota não iria fazer o contrário.

– Tudo bem, então vamos voltar. – Ian empurra a porta mas a mesma nem se quer treme.

– Ta sem força, é? – Rio pelo nariz.

– Fica quieto e me ajuda, não é palhaçada! – Ele diz ainda tentando empurrar.

Vou em sua direção tentar o ajudar mas mesmo assim a parto continua inerte. Olho pelo vidro que havia e vejo que algo estava entre as maçanetas.

– Okay... Isso tudo deixou de ser uma coincidência a muito tempo! – Falou, passando a mão pelos cabelos. Com certeza alguém trancou de propósito e com certeza deve estar atrás delas.

– Vem, a gente precisa entrar, felizmente conheço outro caminho.

Fomos em direção a sala de geradores que ficava do lado de fora da escola, Ian não entende bem quando chegamos lá, pois não havia nenhuma porta e eu logo aponto para a escada lateral na parede, mostrando que dava para o segundo andar. Ele vai subindo na frente.

–Cubra os olhos! – E na mesma hora ele bate com o cotovelo na janela.

– Meu Deus?! Precisava disso? – Pergunto exaltado.

– Qual foi!? A janela tava trancada, e além do mais, a escola ta pegando fogo! Ninguém vai ligar pra uma janelinha. – Eu definitivamente não o suportava.

Quando mal botamos o pé na sala alguém tenta mais uma vez fechar as portas para nos impedir, mas dessa vez eu corro e bato na porta com força e Ian cem correndo atrás de mim. A tal pessoa parecia não correr muito mais que a gente e ao que parecia a ponta de um vestido vermelho ficava para trás.

– ANY? – Grito, será que estávamos atrás da pessoa errada? – ANY? ESPERA!

De repente um barulho alto e seco se faz audível e Ian cai no chão e apenas alguns segundos depois nos damos conta doque havia o atingido. Meu deus? Corro até ele.

– É a desgraçada Chris, pega ela! Já... – Fala, enfurecido de dor.

– Mas e você?

– Eu vou ficar bem, mas sabe-se lá o que aquela maluca pode fazer com a Dakota. – Ele falava enquanto rasgava as mangas do terno e amarrava em torno da perna. – Dakota me contou que que elas eram amigas e, ughh, num outro dia a garota tava a agarrando e dizendo que era apaixonada por ela. E gente apaixonada sempre faz burrice. Então se você a ama, é melhor fazer qualquer burrice que for para salvar a Dakota!

Apenas acenei com a cabeça e segui o caminho. Eu me sentia completamente perdido naquela situação, não poderia perde-la uma segunda vez.