Vice-presidente da grande revista Moderntechno, Luna Abranov vê seu mundo desabar quando seu casamento acaba. Arrasada pelas circunstâncias da separação, ela busca conforto nos braços de outro homem.
James Trambley está prestes a começar o que deve...
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O jeito que Luna deixou a sala alguns dias atrás me fez ter a maldita dor na consciência e eu estava inclinado a pedir desculpas por meu comportamento. Prefiro agir com calma, mesmo quando me magoaram no passado, não revidei sendo um idiota, não entendo porque tive aquela reação com Luna.
Se o que Fred disse é verdade, então o que ela estava passando era uma situação muito desesperadora, principalmente se ela era tão frágil quanto parecia.
Já tinha dias que pensava em um jeito de abordá-la e me desculpar, mas sempre me faltava coragem. Por mais que não quisesse, me vi assistindo sua mudança de comportamento, o semblante exausto, a energia se dissipando. Ela não estava bem emocionalmente e eu contribuí bastante para o seu estado.
Sempre achei estranho ela evitar o elevador, mas ultimamente, ela estava evitando até as salas fechadas, estava trabalhando junto com os funcionários nas mesas espalhadas pelo salão e vinha mantendo a porta da sala dela aberta. Mesmo sendo de vidro.
Tenho tentado não me envolver muito com isso e estou concentrado no trabalho, tenho falado com uma Rhanna muito diferente da que conheci há quase um mês — sobre a próxima capa —, para a qual a Luna acabou cedendo e irá fazer tudo que precisava para melhorar a imagem dela e consequentemente da empresa.
Rhanna chegou em minha sala sem nem ao menos bater e mantendo sua postura de brava. Ela jogou uma pasta sobre a mesa e me encarou esperando que eu abrisse.
— Bom dia, Rhanna! — Sorri simpático, ela bufou, bateu o pé e esperou que visse o material, me encostei à vontade na cadeira e a olhei curioso. — Por que acha que não tenho motivos para ficar com raiva da situação que me encontro? — perguntei sem rodeios, depois de encarar a pasta à minha frente e ela deu uma gargalhada carregada de raiva. Aquilo me desconcertou.
— A situação que se encontra? Isso é sério? O pobre coitado do idiota que pegou a mulher mais incrível do mundo e agora está se lamentando por isso, se enxerga, James, você quer o quê, mais atenção? Quer receber um troféu de eu fui enganado, ou o quê, foi abusado e obrigado a passar três dias com ela? — Rhanna cruzou os braços e aguardou uma resposta minha. Estou um pouco desconcertado pelas insinuações dela, mas não deixei transparecer.
— Eu não sou tão idiota assim, tenho pensado em uma maneira de me desculpar pelo que disse a ela naquele dia, mas ainda não tivemos uma chance de nos falar a sós! — A raiva suavizou dos olhos dela por um instante, ela estreitou o olhar em minha direção, depois inclinou levemente a cabeça como se estivesse tentando identificar se eu falava a verdade.
— E por que não a chama para sair depois do trabalho? — Me questionou e eu suspirei.
— Porque não quero esse tipo de contato com a Luna, não é porque eu admito que errei ao falar daquela forma, que vou simplesmente aceitar que ela mentiu e me enfiou nessa história maluca, além do fato de que com certeza chamaria atenção para nós e bem sabemos que queremos o contrário. — Rhanna assentiu e colocou a mão na cintura.
