PARTE 1

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Quando aceitei sair com a Rhanna, não pensei que essa seria a noite mais louca de toda a minha vida

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Quando aceitei sair com a Rhanna, não pensei que essa seria a noite mais louca de toda a minha vida. Talvez, o fato de eu ser uma mulher casada com um homem que não me desejava, poderia ter me feito seguir essa doida até aqui. Porém, bem sabia que isso não ia dar certo. Não que tivesse muita chance de dizer não, ela praticamente me arrastou até aqui.

O Fred era maravilhoso e quando casamos cinco anos atrás, éramos muito novos e achávamos que aquilo que sentíamos era amor. Além do fato de nossas famílias terem planejado aquele momento desde que nascemos. Deixamo-nos levar pela ansiedade adolescente que nos dizia com certeza que o amor existia entre nós e hoje somos melhores amigos, nos tratamos como irmãos, que vivem como casados, para não ter que dizer para todos que fracassamos como casal.

Tanto Fred, quanto eu temos horror ao fracasso. Não que estejamos nessa situação realmente por esse motivo. Se fôssemos conversar sobre isso e nomear um culpado, esse seria eu. Não reagi bem ao fato dele ser gay, agi muito mal se for ser bem sincera.

Não fui criada em uma família que aceita bem o fato de uma pessoa não ser como dita a sociedade e quando percebi isso, também tive uma certeza, os pais do Fred também não aceitariam. Foi quando entrei no modo super protetora e fiz a besteira de propor o que temos hoje. Cada um faz o que quer, se relaciona com quem quiser, e não haveria cobranças, muito pelo contrário, meu amigo ou marido — que seja — vive dizendo que preciso cumprir o que eu mesma sugeri. Mas como me relacionaria com outros homens sabendo que meu coração ainda pertence ao meu primeiro amor?

Um ano depois que decidimos não continuar com essa farsa ao menos dentro de casa, Rhanna finalmente conseguiu me arrastar pra orgia. Eu poderia ter dito não e continuado no meu estado de negação. Mas algo da antiga Luna, determinada e que não gostava de se sentir menos do que era, acordou e me deu um tapa dizendo: acorda, minha filha!

A razão de ter resistido todo esse tempo para me relacionar com outras pessoas era porque ainda me sentia estranha pensando que de certa maneira sou solteira, e porque tenho uma vida pública, tinha que fazer tudo com muito cuidado, o que me irritava bastante. Por isso, quando Fred saía e passava noites fora, eu ficava em casa, vendo séries e lendo qualquer coisa que pudesse me fazer esquecer que não nasci para o amor, que a teia a qual me encontro presa, talvez nunca fosse desfeita, pelo menos não se dependesse de mim.

Ao mesmo tempo que me negava a aceitar a situação, não ter isso estava me deixando depressiva, queria me sentir desejada. Amada sabia que era, Fred me amava e não me negava carinho, mas nossa relação se tornou algo fraternal, nada além disso, ele não me tocava intimamente havia mais de um ano.

E se tinha uma coisa que eu gostava, era de sexo!

Rhanna, minha melhor amiga e a maior incentivadora para que parássemos com essa palhaçada e que sempre pedia para que anunciássemos o divórcio, me trouxe para uma boate e disse com todas as letras que não sairia daqui sem transar. Apesar da timidez estar me inibindo, no fundo, era exatamente isso que queria. Na verdade, precisava disso para melhorar minha autoestima. Sou uma mulher atraente, poderosa e merecia me sentir assim, não apenas manter a máscara. Estou cansada de máscaras, cansada de mentiras e manipulações.

RESISTINDO A VOCÊ #1 - Duologia ResistindoOnde histórias criam vida. Descubra agora