PARTE 37

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LUNA E JAMES

Hoje era dia de um baile beneficente. James estava deslumbrante em seu smoking e eu em um vestido vermelho, colado no busto, e mais folgado da altura do quadril para baixo, com uma abertura na coxa. Era claro que eu estava sensual, e meu marido estava me comendo com os olhos a todo momento.

Nossa noite foi ótima, com momentos felizes e nada de imprevistos, ao menos até esse momento. James reclamou quando teve que descer do carro em uma pista movimentada, pois o pneu do carro havia furado, e era bonitinho vê-lo xingando enquanto trocava a roda. Eu só conseguia admirar seus braços fortes, enquanto ele fazia os movimentos para trocar o pneu.

Tudo parecia tranquilo, até que um carro parou do nosso lado e meu coração acelerou. James rapidamente se levantou e veio até mim. Parecia que todo meu corpo tinha congelado quando vi homens armados saírem do carro, se era um assalto, eu não sabia, mas mal conseguia respirar quando seguraram o James com muito esforço, pois ele lutou. Depois de o apagarem, comigo ainda em choque, me agarraram pelos cabelos e me colocaram num porta-malas. Se eu fiquei bem com isso?

Não, meu corpo simplesmente não reagia, só girava a cena do James desmaiado no chão e da minha mãe baleada.

O rostinho da Júlia aparecia na minha mente me fazendo permanecer acordada no escuro, mas em pouco tempo, minha cabeça girou e desmaiei.

JAMES

Eu acordei desesperado, estava sendo socorrido por uma ambulância, provavelmente alguém viu o que aconteceu e chamou o socorro. Não tinha conseguido impedir que levassem a Luna, mas eram cinco homens contra mim, e a Luna simplesmente paralisou no momento que os caras desceram do carro, eu sabia que ela não estava me ouvindo, eu sabia que ela pensava no dia que viu sua mãe morrer. Eu sei que aqueles caras não estavam assaltando, eles vieram sequestrar a Luna.

Quando já estava no hospital, já saindo da sala de observação, nossos amigos chegaram preocupados.

Ninguém sabia o que estava acontecendo, a polícia havia sido acionada e o pai de Luna tentava entender se tinha algum inimigo que quisesse fazer mal a ela.

Mas não sabíamos de nada.

Algumas horas haviam se passado e ninguém havia ligado para pedir resgate ou qualquer coisa. Nossos amigos se encontravam em nossa casa, esperando por notícias.

LUNA

Acordei não sabia quanto tempo depois, estava em uma cama úmida, mas não parecia suja. Minha cabeça girava um pouco, mas eu sabia que era pela ansiedade de ter tido uma crise de claustrofobia.

As lágrimas já desciam conforme ia até a porta com dificuldade. Minha respiração estava rápida pelo desespero de estar trancada ali. O pior era não saber como estava o James. Minha mãe havia morrido depois de um assalto, mas aquilo não parecia ser um.

— Por favor! — Bati fraco na porta e chorei. — Me soltem, quem são vocês?

Bati algumas vezes até minhas pernas perderem as forças, me deixei ir ao chão. Abracei meus joelhos tremendo, tentando pensar em alguma coisa que me acalmasse para não ter outra crise e desmaiar. Pensei em James e Júlia e isso só me fez chorar mais. Se eu morresse, a minha filha ia crescer sem mãe, ela nunca iria saber o quanto eu a amava.

Arrastei-me até a cama quando ouvi passos. Sentei-me nela com a respiração ofegante.

Um homem entrou no quartinho escuro e de início não o reconheci, mas então, Douglas sorriu e eu arregalei os olhos e me espremi na cama.

RESISTINDO A VOCÊ #1 - Duologia ResistindoOnde histórias criam vida. Descubra agora