PARTE 29

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LUNA

Era engraçado como certas coisas aconteciam na nossa vida e nos fazia refletir o quanto somos impacientes. Depois de conversar muito com o James eu entendi o quanto ele precisava amadurecer sobre as decisões que tomou quando ainda era apenas um menino acuado com medo de sofrer novas desilusões. Nesses últimos meses convivendo com ele, percebi o quanto ele tomava suas decisões após pensar bastante sobre o assunto e estudá-las. Por que em sua vida amorosa seria diferente?

Não que eu tenha perdoado o tempo que ele me deixou de molho, eu não gosto de não ser prioridade para o meu parceiro, mas aos poucos ele estava aprendendo isso. E não estou conseguindo conter o amor que sentia a cada dia por ele.

Amei o Fred, amei muito. Mas se eu tiver que usar de parâmetro para dizer algo, daria razão ao que o Fred me disse uma vez, eu nunca o escolhi, ele me foi dado como marido desde o dia que nascemos e nós nunca dissemos o contrário. Já o James, ah, ele sim foi uma escolha minha, uma que eu demorei a acreditar que fosse real, mas que agora não conseguia imaginar meu mundo sem ele por perto.

Nove meses havia se passado desde a noite em que minha vida equilibrada passou a ser uma montanha russa. E sabe de uma coisa? Hoje, vendo que a calmaria começava a se tornar rotina, sabia com certeza que passaria por todo aquele sofrimento de novo, só para ter o que tenho hoje.

Acompanhar cada evolução da minha gestação me trazia uma felicidade tão grande que custava a acreditar que fosse real, tinha mesmo uma vida dentro de mim e ela estava ansiosa para vir ao mundo. Assim como eu estava louca para conhecer minha princesa.

Apesar dos últimos dias da gestação, ninguém conseguia me fazer ficar parada, me sentia bem e disposta para trabalhar, a minha barriga pesava, mas não ao ponto de me fazer ficar em casa esperando ansiosa a chegada da minha filha.

Enquanto James e Fred estavam em uma reunião, eu e Rhanna estávamos fechando alguns contratos importantes, os quais eu resolvi adiantar para o James.

Queria que ele ficasse despreocupado em casa quando a Júlia chegasse.

— Luna, você vai casar de branco? — Rhanna perguntou após conferir um dos contratos e me passar a pasta.

— Não, pensei em uma cor neutra, mas não branco! Afinal, já sou mãe! E nem é o meu primeiro casamento! — Rhanna riu.

— Eu pensei em uma cor que cairá super bem com sua pele! Dourado. — Ela disse animada e eu sorri.

— Foi uma das cores que pensei, mas só se fosse sem brilho, sabe? Quero algo menos espalhafatoso.

— Eu preciso te contar uma coisa. — Mudou de assunto e eu a olhei sorrindo.

— Pode me falar o que quiser, sabe disso! — Larguei os papéis e peguei sua mão.

— Estou morrendo de inveja! — Rhanna falou e eu ri.

— Credo, Rhanna! — Ela riu dando de ombros.

— Poxa, você vai ser mãe! Vai casar pela segunda vez e não só estou para titia, como nunca me apaixonei. — Ela deu de ombros. — Sabe quais são as chances de eu me apaixonar e casar até os trinta? Porque eu não quero ter filhos depois disso, não vou ser avó de ninguém! — A olhei com pena, sentindo o drama transbordar de sua boca.

— Eu tenho certeza que vai encontrar o homem da sua vida, ele deve estar em algum lugar esperando por você também!

— Talvez ele seja de outro país, como o James era! — Ela se animou. — Ou talvez ele ainda nem tenha nascido! — Ela me olhou assustada, não resisti ao impulso e acabei rindo.

— Me desculpe! Mas o drama não combina com você, minha amiga! É engraçado te ver surtando por isso!

— Poxa, Luna! Dentre todas as pessoas no mundo, eu achei que você não me zoaria! Eu sou uma palhaça mesmo! — Ela cruzou os braços no peito zangada e me encarou feio, tentei me manter séria e escondi os dentes apertando os lábios.

— Tudo bem, eu vou fazer uma mandinga tão forte que você vai encontrar seu homem em três dias! — disse em tom de mágica e fazendo gestos com os dedos, Rhanna levantou ainda mais brava.

— Sabe, Luna? O final da gravidez está te deixando muito engraçadinha, então termine suas coisas sozinha! — Ela disse e saiu furiosa, continuei rindo. Apesar de estar com pena dela, ela nunca pareceu ligar realmente para isso, e agora estava tão chateada. Senti-me mal, levantei rápido para ir atrás da minha amiga e abraçá-la. Cheguei até a porta e quando alcancei a maçaneta uma dor forte quase me arriou no chão.

Esperei a dor passar e quando ela se foi como se nem tivesse vindo, minha respiração estava rápida e meu coração galopando no peito, eu sabia o que isso significava.


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RESISTINDO A VOCÊ #1 - Duologia ResistindoOnde histórias criam vida. Descubra agora