PARTE 5

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Antes de saber se James estava com raiva de mim, já estava desesperada, mas naquele momento, quando ele virou as costas para mim, com raiva e magoado, eu me sentia ainda mais como um lixo

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Antes de saber se James estava com raiva de mim, já estava desesperada, mas naquele momento, quando ele virou as costas para mim, com raiva e magoado, eu me sentia ainda mais como um lixo. Meu coração batia como louco contra o peito, e cada respiração minha estava pesada por conta do nó que se formou em minha garganta pela culpa do que minha noite de fujona causou em outras pessoas.

Dirigi-me para minha ex-sala, com um sentimento de derrota, cheguei na sala no mesmo instante em que papai apareceu no corredor, achei que ele pararia, ao menos para me dar um sermão, mas seus olhos magoados me encararam chateados, antes de desviar e passar direto. Engoli em seco o choro que ameaçou se desprender da garganta.

Fechei os olhos e tentei controlar a respiração, precisava me manter forte. Provoquei isso, agora tenho que arcar com as consequências dessas escolhas.

Entrei na sala de cabeça baixa e coloquei meus pertences em uma das gavetas, lembrando o olhar de desprezo que James direcionou para mim, um olhar de quem foi traído e enganado. Se antes eu estava triste com toda situação que Fred me fez passar, agora, era como se um caminhão estivesse passando por cima de mim eternamente.

Terminei de pegar tudo e saí da sala, desejando que o James fizesse um bom trabalho, afinal, ele não ia querer minha ajuda e eu não estava disposta a lidar com ele de qualquer forma!

Fui em direção à sala principal do setor de mídias sociais e entrei na sala vazia que há tempos estava desocupada, já que por querer alguém bem capacitado eu nunca consegui preencher a vaga de modo que eu me desdobrava entre os dois setores, pois eu tinha formação na área.

Entrei em minha nova sala e coloquei minhas coisas nos lugares que queria, ao contrário da outra sala que é privada e aconchegante, essa daqui é de parede de vidro, muito clara e nada privativa, mas era confortável, com duas poltronas brancas no canto com uma mesa de centro dando um ar prático ao local. Além de poder ver as cabines em que os editores e designers da revista trabalhavam. Suspirei forte e me deixei cair na cadeira. Fechei os olhos e tentei clarear a mente, mas parecia que minha tentativa de relaxamento não seria possível, pois fui interrompida quando a porta foi aberta.

Abri os olhos para ver Fred entrando com um sorriso fraco.

— Vejo que já se instalou... — Fred se sentou à minha frente e apoiou as costas na cadeira à vontade. — Como você está? Uma grande coincidência o cara que você ficou ser nosso novo sócio, hein?

— Estou me sentindo tão sortuda! — Dou um sorriso amargo, Fred suspirou e fechou os olhos.

— Estou me sentindo um pouco culpado por tudo isso, se eu não tivesse te forçado... Vocês se conheceriam agora, e quem sabe até...

— Não! — Balancei a cabeça chateada. — Não comece a querer proteger minha sanidade se culpando, eu poderia ter batido o pé como todas às vezes e não ter ido, mas eu queria... Estava cansada de me sentir tão pouca coisa, tão... — As lágrimas que eu estava segurando desceram e Fred veio até mim, abaixou na minha frente e apertou minhas mãos.

— Eu não queria dizer isso nesse momento, ou mesmo me aproveitar dessa situação, Luna, mas acho que esse seria o momento mais adequado para declarar que estamos nos separando, e assim, posso dizer que já não estávamos bem e que já estávamos separados, acho que assim as coisas melhoram um pouco. — Meus lábios tremeram em resposta, Fred colocou fios soltos do meu cabelo para trás, enquanto eu me desmanchava em lágrimas. — Eu vou sair de casa... Hoje! — Levantei o olhar, sem conseguir conter a mágoa ou as lágrimas correntes que nublaram meus olhos e escorreram pelo rosto.

— Não...

— Luna, por fav...

— Eu quero sair... — Fred me olhou confuso. — Não quero ficar naquela casa, cheia de... lembranças do meu fracasso como mulher! — disse com os dentes rangendo.

— Luna, você nunca fracassou como tal! Pelo amor de Deus! — Fred levantou nervoso e andou de um lado para outro como se isso pudesse ajudar a pensar. — Não depende de você e eu já não sei como te convencer disso, eu te amo tanto, que às vezes queria poder arrancar essa parte de mim, só para ser por completo seu, mas eu não consigo, eu já tentei, eu juro...

— Você tem razão e eu não vou mais insistir nisso... Mas o meu maior medo... — Fred suspirou e me encarou com os olhos marejados.

— Você não vai ficar sozinha, Luna! Você é maravilhosa, forte, determinada, carinhosa, meiga e gentil! — Ele disse e eu sorri, sabendo que mesmo com todas essas qualidades o homem que amo não corresponde aos meus sentimentos. Parecia uma grande piada de mau gosto.

— Quantas qualidades, aposto que tenho defeitos!

— Claro, em sua maioria mais manias que defeitos! Como: espremer espinhas, tanto minhas quanto suas, ou tomar metade do espaço da cama me fazendo dormir em um espaço limitado ou me fazendo cair da cama, arrotar alto quando não tem ninguém perto. — Ele disse balançando a cabeça para última parte, a qual ele abominava e que eu fazia para irritá-lo, gargalhei.

— Melhor pra fora...

— Que pra dentro, Fiona! — Ele completa rindo alto. — Você têm defeitos e manias que me dão nos nervos, têm! Mas suas qualidades são muito melhores que qualquer coisa que você pense que vá te fazer ficar só, além do mais, eu nunca irei abandonar você, garota! Ninguém jamais vai te amar ou proteger como eu. — Abaixei o rosto nas mãos e chorei, um choro conformado, mas ainda assim, doído demais, decisões são difíceis, e o Fred tomou a dele, não posso ser mais a pessoa que o sufoca, mesmo que isso me deixe com medo de tudo que possa acontecer com ele, eu sabia que ele precisava seguir em frente com a vida que escolheu, eu não posso mais ser o empecilho.

— Eu vou em casa pegar minhas coisas hoje... — disse e ele torceu a boca.

— Mas para onde você vai? — Dei de ombros.

— Vou dar um jeito. — Ele balançou a cabeça em negativa.

— Vamos encontrar um lar para você, se ficar em nossa casa te incomoda tanto, mas só quando arrumarmos algo, enquanto isso, eu saio de casa! — Suspirei concordando, não posso culpá-lo por querer me proteger e não era como se eu não me sentisse melhor, sabendo que ainda tenho sua amizade e amor.

Fred me abraçou e beijou minha testa, enquanto apertei sua cintura, e deixei o resto de lágrimas que me restava descerem pelo meu rosto.



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RESISTINDO A VOCÊ #1 - Duologia ResistindoOnde histórias criam vida. Descubra agora