PARTE 14

231 29 22
                                    

Acho que sonhei com a corrida, e que ela não tinha dado muito certo, pois caí e, além disso, ainda me disseram que estava grávida

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Acho que sonhei com a corrida, e que ela não tinha dado muito certo, pois caí e, além disso, ainda me disseram que estava grávida. Isso não podia ser real. Não, não podia! Por favor, Deus, que fosse mentira, que isso não estivesse acontecendo. Não quando não sou emocionalmente capaz de cuidar nem da minha própria carcaça. Não quando tenho tantos gatilhos emocionais que, às vezes, penso que vou enlouquecer. Isso não podia ser real, nós transamos com camisinha, tomei uma pílula do dia seguinte, seria muita sacanagem uma delas estar furada e a pílula não ter funcionado. Seria muita tragédia para uma pessoa só.

Eu não podia ter uma criança, que dependesse de mim, que precisasse tanto que tivesse que abdicar do que ainda queria para mim.

Surtando, estava surtando...

Já recuperei a consciência há algum tempo, mas tinha medo de abrir os olhos para a realidade. Medo que esteja mesmo grávida.

Quando ficar de olhos fechados se tornou cansativo, eu os abri e percebi que não estava sozinha.

Senti-me aliviada ao ver Fred ao invés de James me acompanhando. Não tinha coragem de encara-lo agora.

Fred me viu acordada e levantou rápido vindo em minha direção.

— Fred, eu... O enfermeiro disse que... — Eu não conseguia dizer a palavra, então encarei minha barriga e ele assentiu com um sorriso.

— Sim, você está grávida, é um bebê muito forte, você não sangrou, sua placenta está no lugar, o médico disse que teve muita sorte. Só vai precisar de uns dias de repouso. — Levei as mãos ao rosto e chorei em desespero.

— Meu Deus, Fred! Não, isso não pode acontecer. Não, de jeito nenhum. O que vou fazer com uma criança? E eu nem me sinto grávida, não tive sintomas. — Fred me abraçou e o afastei com brusquidão, segurei-o pela camisa, forcei seu corpo para baixo segurando pela sua camisa e pedi: — Você pode dizer ao James que o bebê é seu? — Fred me olhou assustado.

— Você enlouqueceu, Luna? Depois de tudo que escondeu dele, agora que disse a verdade vai retroceder a relação de vocês com uma mentira?

— Não existe uma relação aqui, Fred! Você não vê? Não quero esse bebê. E se você não me ajudar, vou enlouquecer. Não tenho estrutura para passar por isso sozinha. Como pode uma noite da minha vida ser tão desastrosa? Eu me cuidei, eu até tomei uma pílula do dia seguinte para garantir! Eu não quero isso, não escolhi, não era assim que queria ser mãe, tudo na minha vida está uma merda e isso é culpa sabe de quem? Sua! — gritei, Fred arregalou os olhos.

— Luna, por favor, se acalme. Não pode ficar nervosa. — Fred soltou minha mão gentil, mas com a expressão severa.

— Isso quer dizer que não vai me ajudar? Não posso ficar nervosa? Não posso? Já que não pude escolher nada disso, ao menos tenho o direito de surtar e posso te culpar por isso também. Tem a obrigação de me ajudar, ouviu bem? — Olhei-o magoada e desesperada.

RESISTINDO A VOCÊ #1 - Duologia ResistindoOnde histórias criam vida. Descubra agora