PARTE 23

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— Era para ser um dia normal de aula, mas, eu resolvi pular o muro da escola e fugir com mais cinco amigas para ir à praia

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— Era para ser um dia normal de aula, mas, eu resolvi pular o muro da escola e fugir com mais cinco amigas para ir à praia. Era perto da escola, dava para ir andando. E não seria problema algum se eu não tivesse apenas doze anos. — Olhei para Luna chocado e ela riu. — Pois é, se nossa filha fizer isso, a mato! — Ela disse e continuou: — Neste dia, ao invés do meu segurança vir me buscar, veio a minha mãe. Ela estava furiosa depois que conversou com o diretor e praticamente berrava comigo por ter sido irresponsável ao ponto de fugir da escola. Eu fiquei farta das reações dela e comecei a respondê-la. Então, ela me deu um tapa na cara.

— Tudo isso enquanto dirigia? — perguntei já imaginando que elas possam ter sofrido um acidente.

— Sim, quando ela me deu o tapa, estávamos paradas num sinal, eu falei que a odiava e que queria que ela morresse! — Luna suspirou e limpou uma lágrima. — Foi coisa de criança, eu não falei sério, mas eu acho que Deus arrumou um jeito de me castigar por isso. Pois, quando estávamos perto de casa um carro nos fechou e depois parou na nossa frente. Mamãe parou o carro bruscamente e disse "tire o cinto e saia do carro, Luna!" Eu não obedeci de primeira e ela gritou, mas eu fiquei nervosa e fiz algo no cinto que o fez emperrar. — Luna pareceu engasgada e um soluço sofrido escapou enquanto contava, a abracei.

— Não precisa terminar! — Me senti mal por ter perguntado sobre isso.

— Eu vou! — Ela se encolheu em meus braços e continuou: — Um dos homens bateu com uma arma no vidro da minha mãe e o outro apontou em minha direção, ela saiu do carro, mas pediu que, por favor, me deixassem sair antes. Eles tentaram soltar meu cinto, mas ao ver que não tinha como, sacaram uma faca, mamãe se desesperou e atacou eles... — Luna começou a tremer e chorar. — Ele atirou nela! — A apertei mais em meus braços com meu coração cheio de compaixão por saber que ela assistiu tudo, sendo tão nova. — A faca era para cortar meu cinto, um deles o fez, mas ao invés de me deixar junto com minha mãe baleada, eles me colocaram no porta-malas. Essa foi a primeira crise claustrofóbica que tive. Desmaiei e quando acordei, estava em um terreno baldio e escuro. Uma mulher me achou e cuidou de mim, até que os noticiários começaram a estampar fotos minhas. Eu fiquei em choque por dias e se não fosse meu pai, Rhanna e Fred, não sei se teria conseguido sair dessa. — Luna ficou em silêncio por um tempo, chorando baixinho.

— Sinto muito! — Alisei seu cabelo e beijei sua testa.

— Ela estava grávida. — Meu coração acelerou e apertei mais ainda a Luna, como se isso pudesse protegê-la de todo mal. — De cinco meses. E eu sempre penso, que se eu não tivesse fugido, o segurança teria vindo me buscar e não ela, mesmo que tivéssemos sido assaltados, ele teria me protegido e ela estaria aqui, comigo!

— Não foi sua culpa, era uma criança, elas aprontam mesmo e deixam os pais loucos! Não tinha como adivinhar!

Luna fechou os olhos e balançou a cabeça concordando. A deixei chorar, arrependido de ter pedido para ela reviver essas lembranças horríveis.

— O que acha de pescar outro nome! — disse quando ela parecia mais calma.

— Vamos! — Ela disse rouca e levantou o rosto, limpou as lágrimas e puxei a caixinha pra perto.

Peguei um papel e dei para a Luna, que ainda soluçava um pouco. Ela abriu e sorriu.

— Meu de novo! — ela disse com um sorriso.

— Você está roubando nisso! Quero ver! — Ela mostrou e eu sorri.

— É um dos meus também! — Ela sorriu mais animada.

— Então é esse!

— Júlia Abranov Trambley, soa bem!

— Muito bem! — Luna deitou no meu peito de novo e colocou a mão sobre a barriga. — Viu só, filha, você já tem um nome!

— Isso mesmo, Julinha do papai!

— Da mamãe!

— Dos dois! — disse e Luna riu, Júlia mexeu e Luna apontou para o local.

— Acho que é oficial, está ficando apertado aqui dentro pra ela. — Luna diz.

— Aguenta firme, filha! Ainda faltam três meses pra você chegar.

— Espero que passe logo! — Luna se ajeitou mais perto de mim e bocejou.

— Eu também! — Alisei sua barriga e deixei ela me usar de travesseiro, feliz que ela estivesse menos deprimida.

— Eu também! — Alisei sua barriga e deixei ela me usar de travesseiro, feliz que ela estivesse menos deprimida

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RESISTINDO A VOCÊ #1 - Duologia ResistindoOnde histórias criam vida. Descubra agora