PARTE 38

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Quando Fred falou da ligação, a polícia rapidamente entrou em ação, a ligação do celular da Luna foi rastreada, e não demorou muito até que uma equipe se dirigisse para o local onde ela estava sendo mantida. Ninguém conseguiu convencer Fred e eu a ficarmos em casa esperando e tivemos que ir de viatura, mas tivemos que prometer não interromper o trabalho deles.

O local não era tão distante, o que demonstrava a loucura do homem. Meu coração batia descompassado, como se pressentisse que precisávamos chegar o quanto antes.

Assim que estávamos próximo ao local, ouvimos o disparo. Meu coração gelou e parecia ter parado por um bom tempo. Fiquei em choque, enquanto já conseguíamos ver o casebre e Fred também olhava o local como se sentisse perdido com o semblante transtornado e puxando os cabelos.

— Não, não, não! — Assim que chegamos ao local, Fred abriu a porta do carro e correu em direção à casa, os policiais não o deixaram passar.

Saí do carro sem forças, me pus a andar com as pernas trêmulas, enquanto os policiais cercavam o lugar, tinha que ter esperança que o alvo daquele tiro não tenha sido a Luna, que ela ia sair de lá bem, sem nenhum machucado e sorrindo por me ver.

Eu não podia perdê-la assim. Não por causa de um amor doentio e sem sentido, não sem que ela tenha provocado ou merecido isso. Não igual a mãe dela.

— Por favor, Deus, não! — Minha filha não merecia crescer sem a mãe maravilhosa que Luna era.

Demorou algum tempo e alguns policiais fizeram sinais para que trouxessem duas macas.

Meu coração quase saiu pela boca.

Eu tentei passar pelos policiais, mas não nos deixavam passar para além do cerco que fizeram.

Vi a primeira maca sair com um corpo coberto por um plástico preto. Eu poderia dizer que meu coração havia sido partido no meio. Mas não! Não tinha sobrado nada dele. Era como uma casca vazia, nenhuma lágrima caía, estava em estado de choque, tremia tanto que achava que poderia morrer ali mesmo com o coração partido, de dor, de desespero. A segunda maca saiu. E eu não conseguia a enxergar de fato, não queria olhar e ver a minha última esperança se despedaçar.

Então eu vi um pedaço de tecido vermelho e minhas pernas me levaram em direção a ela sem que minha mente realmente registrasse o gesto.

— Luna! Luna! — Corri até a maca e mais uma vez corpos me impediram, forcei a barreira. — É a minha esposa! Por favor! — disse desesperado e acabaram permitindo minha passagem, minhas pernas pareciam ter recuperado as forças somente para alcançá-la. Fui até a ambulância e quando cheguei, Luna estava desacordada, mas respirava. Não parecia ter nenhum machucado à vista. O que me dava medo era como estava seu emocional. — Ela está bem? Por que está desacordada?

O enfermeiro media sua pressão e aplicava algo em sua veia.

— Ela estava desmaiada e o outro homem estava morto com um tiro nas costas. Não se sabe quem disparou, pois a pessoa desapareceu.

— Meu Deus! Minha Luna, desculpe por não ter te protegido! — Não era só culpa que se agarrava ao meu coração, era a sensação de inutilidade também.

— Ela deve ter passado por momentos ruins, já que não tem nenhum ferimento físico, por isso apliquei um calmante, ela só deve acordar amanhã. Vamos levá-la para o hospital para que fique em observação psiquiátrica.

— Tudo bem! Eu vou ficar com ela. Muito obrigado! — O homem assentiu e nos deixou a sós um pouco. Logo o Fred chegou e eu o olhei magoado. Não queria ficar bravo com ele, estava controlando minha raiva, e sabia que Luna não vai ficar longe de qualquer jeito. Mas eu não queria ficar perto dele.

— Ela está bem? — Assenti trancando a mandíbula.

— Vai passar a noite em observação psiquiátrica. — Fred esfregou o cabelo nervoso.

— Eu sinto muito, James! Eu causei tudo isso. — Suspirei ansioso e louco para dizer algo que o magoasse, mas esse não era eu, e mesmo que algo ruim tivesse acontecido com a Luna não o trataria mal por isso, o Fred não tinha culpa de ter se envolvido com um louco. Ele tinha culpa de ter percebido e permanecido com ele por tanto tempo. Mas não sou ninguém para culpá-lo por se apaixonar.

— Fred, a Luna vai precisar que estejamos fortes para quando ela acordar e ter que lidar com o que passou lá dentro. Então, vamos nos livrar das culpas que temos temporariamente para que possamos ajudá-la. — Fred encarou os pés e depois acenou concordando.

— Tem razão. — Ele disse pegando a mão da Luna e a beijando. — Espero que ela acorde tão bem quanto puder.

— Ela é forte! — Eu disse tentando acreditar fielmente nisso.

— A mulher mais forte que já conheci! — Fred concordou e eu assenti.

Passaram-se dois dias até que deixassem Luna sem os remédios, sabiam que ela tinha tido uma crise de ansiedade, e dado o seu histórico devido a perda da mãe, a deixaram dormir por mais tempo. Sabia que aquilo era bom para ela, mas vê-la acamada me dava um desespero estranho de controlar.

Ela finalmente começou a despertar e eu fiquei aliviado. Ela gemeu baixinho, mexi em seus cabelos e ela abriu os olhos devagar. Embaixo dos seus olhos haviam olheiras suaves, mas que me deixavam preocupado.

Quando finalmente parecia mais lúcida, ela arregalou os olhos assustada e tentou levantar.

— Calma, amor! Está tudo bem, você está a salvo! — A abracei e a senti tremer levemente e chorar. — Shiiu! Está tudo bem.

— Você está bem? — Ela me apalpou tremendo. — O Fred? Ele... ele... Onde está? — Ela balbuciava as perguntas nervosa e eu apertei o botão ao lado da cama para chamar o médico. Não queria que a sedassem, mas ela estava ficando muito nervosa. — Eu, eu... — Ela balbuciava as palavras, perdida, assustada.

— Ele está bem, meu amor! Tudo vai ficar bem. — Ela voltou a chorar, o que quebrou meu coração.

Logo uma equipe médica chegou e pediu que me afastasse para a examinarem, mas a Luna ficou mais nervosa e deixaram que ela ficasse agarrada em mim. Ao mesmo tempo que aquilo me acalmava, me preocupava. Receava que ela ficasse com esse medo pra sempre. Era bom que o cara que fez isso com ela estivesse morto, ou eu realmente não sei o que faria. Agora eu tinha que pensar em uma maneira de cuidar dela e enchê-la de amor para que voltasse a ser a minha Luna.


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RESISTINDO A VOCÊ #1 - Duologia ResistindoOnde histórias criam vida. Descubra agora