CAPÍTULO 10 - INTRIGA

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Precipitado: Que se comporta de maneira impulsiva, demonstra imprudência ou pressa. Conclusão precipitada é quando uma pessoa afirma algo através de julgamentos pessoais em relação a outras pessoas, animais, natureza ou objetos. Exemplo: “Esse garoto não se comporta, então com certeza foi ele que quebrou o vaso”,ou “Esse cachorro sempre é agressivo, então o Juninho está chorando porque o cachorro o mordeu”. Mesmo que esse julgamento em alguns casos tenha fundamento, geralmente essas conclusões estão equivocadas, causando situações constrangedoras.

Roger, erroneamente, concluiu que seu filho estava querendo lhe enganar, mesmo que Felipe não tivesse motivos e nem paciência para fazer isso com o seu patriarca. Roger ignorou o garoto e o irritou, o repreendendo sem motivos. Ele se negou a contar para Joana o assunto da conversa com Felipe, e descobriu estar errado ao ser anunciado a epidemia no plantão da TV. Joana brava com Roger pegou sua bolsa e saiu de casa, seu marido a seguiu.

- Peraí, mulher. Não ouviu que tem que ficar em casa? – disse Roger enquanto seguia Joana.

- Se não é seguro pra mim, então também não é pra ele. – respondeu Joana, em passos rápidos.

- Ele deve tá no mercado, lá é seguro. – argumentou.

- Seguro? Você é burro? Estão acontecendo ataques canibais, como meu filho vai estar seguro em um lugar que entra e sai um monte de gente?

- E se tiver tendo ataque lá, o que você vai fazer?

- Olha Roger. – disse Joana, que virou para ele e o encarou. – Se você não tá nem aí pro seu filho, eu estou.

- Então vamos logo... – decidiu o ranzinza.

Enquanto isso, após alguns minutos, Felipe, Lucas, Mariana e Rodrigo chegaram ao supermercado. Os quatro desceram do carro e se dirigiram à porta de entrada, que estava trancada.

- Ei Luísa, abre a porta. Nós voltamos. – disse Felipe, batendo na porta. – Luísa? Sofia? Vocês estão aí? – sem resposta.

Do lado de dentro, Alfredo escutou o chamado. – Felipe? – pensou.

Nos corredores do mercado a zumbi agarrou o pé de Carlos ao cair, Gustavo se apavorou, Carlos ainda com os olhos sujos de sangue, balançou o pé, na tentativa de fazer Luísa o largar. A zumbi tentava arduamente morder a perna do açougueiro, que resistia do jeito que podia. Gustavo, desesperado, sacou a sua faca e começou a dar facada nas costas da morta, que parecia não sentir o dano. O garoto desferiu cerca de dez golpes até a zumbi gemer de dor, nesse momento ela soltou Carlos por um momento, tempo suficiente para ele puxar sua perna. Luísa tentou se arrastar na direção do açougueiro, mas Gustavo seguiu dando as facadas, o que foi enfraquecendo a inimiga. Carlos rapidamente se recompôs e pisou na cabeça da zumbi, retomando o plano original. Gustavo desesperadamente procurou a chave pelos bolsos da calça da morta e finalmente a encontrou, ambos correram dali, mas não sem antes Luísa ainda conseguiu arranhar a perna de Carlos.

- Ei, vocês conseguiram? Felipe está na porta. – disse Alfredo, ao ver seus dois colegas correndo em direção à saída.

- Conseguimos sim, mas é melhor ir logo. – gritou Carlos.

Gustavo chegou à porta e tentou destrancá-la, demorando a conseguir, pois estava tremendo muito.

- Luísa? – chamou Felipe, do outro lado da porta.

- O que tá acontecendo? – perguntou Mariana.

- Tá tudo bem aí? – questionou Lucas.

- Calma aí, cara... – suplicou Gustavo.

- Gustavo, abre isso logo... – implorou Carlos.

- Tô tentando, porra.

- Moleque, a Sofia tá levantando... – relatou Carlos, apreensivo. – Virou zumbi também.

Alfredo olhou para trás e se assustou.

- O quê? – se desesperou Gustavo.

Do outro lado da porta todos ficaram confusos.

- Parece que chegamos bem na hora. – disse Rodrigo.

- O que tá acontecendo aí? – perguntou Felipe.

- Espera, porra. – respondeu Gustavo, finalmente abrindo a porta.

Lucas tentou entrar, mas foi impedido por um empurrão de Gustavo.

- Você tá louco, moleque? – questionou Lucas, nervoso.

- Não entra, é pra sair! – gritou Carlos.

- Como assim? – contestou Mariana.

Carlos, Alfredo e Gustavo saíram do mercado, e antes que os demais vissem as duas zumbis, Carlos fechou a porta, a trancando por fora.

Observando o desespero dos três, e Carlos sujo de sangue, não ficou difícil dos outros entenderem o que estava se passando.

 - O que aconteceu? – questionou Felipe, mas já sabendo da resposta.

- Cara. – respondeu Gustavo, ofegante. – A Luísa e a Sofia viraram zumbis. 

- Sério? – se surpreendeu Mariana.

- É verdade... Eu não sei como aconteceu, acho que foi aquele gato endiabrado. – respondeu Carlos, enquanto tentava tirar o sangue do seu rosto.

- Que gato? – perguntou Rodrigo.

- Quem é você – perguntou Carlos.

- É mesmo, você ainda nem disse seu nome. – lembrou Mariana.

- Sou Rodrigo, ex-capitão do exército. – respondeu, cumprimentando Carlos com um aperto de mão. – De que gato está falando?

- O gato Félix? – perguntou Lucas.

- Ele mesmo. A gente tava lá dentro, escutamos um grito e quando chegamos pra ver o que era, o Félix tava mordendo o pé da Luísa. – explicou, ainda sem acreditar, Carlos. – Eu peguei o gato, ela caiu de dor na hora, a merda do gato ainda me arranhou antes de eu matar ele enforcado.

- Que bizarro. – comentou Mariana.

- E aí, Lucas. Você ainda duvida? – questionou Felipe.

- Dá um tempo... – respondeu seu amigo.

- Esse gato tá infectado, eu preciso checar. – disse Rodrigo, se dirigindo à porta.

- Você não vai abrir essa porta não, meu amigo. – afirmou Gustavo. – Tanto trabalhar pra sair daqui e trancar a porta, pra você abrir pra elas saírem?

- Ele tá certo, tem duas zumbis lá dentro, e o gato do capeta pode levantar de novo, melhor não arriscar... – completou Carlos.

- Não importa qual a causa da infecção, seus amigos policiais uma hora vão te informar, lembra? – disse Felipe.

- Certo, está bem. – concordou Rodrigo.

- Então vamos logo sair daqui. – sugeriu Carlos, nesse momento todos escutaram as duas zumbis dando pancadas, tentando abrir a porta.

- Mas temos dois problemas. – informou Rodrigo. – O primeiro é que não cabem sete pessoas no meu carro e temos que ir pra um lugar seguro.

- Mas é só eu pegar o... – tentou dizer Carlos, que foi interrompido pelo ex-militar.

- E o segundo é que você está todo arranhado e sujo de sangue, e isso pode ter te contaminado também. – completou Rodrigo, criando um clima tenso no ambiente.

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