CAPÍTULO 11 - DESCONFIADOS

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Intriga: Ato ou ação de intrigar, maquinar ou tramar em segredo. Conversa mentirosa, fofoca ou boato, ação realizada para prejudicar alguém. Dizemos que uma pessoa está fazendo intriga quando ela faz alguma afirmação, sendo verdadeira ou não, para causar conflitos e desavenças entre os outros, também conhecido como jogar um contra o outro. Às vezes as acusações têm fundamento, mas geralmente a intriga é feita por uma pessoa, por muitas vezes manipuladora, que tem como objetivo causar a discórdia e desunir os demais.  

Rodrigo afirmou que Carlos pode estar infectado, causando apreensão em todos. Não se sabe se o ex-militar fez isso visando a segurança de todos, ou se ele apenas quer causar desconforto em uma situação que já estava tensa por si só.

- Como assim? – se surpreendeu Mariana.

- Será? – Lucas reagiu.

- Mas eu não fui mordido. – contestou Carlos.

- Mas você foi arranhado pelo mesmo gato que infectou sua patroa. – respondeu Carlos. – E esse sangue aí, é seu?

- Não, ela cuspiu na minha cara...

- Pior ainda. Várias doenças são transmitidas através do sangue, por que com esse vírus vai ser diferente? – questionou Rodrigo. – Não é seguro. Não sabemos como funciona, nem o tempo de contaminação, é perigoso para todos nós.

- E vamos deixar ele pra trás? – perguntou Alfredo, que até então estava calado.

- Não, não, não. – protestou Gustavo. – A gente se arrisca pra escapar pra vocês deixarem ele pra trás?

- Vocês tinham que se arriscar de qualquer jeito, caso contrário estariam sendo devorados agora. – afirmou Rodrigo.

- Mas você apertou a mão dele. – lembrou Felipe, para surpresa de todos. – Olhe sua mão suja de sangue, então você também está contaminado?

- É mesmo. – percebeu Rodrigo.

- Vai ficar pra trás também? – perguntou Lucas.

- Se alguém tem que ficar pra trás é esse aqui. – afirmou Gustavo, apontando para Alfredo.

- Para com isso, Gustavo. – pediu Carlos. – Olha, se eu tivesse infectado eu já estaria sentindo algo.

- E é como o Felipe disse, se o Carlos está infectado, você também tá agora. – concluiu Lucas.

Todos ficaram com pé atrás em relação a Rodrigo, o homem pensou um pouco e chegou a uma conclusão.

- Tá certo, você vai vir com a gente, mas com duas condições.

- Quais?

- A primeira, você tem que trocar de roupas e lavar suas feridas com álcool. – informou. – Eu tenho umas roupas no meu carro, e o álcool a gente compra em alguma farmácia.

- Certo, e qual a outra? – questionou Carlos.

- Você vai no meu carro do meu lado, se eu perceber que seu comportamento ficou estranho, eu pego meu revólver e dou um tiro na sua cabeça. – concluiu.

- De acordo. – aceitou Carlos.

Após resolverem tudo, lá foram os sete para os veículos, no carro de Rodrigo foi ele e Carlos, como já tinha sido definido, além de Gustavo. E no carro de Carlos foram Alfredo, no volante, Felipe, Lucas e Mariana. Após passarem na farmácia e lavarem as feridas de Carlos com álcool, eles retomaram a estrada, com destino à delegacia.

- Será que a gente deve confiar nesse cara? – questionou Lucas.

- Eu acho que sim. – respondeu Mariana.

- Ele ameaçou dar um tiro na cara do Carlos... – disse o garoto. – O que garante que ele não vai matar de propósito e depois inventar que o Carlos virou zumbi?

- Eu pensei que você ainda estava duvidando dos zumbis. – ironizou Felipe. 

- Eu tô falando sério, cara.

- Mas o Gustavo tá lá com eles... – respondeu Felipe. – Se o Rodrigo fizer algo, o Gustavo vai ver, e se ele matar o Gustavo também, aí teremos certeza de que ele não é confiável.

- Que horror, você fala de morte como se não fosse nada. – estranhou Mariana.

- Você reparou quem não está aqui com a gente? – questionou Felipe.

- Rodrigo, Carlos e Gustavo? – respondeu a garota.

- Não. Luísa e Sofia, elas não estão aqui. Viraram zumbis, e você não está chorando pelo fim delas.

- Você é muito frio...

- Ei Alfredo, por que está tão calado? – perguntou Lucas.

- É mesmo, o que houve? É por causa da nossa discussão mais cedo? – completou Felipe.

- Não tem nada a ver com isso... – respondeu Alfredo, com uma voz trêmula.

- O que foi então?

- Elas viraram zumbis... E eu não fiz nada... Nem coragem pra pegar a chave eu tive, fiquei travado. – triste respondeu. – O Gustavo tá certo, eu sou um covarde...

- Você não é covarde, você só não teve reação, isso é normal. – respondeu Felipe. – Por exemplo, tem um cara aí, que não vou citar nomes, que mesmo depois de quase ser morto por um deles, ainda tava duvidando.

- Vai se ferrar, Mike. – respondeu Lucas.

- Agora é Mike? Não era Barry? – riu.

- Quase foi morto? Como assim? – questionou Alfredo.

- O Lucas foi mexer num saco de lixo, o zumbi grudou no pescoço dele, se não fosse o Rodrigo ele estaria morto agora. – respondeu Mariana.

- Eu estava na melhor das intenções...

- Idiota. – disse Felipe.

No outro carro Carlos abriu um questionamento enquanto fazia curativo em seus machucados. – Se isso é uma epidemia zumbi, será que é uma boa idéia ir pra um lugar onde tá cheio de gente que pode virar zumbi?

- Eu tenho meus contatos, sei que tudo lá está limpo. – respondeu Rodrigo. – Eu me pergunto se seria uma boa idéia levar você até lá. – concluiu.

- Mas ele já lavou as feridas com álcool. – se intrometeu Gustavo.

- E ardeu pra cacete.

- Eu estou querendo acreditar que isso seja o suficiente, mas não sabemos a causa do vírus e nem se existe cura depois de infecção, não estou implicando com você, mas deve compreender a minha preocupação. – enfatizou Rodrigo.

- Eu entendo.

Minutos se passaram e enquanto os sete estavam quase chegando à delegacia, Joana e Roger chegaram ao supermercado.

- Mas tá trancado... – percebeu Joana. – Felipe? Lucas? Sofia? – gritou.

- Acho que não tem ninguém. – respondeu Roger.

Nesse momento eles escutaram as zumbis baterem na porta, sem saber do que se tratava, Joana voltou a chamar por Felipe. – Que brincadeira é essa? Eu tô ouvindo vocês aí dentro.

Roger viu uma chave no chão e a pegou. – Olha, deve ser a chave daí. – disse.

- Será?

- Vamos descobrir. – Roger colocou a chave na fechadura e a girou, destrancando a porta.

No Way OutOnde histórias criam vida. Descubra agora