CAPÍTULO 8 - ENFRENTAR OU ESPERAR?

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Lógica: É o substantivo que define a ciência do raciocínio. Outro conceito de lógica é o estudo dos métodos e princípios usados para distinguir o raciocínio correto do incorreto. Essa ciência abrange vários conceitos, dentre eles a argumentação. Em outras palavras, é o uso do raciocínio em alguma atividade, seja ela normativa ou filosófica. É muito comum ouvirmos as pessoas dizerem "pela lógica deveria acontecer isso" ou "lógico que eu não faz isso", facilmente entendemos por lógica uma coisa que já esperamos que aconteça, algo previsível, teorizado a partir da condição dos objetos ou caráter dos indivíduos.

Nesse momento estão ocorrendo coisas estranhas na cidade, coincidentemente estão sendo solicitadas centenas de viaturas e ambulâncias na cidade toda. Felipe e seus amigos presenciaram dois ataques zumbis, no supermercado também está ocorrendo um ataque, iniciado pelo gato Félix, que resultou na, apenas, ainda, morte de Sofia e na infecção e transformação de Luísa em zumbi. As famílias de Felipe, Lucas e Mariana estão em segurança, pela lógica eles deveriam voltar pra casa para ficarem em segurança também, entretanto, Rodrigo, um homem que eles nunca viram anteriormente, lhes disse que voltar para casa não seria uma boa ideia, já que não se sabe até quando suas famílias estarão seguras. Os jovens não concordaram com isso, mas até o momento ainda não questionaram o ex-militar sobre isso, mas Felipe abriu um outro questionamento.

- Como assim? É claro que vamos escapar. – respondeu Rodrigo, sem entender a pergunta de Felipe.

O garoto permaneceu calado.

- Mike? – gesticulou Lucas.

- Felipe? – seguiu Mariana.

- Ei garoto, do que você está falando? – perguntou Rodrigo.

- É besteira, deixa pra lá. – respondeu Felipe, balançando sua cabeça em sinal de negação.

Lucas e Mariana estranharam o comportamento de Felipe, Rodrigo não ligou, pois sabe que os jovens mudam de humor do nada. O caminho de carro seguiu.

Enquanto isso, no supermercado, Carlos, Alfredo e Gustavo pensavam em um jeito de sair dali.

- A gente vai ter que dar um jeito de pegar a chave da Luísa. – disse Carlos.

- Você tá louco? Ela vai matar a gente. – respondeu Gustavo, receoso.

- Então a gente fica aqui parado esperando até alguém chegar e salvar a gente. – disse Carlos, para um breve sorriso de Alfredo. – Ou até ela nos achar, ou até a Sofia se tornar essa coisa também, ou até esse gato maldito levantar de novo, aí será o fim.

- Por que a gente não mete o pé na porta? – perguntou o medroso Alfredo.

- Boa ideia. – respondeu Gustavo. O garoto se dirigiu até a porta e deu três chutes com a sola do pé na fechadura, mas percebeu que não seria tão fácil.

- Para com isso! – exigiu Carlos. – Fica aí fazendo barulho que daqui a pouco ela escuta e chega aqui!

- A gente tem que tentar alguma coisa!

- Mas ficar chutando a porta não vai funcionar. Você não lembra que o dono do mercado colocou as melhores fechaduras do país nessa porta depois dos arrombamentos que aconteceram ano passado? – lembrou Carlos.

- Mas talvez a chave esteja no balcão, ou jogada por aí... Vamos procurar. – disse Alfredo enquanto revirava tudo procurando o abridor de fechadura.

- Também não vai dar certo...

Em 2018, em menos em dois meses, de 21 de setembro à 9 de novembro, o supermercado sofreu cinco arrombamentos seguidos de furtos, os eletrodomésticos, como geladeira e fogão, eram os itens mais roubados do estabelecimento. Todos os roubos somados causaram um prejuízo de mais de cem mil reais. Mesmo com as filmagens das câmeras de segurança, os bandidos conseguiram escapar todas as vezes, os meliantes só foram pegos quando tentaram roubar o local pela sexta vez, onde foram pegos em uma emboscada e todos acabaram presos, a gangue tinha sido responsável por todos os roubos. Infelizmente eles já haviam se desfeito dos produtos roubados, então o supermercado nunca teve um reembolso. Depois desse ocorrido, o proprietário do mercado reforçou absurdamente a segurança, colocou as portas, fechaduras e janelas mais resistentes disponíveis, também cobrou mais atenção dos funcionários, por isso Luísa sempre ficou com as chaves e nunca as deixou à toa por aí, então é óbvio que a procura de Alfredo foi em vão. 

- Desistam, não vamos conseguir sair sem a chave, e a chave está com ela. – lamentou Carlos.

- Parece que não vai ter outro jeito mesmo... – disse Gustavo.

- É uma pena. – completou Alfredo. – Estamos mortos de qualquer jeito.

- Para com isso. Eu já disse que Deus não ficaria feliz te vendo desistir! – respondeu Carlos.

- Mas do que estamos com medo? – perguntou Gustavo. tomando confiança. – Estamos em três, a gente pode matar ela!

- Quê? Tá louco? – perguntou Alfredo, surpreso.

- Ele tá certo. Temos que matá-la. Só assim teremos certeza que ela não vai morder quem tentar pegar a chave do bolso dela. – afirmou Carlos. – Mas não podemos nos precipitar. Não sabemos se esses monstros morrem como nos filmes.

- Você matou o gato só enforcando ele. – disse Gustavo...

- Nem sabemos se esse bicho realmente está morto. – respondeu Carlos. O açougueiro parece ser o mais calmo dos três, mas ele sabe que pode ser um potencial infectado, já que o gato arranhou seus braços, que nesse momento já estava ardendo consideravelmente. – Mas eu acho que já podemos afirmar que esses zumbis não são atraídos pelo cheiro, pelo menos não a Luísa, se não ela já teria nos achado só pelo tempo que estamos parados aqui.

- É, eu concordo com você... – disse Alfredo. – Mas ao invés de ir atrás dela, a gente pedia podia ligar pro dono do mercado, né? Aí ele vem e abre a porta pra gente.

- Que ótima ideia. Como não pensamos nisso? Liga aí então. – respondeu ironicamente Gustavo. – A gente nem conhece esse cara, como vamos ligar pra ele? – completou o garoto, agora irritado.

- E mesmo que a gente soubesse, esse cara tá bem longe e eu duvido que ele viria aqui só pra salvar a gente. Temos que pegar a chave da Luísa! – concluiu Carlos,

- Isso vai dar errado...

- Chega, para com essa porra, caralho! – exigiu Gustavo, bravo. – Você reclamou do pessimismo do Felipe e agora você tá pior que ele? A gente vai pegar a chave dela sim, se você não tem coragem, então fica aí enquanto a gente faz o serviço, seu medroso! Covarde!

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