Imprevisto é um acontecimento não previsto, inesperado ou surpreendente. Exemplo: Quando você está indo para algum lugar e algum incidente te atrasa, você diz que ocorreu um imprevisto.
Felipe não esperava se deparar com tantos zumbis quando chegasse ao supermercado, não que ele tenha pensado que seria simples resgatar seus pais, mas nunca passou pela sua mente que seria tão complicado. O garoto olhou para todos os lados procurando uma solução para esse problema, por mais que ele buscasse uma saída, tudo que ele via eram aqueles rostos desbotados, veias visíveis quase rasgando a pele, olhos vermelhos e aqueles grunhidos que ele jamais imaginou ouvir na vida real.
Enquanto isso os quatro continuaram dentro do carro parado enquanto os zumbis se aproximavam, Carlos deu ré, mas no mesmo instante um caminhão desgovernado bateu em um muro, pegando fogo e causando vários destroços, bloqueando o caminho de volta.
- O que vamos fazer? – se desesperou Mariana.
- Atira logo! – gritou Lucas.
- Que merda...
- Vai logo, Carlos. – exigiu Gustavo.
Os zumbis se aproximavam cada vez mais. Lucas se afobou e tomou o revólver da mão de Carlos. O garoto botou o corpo para fora da janela e tentou atirar nos inimigos à frente, sem sucesso já que ele não puxou a trava de segurança da arma. Nesse momento um zumbi que saiu de dentro do caminhão tentou atacar Lucas, mas Carlos percebeu e o puxou de volta para dentro do carro, fechando todas as janelas em seguida.
- Você tá louco, porra? – perguntou Carlos, bravo.
- A gente vai morrer se não fizer nada. – argumentou Lucas.
- Você quer dar uma de herói e nem sabe que precisa puxar a trava.
- Gente, eles tão em cima já... – mostrou Mariana.
- Se segurem... – Carlos acelerou o carro, passando por cima dos zumbis que estavam no caminho, deixando todos para trás.
- Por que você não fez isso antes? – perguntou Gustavo.
- Eu não sabia se ia dar certo...
- Não ia precisar disso se você tivesse atirado! – reclamou Lucas.
- Você sabe como matar essas pragas? – questionou o furioso Carlos.
- Não, mas o Rodrigo...
- Que se foda o Rodrigo, ele te salvou de um zumbi, e aí? Ele virou expert no assunto? Como vou saber se eles morrem com um tiro só? – questionou.
- Mas ele...
- E se eu gastar a munição agora e lá na frente a gente encontra um número maior deles? Você acha que só acelerar o carro vai dar certo contra uma multidão?
- Eu não tinha pensando nisso...
- É claro que não pensou, se tivesse pensado não teria colocado o corpo pra fora correndo o risco de ser mordido. – enfatizou Carlos. – De agora em diante, só eu pego nessa arma! Entenderam? – todos responderam que sim e a viagem continuou.
Após pensar por alguns minutos, levando em consideração que ele não podia demorar, Felipe teve uma ideia. O garoto começou a dar pancadas no portão de ferro de uma fábrica ali da rua causando um barulho estrondoso, chamando a atenção de todos os zumbis. Os monstros pararam de bater na porta do supermercado e começaram a caminhar na direção do garoto, mas não só eles, outros zumbis que não haviam sido vistos antes também apareceram dos dois lados, deixando o garoto praticamente encurralado. Se ele ficasse ali parado ele iria acabar sendo cercado, e se ele saísse correndo, os zumbis voltariam pra porta do supermercado, com o adendo de que os outros que apareceram após o barulho poderiam também se dirigir ao estabelecimento, talvez eles tentassem seguir Felipe, mas com os pais em perigo, é melhor não pagar pra ver.
Relutante, Felipe pegou uma barra de ferro que estava jogada no chão e correu para cima de um zumbi que estava caminhando isolado dos demais. O garoto desferiu um golpe com o objeto na cabeça do monstro que pareceu ter sentido a pancada. Os golpes continuaram, mas por mais que o zumbi sentisse a dor, ele continuava andando sem parar, então Felipe deu mais uma pancada nas pernas do monstro que se desequilibrou, no momento em que o ser estava caindo pra frente, Felipe lhe acertou a cabeça com uma solada, fazendo o monstro cair ajoelhado. Felipe tirou a faca do bolso e a cravou no peito do zumbi, que caiu no chão complemente imóvel, com muito sangue saindo da boca, provavelmente morto. Ao puxar a faca de volta para sua posse, Felipe entendeu que pra acabar com os zumbis, mesmo que momentaneamente, ele deve perfurar o coração deles, mas como ele vai fazer isso com todos os zumbis que estão ali, um por um, sem acabar sendo acertado por algum deles?
Na delegacia, após minutos de silêncio, o ambiente foi tomado por um som de tosse alto. Ao procurarem de onde vinha o barulho, Daniel, Rodrigo, Raul e Garcia perceberam que vinha do banheiro, onde Alfredo estava trancado.
- Tá tudo bem aí? – perguntou Rodrigo.
- Tá sim, eu só me engasguei. – respondeu Alfredo.
- Ah bom, menos mal. – disse Rodrigo, sacando uma pistola que estava guardada consigo. O ex-militar olhou para os policiais e todos entenderam o recado, cada um empunhando suas respectivas armas também.
Em frente à pia Alfredo tossia e cuspia sangue, começando a suar frio e ter dor de cabeça. – Eu não posso estar infectado... Eu nem entrei em contato com esses monstros. – pensou. O traíra julgou que poderia ser morto se os demais suspeitassem que ele poderia estar infectado, então após tossir e cuspir muito, o homem limpou a pia que havia sujado, lavou seu rosto e saiu do banheiro como se nada tivesse acontecido. Rodrigo e Daniel o observavam de longe enquanto Raul e Garcia estavam no andar de cima retiravam todos os objetos de dentro de uma sala. Alfredo estranhou não ter ninguém ali, mas ignorou isso e se deitou em um sofá que havia no corredor, na esperança da dor passar enquanto ele tentava dormir.
Rodrigo e Daniel se encararam.
- Tá esperando o quê? – perguntou Daniel. – Mata logo!
Rodrigo pensativo mirou a pistola para a cabeça de Alfredo.
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No Way Out
HorrorFelipe é um jovem pessimista que se vê em seu maior pesadelo, uma epidemia está contaminando pessoas e animais e aos poucos o país inteiro está sendo tomado por essa infecção. 1° lugar em Terror no Concurso Chuva de Visualização 1° lugar em Terror n...