CAPÍTULO 26 - LUTO

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Luto: É um conjunto de reações a uma perda significativa, geralmente pela morte de outro ser, seja pessoa ou animal. Segundo John Bowlby, quanto maior o apego ao objeto perdido, maior o sofrimento do luto. O luto tem diferentes formas de expressão em culturas distintas. Cada pessoa reage a uma morte de uma maneira diferente, após a morte de Joana, Felipe sentiu um misto de tristeza e raiva que o fez matar seu pai e nem se arrepender por isso.

A morte de Joana foi como o fim de tudo de tudo para Felipe, como será que ele vai se comportar após isso?

Felipe não saiu do lado do corpo de Joana, lá ele ficou o resto do dia e a noite toda. Lucas e Mariana ficaram juntos com ele na casa, em nenhum momento tentaram o tirar de lá. Lucas, se arriscando, foi até o carro, pegou a mochila com comida e voltou para a casa. Ele e Mariana se alimentaram e checaram todos os cômodos pra garantir que a casa não tinha mais zumbis, após a averiguação todos ficaram em silêncio. A madrugada se passou, Lucas e Mariana dormiram enquanto Felipe continuou lá parado, encarando o cadáver de sua mãe.

O dia amanheceu, no lugar do sol veio um céu fechado e com uma forte chuva com direito a granizo, os pedaços de gelo grandes e pontiagudos e a força do vento estavam tão fortes que estavam sendo capazes de matar alguns zumbis. Lucas e Mariana acordaram e se surpreenderam ao ver que Felipe não estava mais no mesmo lugar. Eles foram para o lado de fora e lá viram seu amigo. O recém orfão estava observando a rua, os zumbis que ainda continuavam vivos estavam todos caídos por causa da chuva, eles não conseguiam levantar, o momento ideal para fugir era aquele.

– No que você está pensando? – perguntou Lucas.

Felipe saiu andando sem falar nada, ele empunhou o revólver e deu um tiro na corrente do portão, abrindo-o em seguida. – Lucas venha aqui, por favor. – disse ele.

– O que foi? – disse Lucas enquanto se aproximava.

– Coloca o carro com o porta-malas pra cá, por favor. – pediu enquanto apontava pro portão.

– Tá bom... – disse Lucas sem entender nada. Ele entrou no carro, ligou o limpador de para-brisa e estacionou o carro da maneira que seu amigo solicitou.

Felipe passou por Mariana e não disse nada, ela olhou para ele e sentiu só tristeza pelo amigo.

Lucas estacionou o carro e saiu para o lado de fora.

– Abre o porta-malas. – disse Mariana.

– Pra que?

– Não sei, mas se ele pediu pra você estacionar assim acho que ele vai colocar alguma coisa dentro.

– Certo. – Lucas fez o que Mariana pediu.

Felipe pegou o cadáver de sua mãe nos seus braços e o carregou para o lado de fora. Lucas e Mariana olharam surpresos enquanto Felipe colocou o corpo dentro do porta-malas do carro e o fechou em seguida. – Eu tenho que aceitar a morte... Mas ela terá um enterro digno. – disse antes de entrar da casa novamente.

Lucas e Mariana se encararam novamente, nenhum dos dois conseguia dizer nada. Era impressionante a frieza de Felipe que passava por cima do cadáver de seu pai sem nem sequer olhar pra baixo. Após alguns minutos Felipe retornou com a mochila que Lucas havia trazido do carro, um guarda chuva que entregou para Mariana, uma espingarda e duas caixas de munição que ele encontrou dentro da casa.

– E agora? – perguntou Mariana.

– Vou encontrar um lugar pra enterrá-la e depois não sei...

– Como não sabe? E o quartel?

– Não sabemos se lá é seguro porque alguém ficou atrapalhando enquanto a gente ouvia... – respondeu Felipe. – E mesmo se for, vocês sabem como chegar lá? Porque eu não sei.

– Eu também não sei não... – disse Lucas.

– E se lá for seguro com certeza aqueles policiais imbecis vão pra lá, vocês querem encontrar com eles de novo? Eu não tô afim... – completou Felipe.

– Realmente... – disse Mariana.

– Já sei. Vamos fazer o enterro e depois eu vou entregá-los aos seus pais. – disse em tom triste.

– E o que você vai fazer depois? – perguntou Lucas.

– Depois que eu fizer isso, não terei mais motivos para continuar... – respondeu com lágrimas nos olhos.

Lucas e Mariana se olharam assustados.

No quartel o Doutor Estevão cuidou do braço de Garcia, em seguida o policial foi mandado para um quarto especial para ficar em observação sozinho.

Ao mesmo tempo Daniel e Raul foram mandados para outro quarto, separados dos demais.

– Isso tá muito estranho... Cadê o Rodrigo? – perguntou Daniel.

– Também tô estranhando isso... – disse Raul.

Em uma outra sala Rodrigo conversava com o Coronel Andrade.

– É o seguinte Rodrigo, em consideração a você, vamos fazer de tudo pra te curar, mas pelo que você me disse todos vocês estão com alto risco de contaminação, não temos um antídoto pronto ainda, eu não te garanto a vida deles...

– Tudo bem, eu entendo... – disse Rodrigo, que estava usando uma máscara de proteção. – Somos amigos, mas eu nunca vou me arriscar por eles. Entre eu ou eles, puxarei o gatilho sem hesitar... 

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⏰ Última atualização: Feb 15, 2020 ⏰

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