Covardia é um ato que convencionalmente é visto como a corrupção da prudência, oposto a toda coragem ou bravura. É um comportamento que reflete falta de coragem; medo, timidez, poltronice, fraqueza de ânimo, pusilanimidade ou ainda ânimo traiçoeiro.
Na maioria das vezes a covardia vem acompanhada por uma traição, como Alfredo que preferiu abandonar seus amigos por medo de ir para as ruas, e como Roger que jogou sua esposa, mãe de seu filho, em cima de um zumbi para ela ser morta no seu lugar. E agora covarde continua agindo assim, ele sente receio pelo que fez, mas não por ser errado, e sim imaginando as conseqüências disso quando Felipe souber do que aconteceu.
– O que foi que eu fiz? – se desesperou Roger. – Felipe nunca vai me perdoar... – Tomado pela adrenalina, o homem pegou a faca e cravou nas costas do zumbi, mas não surtiu efeito algum. O monstro se levantou e passou a perseguir Roger dentro da casa, o pai de Felipe corria desesperadamente para porta de trás que levava ao quintal enquanto o zumbi o seguia com passos lentos. O corte que ele havia feito em seu braço enquanto procurava a faca começou a sangrar novamente. Distraído com o sangue, Roger tropeçou em uma mala que estava no chão e caiu do lado de fora da casa, mas batendo com a cabeça em uma pedra e desmaiando, ficando totalmente exposto enquanto o zumbi lentamente se aproximava.
Lucas dirigia cautelosamente, desviando de zumbis que estavam no meio da rua. Mariana olhava para os lados quando viu de relance um homem careca caído com a cabeça sangrando. – Nossa, parece o pai do Felipe. – pensou alto.
Lucas freou o carro bruscamente para a surpresa da garota.
– Onde? – perguntou Felipe.
– Ali. – apontou Mariana.
– Parece mesmo. – disse Lucas.
– Tenho que conferir... – Felipe pegou o revólver, se certificou de que ele estava carregado e saiu do carro, preocupado Lucas foi junto enquanto Mariana ficou no carro. Ao pularem o portão que dividia o quintal da rua, surpresos os dois confirmaram que realmente se tratava de Roger.
– É ele mesmo. – gritou Lucas para Mariana enquanto Felipe mirava a arma para aquele zumbi que perseguia seu pai, o garoto respirou fundo e deu um tiro no meio da testa do monstro, o matando na hora. O jovem então se abaixou e começou a tentar acordar seu pai enquanto sentia um misto de medo, raiva e preocupação. Ao perceber que suas tentativas eram em vão, ele pediu para Lucas acordar Roger enquanto ele entrou na casa para procurar sua mãe. Felipe foi checando cômodo após cômodo, e quando chegou à sala, ele viu a única coisa que desejava não ver, sua mãe caída, morta, com o torso e pescoço parcialmente desfigurados. O garoto começou a pensar em um monte de coisas, mas mesmo que ele não quisesse aceitar, aquela era a verdade, assim como Luísa, Sofia e Gustavo, Joana havia sido devorada pelos mortos e agora estava morta também. Felipe começou a chorar e deu um grito de tristeza que pôde ser ouvido por Lucas e Mariana. Os amigos do garoto, mesmo não estando juntos dele dentro da casa, já sabiam o que aconteceu e também começaram a chorar. – Mãe, por que você não ficou em casa? Eu ia te buscar... – perguntou o garoto em meio às lágrimas que o faziam se engasgar. Mariana desceu do carro e com esforço conseguiu pular o portão, ela tentou entrar pra ter certeza do que tinha acontecido, ela não queria acreditar no que estava pensando, mas Lucas a segurou. – Melhor não entrar agora.
– Você devia ter ficado em casa... – lamentou Felipe enquanto fazia carinho no cabelo de Joana.
– Vamos tentar acordar o pai dele... Depois a gente vê o que faz. – pediu Lucas.
– Tá bom. – concordou Mariana.
Daniel, Rodrigo e Raul discutiam sobre o fato de não terem sido comunicados sobre a segurança do quartel do exército.
– O Steve devia ter me dito, eu vou xingar ele quando a gente chegar lá. – disse Daniel.
– Não tô acreditando que meus amigos não me informaram sobre isso, que falta de consideração... – lamentou Rodrigo.
– Pode ser que eles estejam muito ocupados, a conexão foi cortada ou algo assim... – disse Raul.
- Isso tá me cheirando à merda. – desconfiou Rodrigo.
– Bom, pode ser que eles estejam mortos, não é? – sugeriu Raul.
– O quê? – perguntou Rodrigo, surpreso.
– Eles disseram aí na rádio pra quem estiver altamente contaminado nem pisar os pés lá... Seus amigos podem ter sido infectados e mataram eles...
– Impossível.
– Não é impossível, o Capitão Daniel quis matar o Alfredo por desconfiar que ele tava infectado, por que os superiores do exército não podem ter feito o mesmo com seus amigos? – questionou Raul.
– Para de falar merda. – exigiu Rodrigo.
– Temos que estar preparados pra tudo. – disse Raul.
- Tá bom, a gente sabe, agora fica quieto. – ordenou Daniel.
Após muita insistência de Lucas e Mariana, Roger finalmente acordou. – O quê? Vocês? – perguntou confuso. – Onde estamos?
Lucas começou a se preocupar com os zumbis de aproximando.
– Você tava caído aqui, o que aconteceu? – perguntou Mariana.
Em meio à dor de cabeça e tontura, Roger se desesperou. – Tem um zumbi me seguindo. – gritou.
– O Felipe já matou, fica calmo. – explicou Mariana.
– Felipe? Cadê ele?
– Lá dentro... – disse Lucas.
– Que merda... – pensou Roger.
Do lado de dentro Felipe ainda chorava quando viu sua mãe lentamente se levantando, o garoto queria do fundo do coração que aquilo fosse um pesadelo e que sua mãe ainda estivesse viva, mas ele era pessimista e quando viu Joana se levantando, ele já sabia o que estava acontecendo. Ele se levantou e deu passos para trás enquanto tentava sacar o revólver, mas Felipe tremia muito, mais do que nunca. Mesmo que Joana tivesse se tornado uma zumbi, Felipe teria coragem de matar sua mãe?
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No Way Out
HorrorFelipe é um jovem pessimista que se vê em seu maior pesadelo, uma epidemia está contaminando pessoas e animais e aos poucos o país inteiro está sendo tomado por essa infecção. 1° lugar em Terror no Concurso Chuva de Visualização 1° lugar em Terror n...