No Way Out

CAPÍTULO 19 - A CULPA É MINHA?

Susto: Ação biológica derivada do medo que ocorre quando uma pessoa ou animal vê ou ouve algo inesperado. É uma reação do corpo humano contra possíveis ameaças, que resulta no lançamento do na . A adrenalina gera vários efeitos no corpo humano, como redirecionamento da corrente sanguínea do sistema intestinal para os músculos e a descarga de adrenalina provoca uma série de efeitos. O primeiro deles é a aceleração dos batimentos do coração e a elevação da pressão arterial. O ritmo frenético aumenta o fluxo sanguíneo nos músculos. O intuito do susto é, biologicamente, preparar o corpo humano para reagir contra uma ameaça, mesmo quando ela de fato não existe. Os sustos muito elevados podem resultar em paradas cardíacas.

Carlos estava dirigindo em alta velocidade quando Mariana gritou do nada, o que fez com que o açougueiro se assustasse, causando o acidente.

Mariana tentava desesperadamente acordar Carlos e Lucas, tentativas em vão. A batida no poste foi violenta, mas os airbags do carro protegeram todos de ferimentos maiores, mas isso não foi o suficiente para impedir que os dois da frente desmaiassem e por mais que a garota gritasse, os balançasse, desferisse tapas, eles não tinham nenhuma reação. Por um breve momento ela pensou que eles estivessem mortos, mas percebeu ambos respirando e se aliviou parcialmente. Porém, isso não era nem de longe motivo de alegria, já que além dos dois desacordados, ela tinha que se preocupar também com Felipe enfrentando o zumbi Gustavo.

Felipe havia percebido momentos antes que os zumbis que o perseguiam iam ficando mais ágeis à medida que o tempo da perseguição ia aumentando, mas Gustavo estava ainda mais rápido do que os outros. Felipe havia cogitado que os zumbis ficavam mais velozes de acordo com o tempo da infecção, mas sua teoria caiu por terra ao ver os movimentos de Gustavo, uma vez que não faria sentido os demais manterem um zumbi no carro, o garoto percebeu que seu colega havia sofrido a mutação em pouco tempo, podendo essa ser a causa da batida do carro.

Felipe pensou em atacar Gustavo da mesma maneira que atacou, com sucesso, um zumbi na rua do supermercado, mas a velocidade daquele inimigo pra esse era visivelmente inferior. Ele pensou em correr para o zumbi lhe seguir, mas lembrou que naquela direção haviam vários monstros querendo o pegar, correr pra aquele lado seria suicídio. Felipe decidiu então enfrentar Gustavo, mas tomando o devido cuidado, já que este estava era bem mais perigoso que os demais. – Só preciso perfurar o coração... – pensou o garoto.

Gustavo dava investidas violentas, Felipe desviava de todas e esta batalha já durava minutos, e por causa de sua corrida interminável minutos antes de presenciar o acidente, Felipe já estava muito cansado e precisava acabar com isso se não o zumbi Gustavo acabaria com ele.

Em um momento de adrenalina Gustavo encurralou Felipe em um muro e quanto se preparou para morder, o garoto o surpreendeu lhe enfiando a barra de ferro na boca, em uma força tão incomum que a ponta do objeto era visível na garganta do zumbi. Gustavo cambaleou por um três segundos, tempo suficiente para Felipe lhe cravar a faca no peito, o matando.

Felipe retirou a barra de ferro da boca de Gustavo e limpou o sangue na roupa do próprio falecido. Após isso o garoto, com um olhar triste, encarou seu colega de trabalho morto no chão. Isso deixou Felipe abalado, pensando em mil coisas. Será que esse também será seu destino? Será que seus pais estão bem? Por sorte ou por azar, ele foi forçadamente retirado desses pensamentos ao escutar Mariana chamando por seu nome, pedindo ajuda. Ele correu em direção ao carro, vendo seu melhor amigo e seu outro colega de trabalho desmaiados, ele ficou mais abalado ainda. – Acorda, L! – gritou o garoto enquanto sacudia seu amigo exageradamente. – Vai logo! – implorou. – Será que eles estão mortos? – perguntou desesperado.

- Não, eles estão respirando. – respondeu Mariana. – Mas não acordam de jeito nenhum.

- Eles têm que acordar! E rápido...

- Por que rápido?

- Tem um monte de zumbi vindo aí, não sei como não chegaram aqui ainda... E tenho que ir atrás dos meus pais.

- Por que você não avisou a gente antes? Isso só aconteceu porque viemos atrás de você. – disse Mariana.

- A culpa é minha então? – entendeu Felipe ao perceber o silêncio de Mariana. – Vocês vieram por vontade própria, não chamei ninguém aqui já pra evitar isso!

- Vai atrás dos seus pais, deixa que me viro com eles. – pediu Mariana, sentindo um misto de raiva e medo.

- Não! – se impôs Felipe. – Agora que estão aqui, vamos ficar todos juntos!

- E seus pais?

- Mariana, escuta bem. O Lucas e o Carlos vão acordar, e já que vocês vieram atrás de mim, agora vocês vão procurar meus pais comigo!

Após pensarem muito no que Raul disse, Daniel e Rodrigo decidiram sair da delegacia. Ambos concordaram que o sargento estava certo e acataram ao pedido dele, então os três começaram a separar coisas que poderiam precisar nessa jornada. Daniel foi pegar armas, Rodrigo pegou rádios comunicadores e sinalizadores, enquanto que Raul ficou encarregado de passar de sala em sala procurando outras coisas que poderiam ser úteis e apagar todas as luzes. Enfim o sargento passou em frente à sala que Alfredo estava trancado e escutou o mesmo tossindo do lado de dentro. – Será que eu devo soltar ele? – pensou.

Rodrigo pegou tudo que precisava e voltou para a recepção. Lá ele calmamente tentou acordar Garcia, que nesse momento estava desacordado, dormiu de tanta dor.

- Vamos Garcia, vamos sair daqui... – chamou Rodrigo. – Vamos achar um médico pra você.

Garcia acordou lentamente e olhou para os lados. – Rodrigo?

- Sim...

- Tô sentindo meu lado esquerdo formigando... – se queixou.

- Como assim? – perguntou Rodrigo.

- Meu braço, meu peito, pescoço, tudo formigando...

- Que merda... – reclamou Rodrigo. – Temos que sair daqui rápido. Fique aí que vou apressar os outros. – completou o ex-militar, se retirando.

- A sala está vazia... Só tem o Alfredo dentro. Eu devo abrir essa porta? – se perguntou Raul.