Insegurança: é um sentimento de mal-estar geral ou de nervosismo que pode ser desencadeado pela percepção de si mesmo ser vulnerável de alguma forma, ou um senso de incapacidade ou instabilidade que ameaça a própria imagem ou ego.
Felipe nunca foi um garoto que se importa com aparências, mas mesmo assim ele é muito inseguro, ele tem medo das pessoas o ridicularizarem e não o levarem a sério. Há minutos atrás Felipe foi motivo de risadas quando disse para Lucas e Mariana que o homem morto e os corpos desaparecidos talvez tivessem ligação, ele ficou muito irritado ao ver seus melhores amigos dando risada da sua cara, não quer que ocorra novamente, então agora ele não sabe se deve compartilhar seu pensamento com Sofia e Luísa.
As duas olhavam fixamente enquanto ele pensava rapidamente em alguma explicação para tamanho interesse que ele mostrou exclusivamente para essa morte.
- Fala, Felipe! – disse Luísa, demonstrando preocupação e curiosidade.
Neste mesmo momento Lucas e Mariana chegaram ao local e escutaram a última frase. Lucas riu de Felipe, mas odeia que pessoas que não estejam no seu ciclo de amigos façam a mesma coisa, e Luísa é a superior deles, não amiga, logo ele pensou rapidamente em algo para tirar Felipe dessa situação.
- Qual é, Felipe? Eu sei que você quer ser legista, mas agora não é hora pra ficar investigando morte, né? – disse Lucas com um breve sorriso enquanto deu tapas de leve nas costas de Felipe.
- Lógico que não, desculpa... – disse Felipe, meio confuso.
- Você quer ser legista? Credo. – disse Sofia com cara de nojo. – Até me arrepio.
- Você tava aí falando de mortos até agora. – respondeu Felipe.
- Falar sobre é diferente de ir lá mexer nos corpos...
- Chega de conversa fiada, vamos trabalhar, né? Acho que vou abrir as portas, se houve algum movimento estranho, nós fechamos. – disse Luísa.
- Eu acho melhor esperar mais um pouco... Pelo menos até as nove horas. – disse Mariana.
- Por que você não volta pra sua papelaria, hein? – questionou Luísa.
- Meu pai não abriu hoje, então vim aqui olhar pra sua linda cara. – brincou Mariana.
- Engraçadinha...
- Eu acho que ela tá certa, vamos esperar mais um pouco. – propôs Sônia.
- Tá bom, vamos esperar... – respondeu Luísa. – O problema é que eu precisava fazer umas cópias de uns documentos e a impressora daqui tá quebrada.
- Aí ferrou, meu pai não vai abrir a papelaria hoje. – falou Mariana.
- Mas você não pode abrir lá rapidinho só pra fazer as cópias? – perguntou Luísa.
- Não vai dar, meu pai foi visitar meu tio e levou a chave...
- Se quiser eu levo os documentos pra fazer tirar xerox na papelaria perto da escola. – se intrometeu Felipe.
- Mas você vai até lá? – perguntou Luísa, surpresa.
- Sim, eu preciso de um pouco de ar... Aí eu aproveito e vejo como está o movimento.
Luísa estranhou essa disposição de Felipe, mas permitiu que ele levasse os documentos.
- Eu vou com ele, tô fazendo nada mesmo. – disse Lucas.
- Eu também vou. – disse Mariana.
- Tudo bem, mas não demorem. – exigiu Luísa. – e cuidado com esses papéis.
- Tá bom, mas pra gente ir você tem que abrir a porta, né? – ironizou Felipe.
Luísa então tirou a chave do seu bolso e abriu a porta, Felipe, Lucas e Mariana saíram ao mesmo tempo em que o gato Félix entrou correndo no mercado, Mariana se assustou e em seguida deu risada.
- Félix, pra fora! – gritou Luísa.
- Deixa ele aí, não foi ele que matou o cara. – pediu Lucas.
- É, deixa ele, dá um pouco de ração pra ele que ele fica quieto... – completou Felipe.
Félix é um gato de dois anos de idade que vive na rua do supermercado. Sofia já tentou o levar para casa, mas ele sempre foge e volta pras ruas, é como se algo não o deixasse sair dali. O pessoal do supermercado sempre o alimentou, a relação deles com o gato é boa. O felino não liga que fiquem perto dele, mas mostra irritação quando tentam lhe fazer carinho por mais de cinco segundos... Luísa atendeu o pedido dos garotos e deixou o gato ficar do lado de dentro, voltando a trancar a porta em seguida.
Felipe, Lucas e Mariana seguiram seu destino, todos perceberam o movimento fraco na rua, conversaram sobre isso e Lucas novamente voltou a zombar de Felipe, dizendo que era por causa dos zumbis.
- Porra, tá chato já! – disse o irritado Felipe.
- Relaxa aí cara, você se irrita muito fácil. – riu Lucas.
- Foda-se.
- Calma cara, e você devia nos agradecer, se a gente não tivesse chegado você ia contar pras duas lá essa sua viagem e aí sim você ia ser motivo de risada, Barry. – explicou L.
- Valeu cara, mas ninguém devia rir. – disse Felipe.
- Mas você tem que concordar que foi engraçado. – brincou Mariana.
Os três continuaram conversando até chegar à papelaria perto da escola. Eles entraram no estabelecimento e estranharam estar vazio.
- Alguém pra atender aqui? – gritou Lucas.
Os três escutaram barulhos nos fundos do local, algo como objetos caindo misturado com golpes corporais.
- O que tá acontecendo? – pergunta Mariana, já apreensiva.
- Acho melhor ir conferir... – disse Felipe.
- Então vamos. Mari, você fica! – exigiu Lucas.
- O quê? – perguntou assustada a garota. – Eu não quero ficar sozinha.
- Para de frescura, hein. Se precisar, a gente te chama pra ajudar. Fica aí e de olho na rua, qualquer coisa você avisa! – disse Felipe.
A garota mesmo com medo aceitou. Felipe e Lucas foram para os fundos da loja checar, entre olhadas despretensiosas, ambos reparam em caixas que estavam jogadas no chão se mexendo. Os garotos ficaram apreensivos, mas ficaram mais aliviados ao perceber que era apenas o dono da papelaria que havia sofrido um pequeno acidente. Felipe e Lucas correram pra ajudar o homem enquanto Mariana esperava apreensiva do lado de fora. Felipe perguntou se o homem estava bem, mas não obteve resposta, Lucas questionou se o homem estava com dor em algum lugar e também foi ignorado. Felipe tentou levantar o homem, mas foi impedido e surpreendido quando repentinamente o homem tentou lhe morder a mão.
- Mas o que é isso? – perguntou Lucas assustado enquanto Felipe recuava.
Ambos olharam assustados enquanto o homem se levantava com um semblante sombrio e olhos vermelhos...
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No Way Out
TerrorFelipe é um jovem pessimista que se vê em seu maior pesadelo, uma epidemia está contaminando pessoas e animais e aos poucos o país inteiro está sendo tomado por essa infecção. 1° lugar em Terror no Concurso Chuva de Visualização 1° lugar em Terror n...