Capítulo 12

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Daniel levou cerca de dez minutos para encontrar o que ele supôs ser o número do celular de Francine.

− Deve ser este aqui. Você vai mesmo ligar?

Ela nem respondeu. Arrancou o telefone da mão dele e fez a ligação. Francine não demorou muito a atender.

− Alô?

− Quem fala? É Francine?

− Sim, sou eu mesma.

Jessica percebeu que a voz dela ficara estranha.

− Boa tarde, Francine. Meu nome é Jessica e sou esposa do homem que a sua amiga vadia, a tal Madalena, teve uma breve relação há algum tempo.

Silêncio.

− Eu preciso do número da sua amiga. O novo número. O outro ela jogou fora.

−Desculpe, Jessica. Talvez você não saiba, mas minha amiga Madalena faleceu em um acidente de trânsito há algumas semanas.

− Não morreu coisa nenhuma! Ela está aqui na minha cidade atormentando meu marido e rondando a escola do meu filho! Exijo falar com esta puta!

− Jessica, por coincidência aqui do meu lado está a irmã de Madalena. Que tal você falar com ela?

Imediatamente uma voz clara e simpática atendeu ao telefone antes sequer de Jessica proferir alguma palavra.

− Olá, como é seu nome mesmo?

− Meu nome é Jessica – respondeu ela com a voz fria. Daniel observava a tudo quase sem se mexer. – E você é quem?

− Sou Marcia, irmã de Madalena. O que você precisa saber mesmo?

− A vadia da sua irmã manteve um caso extraconjugal com meu marido e está aqui na minha cidade infernizando nossas vidas. Me dê um número que eu possa falar com ela, por favor.

− Querida, sinto muito. Se você quiser conversar com minha irmã, terá que ir a um centro espírita.

Jessica sentiu o coração bater mais rápido.

− Eu quero…

− Amiga, ela morreu em um acidente de trânsito. Foi atropelada por um carro. Sim, ela estava muito triste pelo relacionamento ter acabado e acho que isto foi determinante para a distração dela ao atravessar a rua – a voz de Marcia assumiu um tom de tristeza. – Peço desculpas em nome da nossa família pelo transtorno que ela causou à estabilidade do seu casamento. Mas lembre-se. Seu marido veio até nossa cidade porque ele quis.

− Mas eu…

− Posso ajudar você em mais alguma coisa?

Jessica desligou o telefone muito pálida. Encarou Daniel e sussurrou:

− Falei com a irmã dela.

− Da Francine?

− Não, da Madalena. Ela confirmou que sua amante está morta.

Seguiu-se um silêncio estranho. Daniel murmurou:

− Eu não disse?

Ela ficou em pé, muito agitada e esfregando as mãos. Olhou para Daniel quase em estado de pânico.

− Viu o que você fez? Olha o mal que está fazendo para a nossa família!

Daniel se sentia arrasado. Toda a solidez da sua vida estava se desmoronando. Encarou a esposa procurando palavras para acalmá-la. Contudo, ele estava tão nervoso que não conseguiu dizer nada.

− Não podemos mais deixar o Junior sozinho em casa. Ela pode fazer mal ao garoto. A todos nós!

− Jessica, caso Madalena pretenda fazer mal a alguém será a mim – ele mostrou o braço para ela. – Aliás, ela já deve ter conseguido seu objetivo.

− Você… você acha que ela é… um espírito? Um fantasma?

− Acho sim, Jessica. Eu não vejo outra explicação.

− Meu Deus… − sussurrou ela sentando ao lado dele. – O que nós vamos fazer agora?

− Rezar. 

O AMANTE DE MADALENAOnde histórias criam vida. Descubra agora