014 - parte II

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Barcelona - Please Don't Go.

Anahí olhava impaciente para Ryan, ele ainda lia e analisava cada exame que estava em cima da mesa. O de sangue tinha mais de nove folhas. Ela suspirou, apertando as mãos, enquanto ainda esperava Ryan falar se quer uma palavrinha. Ela apenas queria que aquele silencio e aquela tortura acabasse logo.

Ryan: Bem. – Ele fechou um dos exames e olhou para Anahí. – Anahí, você sabe que o médico tem que ser portador de notícias tanto boas, quanto as ruins, não sabe?

Anahí: Sim, eu sei. – Ela mordeu o lábio inferior. – E hoje você será portador de boas notícias não é?

Ryan: Deus, sabe que sim. Que eu queria que fosse sim.

Anahí: O que... – ela parou de falar e respirou profundamente, antes de continuar. – O que você quer dizer com isso?

Ryan: Quando você sofreu o acidente, fizemos uma bateria de exames para saber em qual estado de saúde você se encontrava, é de praxe isso. Exames laboratoriais, de imagens; e por causa do exame de imagens, a tomografia que nós fizemos, eu precisei ir atrás do seu antigo medico para consultar seu histórico. Pedi autorização para Alfonso, que naquele dia era o responsável por você.

Anahí: Ele não me disse nada. – ela estranhou, enrugando a testa e ficando cada vez mais preocupada.

Ryan: Pedi descrição para ele. Não poderia ter feito isso, Annie. Só poderia pedir seu histórico, mediante a sua autorização. Mas, como eu precisava dos resultados dos seus antigos exames, e você estava inconsciente ainda, pedi autorização ao Alfonso.

Anahí: Eu não me importo, Ryan. Você fez o que achava ser correto.

Ryan abriu novamente o exame que havia acabado de fechar, e continuou a explicar.

Ryan: Seus sintomas, os antigos resultados me fizeram ter uma suspeita.

Anahí: Qual?

Ryan: Que você... – ele respirou fundo, passando a mão na nuca e encostando na cadeira. – que você infelizmente tenha um tumor cerebral, Annie.

Oh, please don't go

Oh, por favor não vá

Anahí levou a mão a boca, tampando sua surpresa. Seus olhos logo se encheram de lágrimas e ficaram vermelhos. Aquilo não poderia estar acontecendo, não agora que ela estava tão feliz. Tão bem.

Ryan esperou, ele sabia o quão difícil era dar aquela notícia para ela. Também sabia como era a aceitação do paciente diante daquela terrível doença.

Anahí deixou algumas lágrimas escorrerem, estava completamente em estado de choque.

Seu mundo havia acabado de desabar naquele instante. Suas lágrimas agora caiam com frequência e queimavam seu rosto. Seu pranto era de desespero. Não com ela, não poderia acontecer isso com ela.

Ryan observou por alguns segundos a crise de choro que Anahí estava. Mas, logo levantou-se e foi buscar água para que ela pudesse beber e se acalmar.

Durou cerca de dez minutos para que ela pudesse se recompor. Bebia a água, mas ainda não havia cessado o choro.

Anahí: Você... você tem certeza, Ryan?

Ryan: Ainda não é 100% de certeza, Annie, mas tenho 98% de certeza, visto que, os sintomas neurológicos estão presentes, não há o que discutir.

Maio - Segunda FaseOnde histórias criam vida. Descubra agora