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- Está gostando? - Michael pergunta quando Luke termina de comer. O loiro apenas assente.

- satisfeito com o que comi? - ousou perguntar em baixo tom, dando um leve sorriso para Clifford.

- estou, devemos fazer isso mais vezes - respondeu, lançando um olhar brincalhão para Hemmings que apenas balançou a cabeça e sorriu mais, mostrando suas covinhas que quase derreteram o colorido. Realmente adorável.

Michael levantou a mão e pediu uma porção de batatas fritas, foi sua melhor opção para distrair o loiro enquanto ele não estivesse ali, pois já estava na hora de fazer seu trabalho.

Luke não puxava assuntos, não sabia o que falar ou se realmente deveria, tinha medo de comentar algo e fazer Michael lhe odiar ou ficar zangado, chateado ou qualquer outra coisa que lhe afastasse do colorido. Ele estava gostando de ter Michael ao seu lado, de conseguir conversar com o garoto e fazer algumas brincadeiras. Nada muito amplo, mas o suficiente para aquecer o coração do loiro de esperanças, esperanças de que ele conseguiria vencer o medo, a angústia, a insegurança.

- eu vou precisar sair, okay? - Clifford avisou, pegando o violão. - será apenas uma música, prometo ser breve - falou, dando seu melhor sorriso.

- sabe que gosto de ouvi-lo cantar, sem contar que, não precisa cantar apenas uma, eu não vou fugir daqui quando virar as costas - falou, mordiscando o lábio. Recorde de palavras, quis sorrir com isso, pois era mais uma conquista para si.

Luke sabia o quanto Michael gostava de música, o quanto gostava de cantar e, apressa-lo apenas por estar ali presente, não o fazia se sentir bem, na verdade, lhe deixava zangado. Ele queria ouvir o colorido várias e várias e várias vezes.

- não quero deixá-lo sozinho, prometo cantar algo para você mais tarde novamente - sorriu, piscando um dos olhos e deixando o garoto sozinho com um rubor nas bochechas.

Michael se dirigiu ao pequeno palco, já sentia a energia e a adrenalina comandar seu corpo, sua alma, seu ser. A música já brotava no colorido, enraizada e pronta para florir nos primeiros acordes. A passagem para o seu mundo seria aberta e Clifford a curtiria por leves minutos. Sua canção era sua droga, seu vício, algo que ele necessitava, pois se não morreria, ou de desgosto ou sufocando pelos próprios tons.

Com alguns aplausos, Michael se deu conta de seu reconhecimento no local e isso lhe proporcionou um sorriso antes de ser dominado por si próprio, por uma parte de si que tanto admirava. Varreu o lugar com os olhos até achar Luke, certificando-se de que o loiro estaria lá e, quando finalmente lhe achou, seu sorriso cresceu mais. Ele fechou os olhos e começou, sentindo tudo se desligar, se apagar.

Until The End - MukeOnde histórias criam vida. Descubra agora