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Michael queria entender o porquê, o motivo de querer sempre agradar Luke, de sentir seu coração partir em pedaços quando o via chorar ou se sentia péssimo quando o loiro lhe ignorava.

Neste momento, Clifford tentava entender o que sentia enquanto se sentava perto de Luke, que abria o saquinho e pegava alguns doces para comer. Michael tentou prestar atenção no filme, mas em poucos segundos já estava entediado, sabia exatamente o que aconteceria no final e tudo o mais.

- filmes clichês são chatos - fez bico, vendo Luke lhe olhar com raiva e negar. - você sabe exatamente o que vai acontecer - resmungou.

- você se apega aos personagens e quem fez o filme, fez bem feito, isso o torna melhor - falou, comendo algumas balinhas sem tirar os olhos do filme.

O colorido não falou nada, voltaria a atenção aos seus devaneios sem se importar com as imagens que passavam na tela, só de estar com Luke, já lhe deixava contente, lhe agradava por imenso. Ele queria desvendar o garoto, o loiro parecia uma caixinha de surpresas, um mistério, um segredo não dito. Sem contar os olhos gentis que lhe atraiam, o azul era tão intenso no verde que fazia Michael se arrepiar, perder o tempo e ficar nervoso, do nada e de repente, tão súbito.

- você não vai comer? - Hemmings perguntou, já tinha devorado quase todo o saquinho e Michael nem o tocou.

- não, eu já comi alguns vindo para cá - falou, se deitando na cama por estar com preguiça. - a voz dessa garota me dá sono - bocejou.

- não implique com meu filme - resmungou novamente, ouvindo a risada de Michael.

- desculpe loiro - ergueu as mãos, em sinal de rendimento, entretanto Clifford ainda segurava a risada.

- loiro? - questionou, vendo o colorido dar de ombros. - você é péssimo para apelidos - sorriu, vendo Michael concordar e morder os lábios, quase deixando outra risada escapar.

Luke queria se bater, quebrou sua própria regra, todavia o que podia fazer? Michael lhe fazia bem, lhe fazia falar, lhe fazia se sentir seguro por breves minutos. Seu coração se aquecia todas as vezes que lembrava, de algum modo, do passado, onde falava tanto quanto Michael e agora, de alguma maneira, Clifford estava lhe arrancando as palavras com uma grande facilidade, ele não se obrigava a falar, não precisava forçar nada, parecia tão normal quanto o ar nos pulmões.

Until The End - MukeOnde histórias criam vida. Descubra agora