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- Luke, desculpe - Michael murmurou, fechando os olhos por alguns segundos, com medo de Luke sentir pavor de sua presença por ter sido tão agressivo com o tatuado.

O loiro estava sendo atacado por pensamentos, por inseguranças que lhe deixavam cada vez mais confuso. Com algum esforço, Luke conseguiu se levantar, sentia grande parte do corpo paralisado e sua cabeça latejava como uma maldição, lhe fazendo querer chorar. O tatuado, caído ao chão, lançou um olhar furioso e deu seu sorriso mais malicioso para Hemmings, que apenas se encolheu e por impulso, aproximou-se o suficiente para se esconder nos braços de Michael, sentindo todo o seu corpo arrepiar ao entrar em contato com o colorido.

Luke escondeu seu rosto na curva do pescoço do colorido, sentindo-se culpado por tudo que aconteceu, sentia nojo e repulsa de si mesmo. Hemmings queria escapar do próprio corpo, da própria prisão, estava sufocado com o próprio ar.

Michael hesitou por um momento, não sabia se deveria ou se Luke fugiria, todavia acabou entrelaçando seus braços na cintura do loiro, que se encolheu com seu toque e lhe apertou mais. O colorido podia sentir lágrimas molharem seu pescoço e camiseta, lhe partindo o coração.

Luke apertava o corpo do colorido cada vez mais, sentindo Michael acariciar suas costas e seus cabelos loiros. Hemmings sentia-se protegido, acolhido do mundo por alguns momentos, como se nada pudesse lhe atingir, lhe machucar. Demorou alguns minutos para que finalmente pudesse prender suas lágrimas, seu corpo estava fervendo graças aos braços quentes do colorido e, por algum motivo, Luke não quis se soltar, não quis largar Michael e sair de sua mais nova proteção.

- vamos para casa, okay? - balbuciou o colorido, se afastando um pouco para ver os olhos azuis avermelhados por conta do choro. - eu vou cuidar de você, Lukey - prometeu mais para si mesmo. O loiro parecia tão frágil em seus braços, parecia feito de porcelana e Michael tinha medo de quebra-lo, mesmo sabendo que Luke era muito mais forte do que podia imaginar, cogitava seus ataques de choro como uma consequência, uma consequência de uma longa batalha, uma história vitoriosa não contada, uma batalha vencida. E, como todos as vitórias, sempre havia uma cicatriz, uma marca para lembrar tanto a conquista quando a luta que passou. E, como toda cicatriz, vai permanecer tingida tanto na pele quanto na alma de quem suportou e tenta suportar.

Until The End - MukeOnde histórias criam vida. Descubra agora