Sarang | [Yoonseok]

Chapter 15

Jung Hoseok havia deixado claro para mim a sua real pretenção comigo. Apesar de ele ter se aproximado tanto de mim, me tocado de uma forma bastante questionável, talvez até confiado em mim, não havia volta, ele não queria construir uma amizade, pois ele jamais deixaria o grupinho dos seus amigos imbecis para seguir um fracassado como eu, claro, na opinião dele.

Eu não escondo de ninguém que tenho vontade de me aproximar dele, mesmo que eu já tivesse a minha cabeça quase que jogada dentro da lata do lixo, ficado preso dentro do vestiário, enfim, entre tantos outros episódios que eu esperava que jamais se repetissem.

Pelo menos eu não precisava dele por completo, eu tinha meus amigos, os quais esses, realmente, eu poderia contar totalmente.

Alguns meses se passaram desde tudo o que ocorreu comigo e com Hoseok, nossa aproximação foi feita apenas em partidas de jogos, alguns momentos no vestiário, no banheiro, de qualquer forma ele nunca mais me importunou, me incomodou ou até mesmo me colocou de novo em detenção junto com ele, o que era um alívio.

E hoje era mais um dia daqueles que faziam parte da minha rotina. Chegar na escola, conversar com meus amigos no banco presente no corredor da nossa sala, até que o professor chegasse e iniciasse o conteúdo.

Nada disso foi diferente, exceto pelo fato de que antes de ir para a sala de aula, eu fui até o banheiro rapidamente. Jamais imaginei que alguma coisa acontecesse comigo ali, até porque, já se fazia muito tempo desde que Hoseok e seus amigos não me incomodavam. Mas eu estava errado.

Quando eu estava saindo, três ou quatro garotos, - eu não sei bem, pois estava com dificuldade de raciocinar, só queria sair dali logo -, bloquearam a passagem e começaram a rir da minha cara, em seguida, me pressionando contra a parede, me sufocando.

- Me solta! - Eu pedi para o garoto, que eu tinha certeza que fazia parte do grupo de amigos do Hoseok, mas foi tudo em vão.

- Eu não vou te soltar! - Ele me pressionou ainda mais forte contra a parede. Outro garoto atrás dele disse:

- Pega leve, Minhyuk! O garoto não vai aguentar. - E então começou a rir com os amigos. O garoto que me pressionava e que agora tinha nome, se juntou a eles.

Eu só sei que eu gritava enquanto era empurrado para perto da privada, quase bebendo a urina de alguém. Eu sabia que isso era coisa do Hoseok. Jung Hoseok se aproximou de mim, não mencionou mais nada comigo e enquanto eu menos esperei, nem apareceu, mandou seus amigos fazerem o trabalho sujo.

Ainda era horário de aula, mas um aluno entrou lá no banheiro. Era Jimin, que me ajudaria, com certeza.

- Soltem agora o meu amigo! Eu consigo ouvir os gritos dele de longe! - O menino me soltou e foi em direção a Jimin, para importuná-lo. Consegui respirar melhor depois de tantos minutos depois.

- Eu não me importo, cara. - O garoto pressionou o colarinho da blusa de Jimin, mas em um golpe de sorte, meu amigo pegou a mão do garoto que quase o machucou e pressionou-a até ele gritar de dor.

- É isso o que eu vou fazer se você não parar. - Jimin disse, ríspido. Eu amava aquele garoto.

O menino não sabia exatamente o que fazer. Segurava a mão, gemendo de dor e olhou para mim.

- Isso não acabou, seu idiota! - Cuspi na cara dele, com orgulho do meu ato.

Quando o amigo de Hoseok se juntou à sua trupe e saiu, o coordenador estava lá, os esperando, prestes a dar o que eles mereciam.

Ainda no banheiro, Jimin veio até mim, perguntou se eu estava bem, se precisava de alguma coisa e eu simplesmente pedi para ele um abraço bem apertado.

- Mochi, eu esperava que Hoseok tivesse evoluído, parado completamente de me incomodar, então ele manda os amigos dele fazerem o trabalho sujo. Eu fui tão idiota. - Ele negou com a cabeça e continuou me apertando com muito carinho.

- Hoseok não é quem você pensa, ele não é assim, de alguém chegar, conversar com ele e simplesmente ele mudar para algo bom. Ele não é bom, é um imbecil, hipócrita e eu sempre disse isso para você, nunca mudei de opinião sobre ele. Esses amigos são agora apenas os porta-vozes dele, pois sabe que se aproximar de você, não vai fazer sentido te machucar como eles fizeram. Hoseok não tem mais coragem de chegar na sua frente e fazer alguma coisa. Já fazem meses, não é? - Assenti e suspirei. - Eu vou falar com os meninos, ok? - Assinto novamente. - Você vem? - Nego.

- Não, vou lavar meu rosto, estou vermelho, preciso me acalmar, fiquei muito irritado. - Ele assentiu para mim e fez carinho em meus braços antes de me deixar no banheiro sozinho novamente.

Comecei a sentir a água gelada se chocar com a temperatura quente do meu rosto. Eu achei que tudo aquilo tinha acabado e eu fui enganado, porque acabei começando a gostar da pessoa errada.

Ouço um barulho na porta do banheiro enquanto secava meu rosto e vejo quem eu jamais gostaria de ver novamente. Hoseok.

- Meu Deus, Yoongi! Você está vermelho! Está tudo bem? - Neguei com a cabeça, quase partindo para cima dele.

- Não me venha com essa seu cretino de merda! Você só se aproximou de mim para fazer o que fez hoje, não é? Mandar seus amigos no seu lugar. Eles me machucaram, Hoseok! Era isso o que você queria, não é? E eu tolo, acreditando que você gostaria de fazer amizade comigo, na realidade você não queria parar de me incomodar, me importunar. Eu estou farto de você. Jamais olhe de novo para mim ou dirija a palavra na minha direção. - Esbarro nele antes de sair do banheiro, com lágrimas nos olhos e ele me puxa pelo braço. - Me solta! - Grito.

- Ei, Yoongi! Calma, ok? Por favor! Escuta, me escuta, por favor! Eu não sei do que você está falando, eu percebi que meus amigos não estavam na aula, mas eu tentei entrar em contato com eles pelo celular e eles não me respondiam, eu não sei aonde é que eles estavam e eu jamais mandaria alguém te machucar, eu quase fiz isso com você e não me orgulho. Você me mudou, Yoongi, se meus amigos fizeram isso eu sinto muito, pois não sabia. Não mesmo. - Hoseok mantinha sua voz suave, não parecia querer briga, nem muito menos ser o culpado de tudo isso, na realidade ele estava preocupado e puta merda, ele havia dito que eu mudei ele? Eu deveria acreditar em suas palavras doces e no seu toque em meus braços?