- Como andam as coisas, querida? – Minha vó perguntou enquanto almoçávamos juntas em mais uma de nossas segundas.
- Tudo tranquilo – Respondi dando uma grafada na minha comida e sentia seu olhar em cima de mim esperando alguma resposta mais específica – Eu continuo falando com a Beatriz, falando nisso, vou sair com ela e com o pessoal mais tarde. Tudo bem para a Senhora?
- Sim. Mas, e aquele menino que te deixou em casa ontem? É seu namorado? – Perguntou animada e quase engasguei com a pergunta. Acho que ela não viu ele direito, sempre reclamou muito sobre tatuagens, se tivesse as percebido direito teria mandando na hora eu recusar as caronas dele
- Não! – Falei com um tom óbvio – Ele é do meu trabalho, só me dá carona porque é caminho para ele – expliquei ainda com o mesmo tom e dei um gole em meu refrigerante ouvindo a risada abafada dela.
- Onde ele mora?
- Não sei, nunca fui lá – Falei começando a rir envergonhada pelo seu olhar ainda em cima de mim.
- Eu vi vocês se abraçarem. Se estiver acontecendo alguma coisa, pode me contar – Disse amigável. Demorou muito tempo para ela se convencer de que não tinha nada entre nós.
Depois do almoço nós nos despedimos, ela foi para o trabalho e eu para casa. O pessoal tinha marcado de se encontrar na casa do Eric para ficar atoa e eu queria pelo menos tomar um banho antes de ir. Assim que cheguei em casa tomei um banho calmo e quente, o tempo ainda continuava frio. Coloquei minha clássica calça de moletom, uma regata preta, deixei meu cabelo solto e por fim calcei minhas meias junto ao meu chinelo. Não achei necessária nenhuma superprodução para hoje, além de não estar no clima ficaríamos só nós. Antes de sair peguei minha mochila e coloquei algumas coisas que poderiam ser necessárias.
- Demorou – Comentei entrando correndo no carro da Beatriz e aproveitando o ambiente quente.
- Estava fazendo uma prova – Explicou e eu concordei – Como foi o dia?
- O de sempre e o seu?
- Estressante – Falou e soltou uma risada abafada. Após isso liguei o rádio e coloquei algumas músicas para tocarem.
Por conta do trânsito, foi demorado para chegar na casa do Eric, que ficava no lado oposto da cidade. Assim que chegamos todos já estavam lá, inclusive Sabrina e alguns outros amigos deles que eu ainda não conhecia. Cumprimentei todos, mesmo não querendo.
- Qual a boa? – Beatriz perguntou se deitando no sofá do Eric e olhou para todos nós.
- Vou ir comprar bebida – Gustav falou aparentando estar com preguiça. Seu corpo espalhado em uma das poltronas explicava isso.
- Vou junto, preciso comprar uma coisa – Falei mexendo em minha mochila e vendo que havia acabado minha última caixa de Coltrax. Na minha última visita ao médico ele havia me receitado esse remédio por conta das dores musculares que estava sentindo com esforço do trabalho, de acordo com ele, eu não havia dado tempo o suficiente para o corpo descansar e se recuperar por completo.
- Vai comprar o que? – Kiara perguntou curiosa.
- Remédio, quer? – Perguntei com um leve tom de ironia, que por sorte ela não notou e apenas fez um sinal positivo junto a um sorriso travesso.
- Vamos logo então, se eu continuar aqui eu durmo – Gustav disse se levantando e pegando as chaves de seu carro em sua jaqueta de couro preta. Ele ficava bem com ela.
- Calma. Alguém quer mais alguma coisa? – Perguntei por educação e recebi vários pedidos, agora teríamos que ir ao mercado comprar tanta coisa. O que fez Gustav continuar com sua impaciência diária.
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Comprando estrelas
RomantikQuando Amélia acorda em um quarto de hospital, sozinha e com apenas uma lembrança clara de um pesadelo que a rodeou durante todo período descordada, ela precisa reunir toda sua coragem para procurar as respostar e preencher as lacunas, mas será que...