Uma atitude desesperada.

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Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Romanos 12:2

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Jacqueline continuava apreensiva; suas mãos estavam suando devido ao nervosismo. Melissa encontrava-se agora no quarto em trabalho de parto, prestes a dar à luz seu primeiro filho. A única coisa que Jacqueline conseguia fazer era fechar os olhos e orar, pedindo a intervenção de Deus para salvar ambas. Ela não poderia suportar aquilo. Ela tinha aceitado o contrato para trazer paz à sua amiga, mas desde o início sabia que era uma tremenda loucura e tinha quase certeza de que não seria possível. No entanto, Melissa estava ficando cada vez mais fraca a cada dia, e as chances de sobrevivência eram mínimas.

— Nãoo! — Um brado de dor e angústia ecoou do quarto, alertando Jacqueline por completo. O aperto em seu peito apenas confirmou o que ela temia. Imediatamente, ela cobriu o rosto e começou a chorar.

— Ela morreu. Melissa morreu — sussurrou repetidamente, como se tentasse acreditar no que acabara de acontecer. A porta se abriu repentinamente, causando um estrondo. Ao erguer os olhos, Jacqueline avistou Bruno saindo totalmente transtornado. Ela cogitou a possibilidade de segui-lo, mas sabia que seria uma péssima ideia. Viu Fanny sair do quarto chorando, sendo consolada por Yuri. Talita e Ricardo também estavam desolados.

Jacqueline, por sua vez, permaneceu sozinha no banco, apenas processando o ocorrido. Nem mesmo sabia ao certo se deveria estar ali. Ela tinha se tornado amiga de Melissa há pouco tempo e havia causado tantos danos àquela família. Apesar de eles terem lhe perdoado, ela não se sentia digna de compartilhar tanto carinho, muito menos de ter interferido na vida de alguém.

— Você está bem? — Fanny foi a primeira a perguntar. Ricardo apenas lançou um olhar inconformado para ela e se retirou com sua esposa. Pelo visto, ele não era o único arrependido da maldita decisão.

— Não posso fazer isso, Fanny. Não importa o quanto eu reflita sobre isso, não acho certo. Essa criança deve ficar com o Bruno, ou com o Ricardo, sei lá, mas não comigo — confessou, atordoada.

— Melissa queria isso, Jaque. Não importa o quanto o Bruno esteja magoado agora. No final, você vai compreender - tocou seu ombro, tentando tranquilizá-la.

— Não tenho tanta certeza disso — murmurou, cheia de arrependimento.

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As semanas tinham se passado e finalmente chegou o dia de abrir o testamento, conforme Fanny havia mencionado. A filha deles estava com Ricardo, e Bruno mal conseguia pegá-la no colo. Jaqueline se perguntava como poderiam mudar a mente dele tão rapidamente. Era óbvio que ele estava passando por algum tipo de negação e, consequentemente, rejeitando a criança.

— Ótimo, Jaqueline. Era tudo que eu precisava! Sair de um casamento arruinado para entrar em outro. Por que, meu Deus? Na verdade, o Senhor não é o culpado, a culpa é toda minha. Nem sequer pedi Sua permissão e aceitei a proposta da minha amiga. Talvez o meu desejo de ser mãe tenha falado mais alto, sua mente a acusou. Melissa tinha dito que ela se tornou uma mulher de fé, mas somente ela sabia das batalhas que travava todos os dias, principalmente para fugir dos perigos de sua antiga vida. Claramente, haveria consequências. Afinal, era Jaqueline Sanchez, alguém que fez questão de viver uma vida insana e, consequentemente, atrair muitos inimigos.

A porta do apartamento foi aberta, revelando uma figura masculina.

— Vamos fazer isso logo, Bruno está em casa — avisou Ricardo, ao que ela apenas assentiu, engolindo em seco.

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