Medos e incertezas.

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Bruno sabia o que tinha prometido, mas não era tão simples quanto imaginava, ele encarou a mulher na sua frente animada fazendo anotações concentrada de como cuidar de uma bebê. E tudo que sua mente conseguia processar era o quanto radiante ela estava, quanto amava a Ester e como tinha tudo para ser uma ótima mãe. E ele, Saberia ser um bom pai? O que o bloqueia tanto afinal, o medo de falhar?

__ De qualquer forma é só fazer a mamadeira e eu mesmo lhe dou aqui na cama mesmo, a não ser que queira? Seus olhos brilharam em expectativa.

__ Você é mais apropriada para isso. Tenho receio que ela vá se afogar se eu fizer. - Coça a nuca e ela ri.

__ Está ciente que vai ter que dar banho nela, não é? Coloca a mão no queixo. __ Tem certeza que quer fazer isso? Não se sinta pressionado. Talita pode cuidar dela, apenas vá com calma. foi sincera, é claro que a felicidade borbulhava dentro dela por Bruno aceitar finalmente sua filha. Mas, não queria que isso fosse um peso, algo como eu tenho que fazer, queria que Ester o conquista-se naturalmente assim como Angel fez, porém, Bruno já estava sobre pressão a pressão de ver a mulher que ele está apaixonado sofrendo por separar da sua filha. Bruno já estava começando a amar a Ester porque conseguia ve-la com os olhos da Jaqueline. E por incrível que pareça a certeza que ele faltava para definir seus sentimentos, foi exatamente vê-la chorar pela Ester.

___ Tranquila Eu posso fazer isso. - Afirmou.Os dois ficaram se olhando , existia tantas coisa ocultas para ambos e nenhum ousava dar o primeiro passo. Jaqueline gostava de como Bruno se comportava, na verdade isso a assustava drasticamente. Por que quanto mais bom ele se tornava, sua expectativas aumentava e sabia que o tombo poderia ser grande, ela não ousaria se apaixonar por ele. Ela não iria cair no mesmo erro novamente.

Antes de ambos acabarem falando demais, uma bebezinha começou chorar incansavelmente.

___Eu vou pega-la para você. Foi a deixa para se retirar rapidamente.

Bruno estava Ansioso para pegá-la no colo, porém à medida que seus passos aproximavam do quarto ao lado, seu coração batia acelerado, as imagens da Melissa soltando sua mão antes de desfalecer, o bipe apitando no aparelho a correria dos médicos para ressuscitá-la e as enfermeiras levando Ester para longe dele, os segundos que viu a bebê chorando desesperada, Ele tinha acabado de presenciar algo novo em sua vida, o nascimento daquilo que seria o maior amor da sua vida, juntamente com a morte do grande amor da sua vida, alguém totalmente frágil e indefeso estava sob sua responsabilidade e ele sequer conseguiu evitar a morte da sua noiva. Medo, esse é o Sentimento real que o atormentou esse tempo todo, medo de perdê-la também. Porém, Bruno já estava cansado desse ser dominado por esse sentimento maldito! e foi com essa revolta que ele se aproximou do berço. Ele segurou na beirada e forçou a si olhá-la novamente. Foi então que criou coragem e a pegou no colo. Ela ainda chorava fixando seus olhinhos nele como se implorasse para que a pega-se mesmo sem jeito ele conseguiu trazê-la para si. E como se ela reconhece-se o próprio pai fungou parando de chorar como um reflexo. Uma lágrima sorrateira escorreu pela sua face, quando analisou seu rostinho com cuidado, tinha muito dá Melissa ali, porém tinha dele também, e não podia fugir disso. Na realidade, ele chegou a preferir que nenhuma tivesse se salvado do que lidar com a dor de ter apenas uma delas, de contar para Ester que sua mãe morreu para que ela vivesse, de encarar o fato que ele nunca conseguiria substituir esse vazio dela. Então preferiu fingir que Ester não existia e sofrer o luto das duas, mas a Ester estava viva, ela existia e precisava dele bem ali nos seus braços, era parte dele, tinha seu sangue , de repente começou a entender o que Melissa queria dizer, um amor imensurável crescia dentro dele aos poucos, finalmente conseguia ver a Ester como realmente era, Sua filha. E um pai nunca abandona seu filho. Ele com certeza não conseguiria suprir a necessidade dessa criança de ter uma mãe. Mas, ele sabia exatamente quem era a mãe que faltava a Ester, ele compreendeu o que Melissa quis explicar sobre o fato de como ela não conseguia se ver como mãe, mas amava esse bebê a ponto de querer que ele nascesse, esse bebê não era deles apenas, esse bebê foi enviado para outra pessoa. Assim como Angel foi um presente de Deus para ele, Ester era um Presente de Deus para Ela. E todos juntos era um só milagre.

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