Uma porta de Saída

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Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.

44 Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus.

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Jaqueline abriu os olhos vagarosamente procurando acostumar-se com a claridade, sua cabeça estava pesada como se tivesse um tijolo amarrado no seu pescoço, ao tentar mover seu corpo na cama, sentiu uma dor aguda ao redor do pulso. Só então percebeu que estava algemada na cabeceira .

___Bom dia flor do dia! A voz daquele homem surgiu, fazendo cada centímetro do seu corpo se arrepiar. Jaqueline fechou os olhos com força, orando baixinho a Deus para dar forças e suportar mais essa luta. Ao abrir os olhos novamente encarou aquele homem que tanto lhe causou dano.

___ Você o matou? Perguntou sentindo o nó
se formar na sua garganta. As lembranças foram retornando, lembrou do forte cheiro de álcool quando cobriu sua boca e nariz, da mensagem do Bruno depois da discussão.

Chris sorriu, mas seu sorriso não chegou aos olhos.

__ Sabe o que dói, mais do que a verdade ? A dúvida. Quer saber se matei seu marido? Será que o matei? Coçou o queixo. __ É.. não me lembro. Agora Carlos realmente foi uma grande fatalidade causada por mim.

__ Como pode ser tão frio a esse ponto? Não tem um pingo de empatia em seu coração. Ele riu.

__ Empatia, Amor, esse sentimento sinto por você, embora nunca tenha valorizado. Pensei que você era diferente das outras mulheres. Quer Saber como me apaixonei por você? - mantinha-se encostado na porta de braços cruzados e um olhar gélido.

__O que sente por mim, não é Amor Chris é obsessão. Deveria se tratar, Buscar ajuda de alguém que pode te ajudar. Ele desfez os braços cruzados e veio com fúria na sua direção, segurou seu queixo com força. Jaqueline Piscou os olhos aterrorizada

__ Quem pode me ajudar? Deus? Onde ele estava quando aquele maldito diretor tirava toda minha inocência, eu era apenas uma criança Jaqueline, e ninguém se importou, quero dizer quase ninguém. - Pela primeira vez ela  viu pavor em seu olhar.

___O que está falando? Abaixou o tom se remexendo desconfortável na cama.

__ É exatamente o que está pensando, eu sou aquele garoto, minha mãe sempre ia na escola por convite daquele velho asqueroso, ele sempre usava uma boa desculpa para não chama-la , falava que minha irmã estava com problemas na notas, que o professor queria conversar com ela, e outras milhares de invenções extremamente arquitetadas. Tudo para me deixar sozinho com ele naquele escritório. Ele me aterrorizada, pedindo para guardar segredo, ou tiraria a bolsa da minha irmã. Afinal éramos pobres. As vezes ele oferecia dinheiro para minha mãe e a idiota achava que ele gostava dela, um homem educado gentil, bem visto na sociedade. Que na realidade Era um monstro.

Suas lágrimas começaram a descerem sem permissão, jamais imaginou que Chris tinha passado por isso, e muito menos que ele era aquele garotinho de anos atrás. Agora tudo fazia sentido .

__ Sinto muito, eu não fazia ideia.

__ Sim, Hoje eu sei que nunca desconfiou do terror que eu passava, ainda assim, você me salvou. Por esse motivo me apaixonei por você. - Tocou seu rosto com as pontas dos dedos. Sua respiração começou a se tornar ilregular. De repente aquele pavor que tinha dele foi diminuindo, sabia que Chris era um assassino; porém agora o via de outra forma. Como ser humano ou melhor uma alma . __ Me perdoa por ter te espancado daquela forma, Eu fiquei louco de ciúmes. __ Anos depois perdi minha mãe e minha irmã em um acidente de carro. Pegou uma cadeira,  sentou com os cotovelos apoiando no encosto. __ Não me restou nada á  não ser sobreviver sozinho. Pai? Eu não sei se isso existe, eles nos abandonou quando minha irmã era pequena, Eu estava na barriga da minha mãe. Nunca vivi de verdade, apenas existi arrastando a vida com a barriga, como um verdadeiro zumbi. Foi aí que um belo dia estava prestes a dar um fim nesse sofrimento, quando atravessando a ponte, avistei um comercial seu. Novamente lá estava você Jaqueline para me salvar. - Balançou o rosto em descrença. _ Por esse motivo nunca acreditei em nada que falavam de você. Porque sabia a garota pura e meiga que você era, desde então a venerei por toda minha vida. Quando te salvei daqueles babacas, percebi que o destino nos queriam juntos. __Mas, você não. Sempre me mostrou que era pouca coisa para você.

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