CAPÍTULO IV

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4. Câmera por câmera. 

Ontem obtive um pequeno progresso, consegui montar uma matéria – com mais ou menos duas mil palavras – para o dia, nada inovador ou que cure o câncer, entretanto era bom compartilhar com os alunos sobre o descaso do estado nas escolas públicas. 

Agora restava apenas as imagens fotografadas de todos os lugares sujos e que precisam de um reparo urgente. Por isso não segui para a sala de jornalismo como de costume, fui a caminho para o clube de fotografia assim que as aulas chegaram ao fim. 

Demorou alguns minutos para eu ser atendida e não posso negar que acabei fazendo o mesmo que Patterson fez pelo vidro da porta, notando uma sala vazia e silenciosa. 

Kyung abriu a porta, sequer respondendo o meu bom dia, ele foi o mais rápido possível para sua mesa colocando todo seu material às pressas na bolsa. Raspei a garganta, no ato de chamar sua atenção, mas nem assim para o coreano dar sua total atenção para mim.

— Kyung — chamei pelo seu nome, ele fez com a cabeça para que eu continuasse e após isso soltou um espirro. —, onde estão os integrantes do clube?

— Resfriados. — respondeu o mais rápido que pôde, jogando a bolsa em seu ombro, Kyung consertou seu cabelo em corte tigelinha e disse sem delongas. — Não posso ajudá-la com o que deseja, como está vendo já estou indo para casa. 

Balbuciei um tudo bem, antes de voltar para o extenso corredor de Storm Hills. Era por coisas assim que eu preferia trabalhar sozinha, ser dependente de algo ou alguém é uma das piores sensações da vida e eu odeio tanto que meu clube precise do grupo de fotografias para publicar qualquer matéria.

Faltando alguns centímetros de passos para minha sala, notei Patterson encostado na parede olhando fixamente para seu iPod. Seu olhar entediado denunciava que o garoto estava por ali há bastante tempo. Quando me aproximei, ele ergueu seu olhar enquanto retirava os fones de seus ouvidos.

— Pensei que hoje era a folga do clube. — pronunciou-se consertando sua postura desleixada.

— Desculpe pela demora. — respondi baixinho, enfiando a chave na fechadura.

— Aconteceu algo que eu precise saber? — a voz de Patterson saiu em sincronia com o ranger da porta sendo empurrada por mim.

— Hm... — precisei pensar alguns segundos antes de respondê-lo. Talvez ele saiba tirar algumas fotos. — Os membros do clube de fotografia estão doentes e eu preciso de algumas imagens para a nova matéria.

— Ah — deixou sua mochila sobre a mesa, antes mesmo de eu retirar o meu material de dentro da bolsa. —, os coreanos adoecem fácil. — Sentou-se virado para mim, que sequer fiz alguma coisa a não ser passar pela porta velha e barulhenta. — Você sabe tirar fotos?

— Sim — afirmei. —, e não sou tão ruim assim.

Quando era mais nova, com exatamente onze anos, ganhei uma instax mini rosa de meus pais, fora meu objeto favorito por bastante tempo, só sendo deixada de lado em um anos depois, quando Lover – a gata de mamãe – a empurrou da prateleira. Meses depois o ocorrido, mamãe me presenteou com uma Sony Cyber, que recebeu o mesmo fim da polaroid. Nesse meio tempo antes da catástrofe acontecer, eu era a fotógrafa pessoal da família Forbes e ninguém nunca reclamou de minhas capturas, entretanto nada profissionais.

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