CAPÍTULO VII

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7. Wait

Neste ano não tive muitos momentos para serem lembrados, posso até mesmo contá-los nos dedos, entretanto nenhum deles se comparam ao dia de ontem. No jantar, passei o tempo inteiro noutra dimensão, especificamente relembrando do casal de idosos. O sentimento de ambos parecia tão real, mútuo e talvez avassalador. Pelas rugas e marcas de expressões que se encontravam em seus rostos, a vida de ambos fora repleta de problemas e, aparentemente, eles superaram todos aqueles momentos juntos, tornando o amor forte e duradouro. 

Eu não tinha uma ideia formada de como um casal era, porém nos filmes, e até mesmo nos livros, eram pintados como perfeitos, daqueles que se perdoam por tudo, se amam verdadeiramente e se compreendem a cada passar de minutos. Um tanto fora da realidade para mim, meus pais não eram assim e eu adoraria saber onde eles erraram.

Pensei em escrever algo focado no tema casamento e o até que a morte nos separe, mas de nenhuma maneira as frases formadas me agradavam. Na verdade, eu gostava de como a escrita fluía, eu somente poderia fazer algo melhor, entretanto não conseguia manter o meu foco no papel sob minha mão. As coisas ao meu redor eram mais interessantes, ou tão aleatórias que me faziam refletir o porquê da vida na terra.

— Se estivesse usando um laptop estaria mais concentrada. — a voz de Jared me fez parar de encarar a estante de livros. Ele ergueu suas mãos em rendição e abriu os lábios para dizer alguma coisa, e depois de repetir o mesmo ato duas vezes continuou. — Precisa de ajuda?

— Não. — voltei a encarar minha letra embolada na folha branca. Jared não parecia ser alguém que sabe escrever uma matéria jornalística, na verdade, ele parecia ser alguém que usa abreviações nas redações pedidas pela professora de inglês.

— Posso te fazer uma massagem. — meus olhos quase saltaram com a ideia dada por Patterson. — Você está tão tensa agora. — ele soltou uma risadinha nasal, colocando suas mãos grandes em cima do meu ombro. — Caso não queira, é só dizer não.

— Eu... — com o corpo rígido, repensei se seria uma boa escolha, afinal, era só uma massagem. Mordi a parte interior da minha bochecha antes de respondê-lo. — Tudo bem, pode fazer.

— Feche os olhos. — pediu ele, o fiz sentindo minha bochecha queimar e um embaralho se formar em minha mente. — Respire e inspire. — balancei a cabeça de maneira frenética, respirando e inspirando, mas o ar me parecia tão pesado agora.

Com as mãos nos meus ombros, Jared começou a massagear os meus músculos tensos. Cada toque era gentil e cauteloso, entretanto às vezes uma pequena dor surgia em locais pegos pelo garoto. Uma de suas mãos deslizou para meu pescoço e em resposta o meu corpo se enrijeceu com seu toque. Suspirei e inspirei para relaxar o corpo outra vez, mas eu não conseguia apaziguar minha mente, se antes era difícil de respirar, agora era algo impossível de se fazer.

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