CAPÍTULO XIV

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14. Gratidão.

O primeiro floco de neve repousou sobre o gramado da minha casa por volta das duas horas da matina, sei disso pois no mesmo momento estava verificando o trinco da minha janela. Era uma das raras cenas vistas por meros humanos e eu tive a oportunidade de vê-la. Não pude deixar de sorrir, era a minha primeira lembrança de gratidão, eu era grata por estar viva e sempre poder apreciar uma das belas e grandes artes do planeta terra – natureza –.

Logo pela manhã, guardei algumas peças de roupa para frio na mala de viagem e não parei sequer um minuto para descansar. Faltava somente vinte quatro horas – na verdade, menos de um dia – para o meu vôo à Nova Iorque e depois de sobrevoar algumas cidades eu estaria comemorando o natal junto a minha mãe e como prometera seria um dia somente nosso. Entretanto o meu corpo e mente ainda pertenciam a Stamford e a escola. 

E, sobreviver a uma segunda-feira em Storm Hills não fora tão ruim como imaginei. A maioria dos professores optaram por não realizar o estudo de novos conteúdos, pois boa parte dos alunos haviam deixado a presença de lado para arrumar as malas para a viagem, alguns deles até mesmo deixaram nossa cidade no dia anterior.

As atividades extracurriculares ainda se mantinham interditadas pela reforma, com isso aproveitei boa parte da tarde para escrever um artigo de agradecimento para os tais envolvidos, e não me esqueci daqueles que estão sujando as mãos de verdade para consertar cada parte da escola. 

Eu não podia negar que escrever pelo notebook era bem mais prático do que por um papel, e eu não estava deixando minha essência de lado, mas sendo realista. O brilho do aparelho fazia o meu cérebro preguiçoso pensar e se manter atento a todo momento, também as minhas mãos não doem como antes.

As letras se alteravam para palavras, as quais após alguns processos se tornavam frases, até conseguir se achegar a um parágrafo e ao famigerado e costumeiro ponto final. No entanto, um laptop não realizava milagres, pois eu ainda me incomodava com minha escrita. Sobretudo dava para continuar, eu precisava pensar positivo, porque não era novidade alguma que eu acredite no que papai e Jesus Cristo disseram sobre nossas vidas serem dirigidas por nossos pensamentos.

Recentemente me sinto um pouco inspirada e feliz com minha própria pessoa, pois quem diria que uma das minhas matérias cairia nas mãos de pessoas poderosas e sobretudo que elas dessem valor para o conteúdo do artigo. Eu não era tão ruim assim.

Antes de me deitar, entrei no site de fotografias e embora a minha ausência com novas postagens, as visualizações e comentários cresciam mais e mais, também acontecia o mesmo com a página do jornal. De certa forma eu me sentia incomodada com as pessoas lendo tudo o que coloco para fora junto com as imagens, irônico, não? Às vezes nem eu mesma entendia o porquê dessa sensação, mas fazia sentido; pois quando se tratava das fotografias, as coisas surgiam logo da alma e quando se é uma matéria são apenas coisas que nós seres humanos precisamos saber.

RUDIMENTAROnde histórias criam vida. Descubra agora